Governo de Santa Catarina ordena remoção de livros de escolas estaduais; entenda

Clássicos como It: A Coisa e Laranja Mecânica estão inclusos na lista

Governo de Santa Catarina ordena remoção de livros de escolas estaduais; entenda

Clássicos como It: A Coisa e Laranja Mecânica estão inclusos na lista

Otávio Timm

O governo de Santa Catarina divulgou uma lista de livros que devem ser removidos das escolas estaduais. A lista foi publicada no último dia 7, por meio de um comunicado da Secretaria de Estado da Educação, que foi enviado às instituições de ensino. O motivo para a retirada dos livros não foi especificado no comunicado.

De acordo com o documento, nove livros foram identificados para serem retirados das escolas. Entre as obras incluídas na lista, estão alguns clássicos do gênero de terror e suspense, como “It: A Coisa”, de Stephen King, e “Laranja Mecânica”, de Anthony Burgess. Confira a lista completa de livros:

  1. A química entre nós, de Brian Alexander e Larry Young;
  2. Coração satânico, de William Hjortsberg;
  3. Donnie Darko, de Richaed Kelly;
  4. Ed Lorraine Warren: Demonologistas – Arquivos Sobrenaturais, de Gerald Brittle;
  5. Exorcismo, de Thomas B. Allen;
  6. It: A Coisa, de Stephen King;
  7. Laranja Mecânica, de Anthony Burgess;
  8. Os 13 Porquês, de Jay Ascher;
  9. O diário do diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo, de Robert K. Wittman (Autor), David Kinney.

Nota

Mais informações podem ser vistas na nota completa emitida pela pasta. Confira o comunicado na íntegra:

A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Educação de Florianópolis, reforça que não estão sendo retirados livros das bibliotecas das escolas estaduais da região. Apenas alguns dos títulos das bibliotecas das unidades escolares da região estão sendo redistribuídos, buscando melhor adequar as obras literárias às faixas etárias das diferentes modalidades oferecidas na rede estadual de educação. Obras específicas para o público adolescente/adulto tinham sido enviadas pela antiga gestão para escolas com alunos de uma faixa etária menor, como as que apenas têm estudantes do ensino fundamental.

Pronunciamento

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC) se pronunciou pelo Instagram oficial sobre a situação. Eles relataram em nota que o Sinte “entende este confisco de obras literárias como mais um ataque do Governo do Estado ao pensamento crítico dos estudantes catarinenses’. Veja a nota na íntegra:

“Como surgiu o partido nazista e como eram as vidas de Hitler e Rosenberg, retratados no livro o Diário do Diabo ou o romance entre duas adolescentes, que trata sobre o mistério do amor e como ele acontece, externados no livro Química entre nós, são histórias proibidas nas escolas públicas estaduais de Santa Catarina.

Os dois livros fazem parte de um conjunto de nove obras que a Secretaria de Educação – SED mandou recolher de todas as unidades escolares do Estado e orienta deixar fora do “acesso da comunidade escolar”. O pedido foi feito em ofício nesta terça (7/11), assinado pelo supervisor e pela integradora regional de educação da SED e repassado para todas as escolas estaduais de Santa Catarina.

A decisão autoritária do Governo do Estado espantou especialistas em literatura do país que destacam o importante conteúdo de debate trazido nestas obras literárias. A mídia nacional divulgou essa decisão do Estado e depois dessa repercussão negativa, a SED tentou se justificar alegando que iria recolher os livros para fazer a redistribuição.

O Sinte/SC entende este confisco de obras literárias como mais um ataque do Governo do Estado ao pensamento crítico dos estudantes catarinenses, que precisam ter acesso às histórias importantes trazidas pelos livros e exploradas em diversas unidades escolares do país, que trazem uma profunda reflexão sobre o regime nazista, seu modo de atuação e outros livros que debatem a diversidade e o amor.

Infelizmente estamos em um Estado que tem usado a prática da perseguição aos docentes, como uma estratégia de calar e ocultar versões da história ou perseguir pensamentos diferentes. A luta do Sindicato é pelo respeito ao papel do professor, sua liberdade de cátedra e sua autonomia em gerir o conteúdo apresentado aos estudantes.

Proibir acesso aos livros, é proibir acesso ao conhecimento! Cobramos explicações da SED sobre essa postura, repudiamos essa atitude autoritária do Governo de Jorginho Mello e lutaremos veementemente pelo respeito à educação e aos educadores!”


Assista agora mesmo!

Sargento Junkes leva o pai e o irmão para o bar da Zenaide para contar histórias de família:

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