Grupo de empresários de Joinville viaja ao Paraguai visando expansão de negócios
Acomac realizou missão empresarial nesta semana
Um grupo de 35 empresários realizou uma viagem de negócios ao Paraguai, promovida pela Associação dos Comerciantes de Material de Construção (Acomac) de Joinville. Segundo a entidade, o país tem chamado a atenção de empresários brasileiros por uma série de questões como energia mais barata e imposto único de 10%.
As 35 vagas da viagem foram ocupadas rapidamente. “A gente imaginava que haveria interesse na viagem de negócios. Mas ficamos surpresos com a procura e o fechamento das vagas de forma tão rápida”, revela José Haveroth, presidente da Acomac.
Como foi a viagem
A primeira visita foi ao Complexo Empresarial Global, em Cidade do Leste, para conhecer os regimes de zona franca, regime geral, regime maquila, regime admissão temporária e complementos 6090.
No local estão instaladas 50 empresas. Algumas delas são brasileiras e já estão negociando e usufruindo os benefícios que o Paraguai oferece a quem investe lá. “O sistema tributário paraguaio é bem simples” afirma Rafael Macedo Gomes, advogado brasileiro com escritório em Joinville, Foz do Iguaçu (PR) e Hernandarias, no Paraguai.
Foi em busca de facilitação tributária e trabalhista que o empresário Seiji Abe, dono da Koumei transferiu a empresa do setor de iluminação da cidade paulista de Imbu das Artes para o Complexo Empresarial Global. Numa área de 7,6 mil metros quadrados (m²) eles fazem projetos de iluminação e fabricam luminárias em LED.
“É normal você encontrar empresários brasileiros quando chegam ao país vizinho ligarem para os contadores perguntando onde está a pegadinha. Ela não existe”, afirma o advogado Rafael.
O Condomínio Empresarial Iguazú é outro espaço que confirma a forma expansionista da indústria local. Iniciado em 2019 e com mais de 100 mil m² de área construída, o local já abriga quatro galpões. A locação dos espaços sai por 4 dólares o metro quadrado – já incluído o valor do condomínio.
Com uma população jovem, onde 65% dos paraguaios têm menos de 35 anos, a mão de obra é abundante. No entanto, os investidores têm preocupação com a falta de qualificação.
Os empresários visitaram o Serviço Nacional de Promoção Profissional (SNPP) e os cursos e parcerias que são oferecidos à população. Conforme a entidade, o órgão é semelhante ao sistema S no Brasil, incluindo o Senai, Sesc, Sebrae e Senat.
Na unidade em que o grupo visitou, em Hernandarias, 300 alunos estão se profissionalizando atualmente. Segundo a direção, a cada ano o SNPP forma 2,5 mil alunos na unidade.
A Eternit, líder de mercado em coberturas, enviou dois representantes para a comitiva, estudando a possibilidade de expandir as operações no solo paraguaio.
A Krona, uma das maiores fabricantes de tubos e conexões, também participou da missão empresarial, considerando a abertura de uma planta, mas analisa a viabilidade.
Último dia de viagem
Nesta quinta-feira, 5, terceiro e último dia do roteiro, o grupo conversou com uma família de empresários que decidiu empreender no país vizinho em 2006. Miguel, Sandro e Juarez DallaValle empregam 240 funcionários e têm uma variedade de negócios, incluindo fundição, laminação, injeção de plásticos, metalurgia, galvanização, transporte e importação.
Eles se relacionam com vários países e têm no Brasil seu principal parceiro. “Eu não diria se é bom ou ruim ter seu negócio no Paraguai. Eles estão no Brasil de 25 anos atrás. A nota eletrônica só começará em janeiro do próximo ano. Não há pix. Abrir uma conta bancária pode levar até seis meses. A maioria ainda paga em cheque. Esses são os desafios. Mas há muitas outras coisas incríveis se você olhar para o Brasil como exemplo”, revela Miguel, o irmão mais novo.
Encontro com o governo
Prometendo criar 100 mil empregos em cinco anos, César Landy Torres foi eleito governador do Alto Paraná, um dos 17 departamentos do Paraguai. Landy e o secretário da Indústria e Comércio, Esteban Wiens, estão na linha de frente para atrair empresas, principalmente brasileiras, para se estabelecerem no Paraguai. “Estamos de braços abertos para receber quem deseja investir nas terras do Alto Paraná. Temos muito a oferecer, incluindo nossa mão de obra, facilidades fiscais e abundância de energia a baixo custo, o que nos diferencia na América do Sul”, afirma Landy.
A vice-ministra do trabalho, Verônica Lopez, reafirma o que a comitiva ouviu nos três dias de viagem. “Nossas leis trabalhistas apoiam quem investe, incluindo férias de 12 dias consecutivos para funcionários com até cinco anos de empresa, salário mínimo justo e encargos muito menores do que no Brasil, juntamente com regras claras e raras ações trabalhistas”, relata Veronica.
Fenac
Entre os dias 7 e 10 de novembro acontece a Feira de Negócios e Congresso da Acomac Joinville. O evento será realizado na Expoville e contará com a presenta de líderes do governo paraguaio.
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