Greve na Celesc paralisa atendimento na unidade em Joinville; entenda motivo
Sindinorte afirma que 90% dos funcionários estão em greve
Segundo o Sindicato dos Eletricitários do Norte de Santa Catarina (Sindinorte), cerca de 90% dos funcionários da Celesc em todo o estado, incluindo Joinville, estão em greve devido a uma proposta de mudança na distribuição da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa.
Além disso, o sindicato afirma que luta pela manutenção da Celesc pública. “Esse é o nosso objetivo, não é só proteger os empregados, garantindo um bom contrato de trabalho, segurança e saúde, mas também poder atender bem a sociedade”, diz Jair Fonseca, secretário do Sindinorte.
A proposta de alteração do PLR teria sido enviada na última sexta-feira, 16, para os dois blocos de sindicato, mas foi rejeitada pela Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina (Intercel), que representa a maioria dos funcionários da empresa. Já o Sindicato dos Engenheiros, dos Técnicos Industriais, dos Economistas, dos Químicos, dos Contabilistas e dos Advogados teria gostado da proposta.
Conforme Jair, a alteração proposta pela Celesc prejudica os funcionários que têm salários menores. “A distribuição será feita de acordo com o salário de cada empregado”, explica o sindicalista aposentado. “Na nossa opinião, não é justo porque isso (PLR) é resultado”, diz Jair.
“Cada um produz com o mesmo bolo e deveria receber igual”, opina ele. De acordo com Jair, existem profissionais que seriam representados pela Intersindical, mas que aderiram à greve por não concordarem com a direção do sindicato. “São de categorias profissionais liberais que estão aqui e não concordam com a direção do sindicato deles”, conta.
Divisão do PLR
Jair, que faz parte do sindicato há mais de 30 anos, explica que a divisão dos lucros funciona de duas formas. “60% é linear e 40% é proporcional ao salário”, conta.
Mas o sindicalista relata que a proposta da Celesc quer tornar 100% proporcional, o que prejudicaria as categorias que recebem salários menores. “Nós queremos chegar a 100% linear”, reforça.
O que diz a Celesc
Segundo a nota divulgada pela Celesc na manhã desta segunda-feira, 12, fica assegurada uma parcela mínima de R$ 4 mil para cada empregado. “Independentemente da sua categoria, incluindo atendentes comerciais e eletricistas, a parcela será paga no mês de outubro deste ano”, diz o texto.
Nesta terça-feira, 13, o Intercel terá uma reunião com a Celesc em Florianópolis, às 14h. A expectativa do sindicato é resolver a questão até quarta-feira, 14.
Qual é o impacto da paralisação?
A união dos sindicatos dos eletricitários de Santa Catarina se compromete a atender solicitações emergenciais durante a greve. “Há um controle de despacho dos eletricistas que fazem esse serviço diretamente; eles estão aqui no movimento e fazem voluntariamente esse atendimento”, explica o secretário.
Entretanto, os demais serviços de ligação e corte de energia estão paralisados. O atendimento aos clientes também parou, mas Jair reforça que existem atendimentos digitais que estão disponíveis à população.
“Alguns serviços podem ser feitos pelo site, pelo aplicativo e pelo 0800 para emergências!”, orienta ele. As emergências incluem situações em hospitais, de segurança pública e até atendimentos de pessoas físicas que dependem da energia para sobreviver.
Como continuar acessando aos serviços
Em nota, a Celesc também lembra que mais de 20 serviços da empresa podem ser acessados em casa. A 2ª via da fatura pode ser solicitada pelo WhatsApp (48) 9-9860-0067, no Aplicativo ou Agência Web, onde também podem informar falta de energia, pedir ligação nova, troca de titularidade e outros 20 serviços.
Já no 0800 048 0120 podem solicitar serviços e tirar dúvidas 24 horas por dia, sete dias por semana. Se precisarem de atendimento emergencial, o telefone é 0800 048 0196.
Confira a nota da Celesc na íntegra:
“A Celesc informa que, com o objetivo de estimular o diálogo e o aperfeiçoamento dos critérios da Participação nos Lucros e Resultados, a Diretoria da Companhia apresentou aos sindicatos de classe uma sugestão inicial de metodologia para a distribuição da PLR, visando estimular ainda mais o engajamento e a satisfação de todos os empregados.
A companhia informa que, no dia 02 de agosto, encaminhou convite a todos os sindicatos para discussão de uma nova metodologia de distribuição da PLR, com reunião para o dia 06 de agosto.
Contudo, ainda no dia 03 de agosto já foi anunciado pelo grupo sindical da Intercel (que representa uma parte dos empregados – incluindo atendentes comerciais e eletricistas) uma greve por tempo indeterminado, sem antes dialogar com a empresa.
No dia 6 de agosto houve o encontro inicial, porém, a Intercel saiu da reunião sem discutir a pauta de forma conjunta. No dia 7 de agosto foram feitas reuniões separadas com os dois grupos sindicais, sendo que a Intercel manifestou que não aceitaria qualquer proposta de modificação na forma de distribuição da PLR, porém o grupo formado pela Intersindical, (Sindicato dos Engenheiros, dos Técnicos Industriais, dos Economistas, dos Químicos, dos Contabilistas e dos Advogados) manifestou interesse em continuar as discussões e não entrou em greve.
Na continuação das tratativas, na última sexta-feira, dia 9, foi enviada uma proposta formal buscando avançar nas negociações da PLR, com convite para reunião na próxima terça-feira, dia 13.
Nesta proposta fica assegurada uma parcela mínima de R$ 4 mil para cada empregado da Celesc, independentemente da sua categoria, incluindo atendentes comerciais e eletricistas, parcela a ser paga no mês de outubro deste ano.
A Celesc acredita que um diálogo positivo e aberto, certamente contribuirá para um resultado que atenda o melhor interesse de todos os Celesquianos. A Empresa mantém o firme propósito do pagamento da PLR 2024, com valores nos mesmos patamares de 2023, podendo atingir até R$ 56 milhões, com base no atingimento de todas as metas convencionadas.
A Companhia informa que a paralisação entre sua força de trabalho não é integral e, infelizmente, atinge principalmente as posições de atendimento ao consumidor.
Reforça ainda o desejo de que, com a manutenção do diálogo franco, esta situação seja superada em breve a fim de que a Celesc continue a fazer o que sempre fez: atender bem a todos os catarinenses.”
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