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Grupo do Amazonas abre 38º Festival de Dança de Joinville; veja como foi a apresentação

Corpo de Dança do Amazonas apresentou uma produção inédita ao público

Uma apresentação de tirar o fôlego. Foi essa a sensação que os movimentos, a música, expressões e figurinos dos dançarinos trouxeram para o público que esteve presente na abertura do 38º Festival de Dança de Joinville na noite desta quarta-feira, 6, e acompanhou o Corpo de Dança do Amazonas (CDA) com produção inédita.

Com uma hora de duração, a apresentação foi o momento mais esperado para àqueles que estavam no Centreventos Cau Hansen ou assistindo pela transmissão ao vivo comentada no site do Festival de Dança.

Dirigido pelo diretor artístico Mário Nascimento, que tem 40 anos de carreira, a produção contou com elementos contemporâneos, expressões corporais marcantes e diversos elementos urbanos para compor a coreografia executada por 21 bailarinos.

Yasmim Eble/O Município Joinville

Para Mário, a coreografia representa um ritual para preservar a vida, sendo a natureza a base dessa preservação. O trabalho usa dos movimentos e da atmosfera para passar a importância da preservação do meio ambiente, da cultura e dos povos originários.

“Mais do que isso, ela fala da necessidade de ser grande. Você ter a possibilidade, generosidade e o dever de lutar para preservar esse lugar porque isso significa preservar a vida e a própria humanidade”, conta o diretor artístico.

A coreografia passa a ideia de que o elenco seja de uma tribo poderosa. Como se cada integrante tivesse um poder sobrenatural e eles estivessem avançados, os dançarinos interpretam papéis de pessoas que entendem os propósitos da preservação e essa necessidade para que assim continuem evoluindo. “Essa é a lição que queremos passar. De um ser consciente que precisamos alcançar”, explica Mário.

Os figurinos também foram pensados para expressar a realidade de um povo contemporâneo, mas que preserva detalhes originários, sendo a presença de brincos, pulseiras e das maquiagens corporais questões destacadas nos bailarinos. As cores representam a Amazônia e a Terra, com tons que passam do verde, caminhando para o marrom e terminando no vermelho.

Yasmim Eble/O Município Joinville

A companhia, que é referência em dança contemporânea na região Norte do país, abriu o festival usando a dança para passar mensagens importantes e marcantes, com uma trilha sonora produzida e conduzida por um DJ. “Um trabalho de uma hora forte e impactante”, conta o diretor artístico.

O peso de abrir o festival

A sensação forte de estar no palco em que profissionais de renome estiveram traz uma sensação de ansiedade para qualquer artista, mas para Mário Nascimento a sensação é de saudade e dever cumprido. “Eu participei do evento quando ainda era bailarino amador. Estar agora como convidado tem um sentimento muito forte e poético”, conta.

Para o corpo de dança, o nervosismo e ansiedade de estar no palco prevalece. “Essa ansiedade é necessária para nos mantermos alerta, você aprende a jogar com isso. E o artista se vira e acaba juntando essas duas sensações”, diz Mário.

Para ele, estar no palco neste momento pandêmico também lhe traz sensações marcantes. Em um momento em que a arte era colocada em segundo plano, a sensação de estar no palco novamente é poderosa para qualquer artista.

Yasmim Eble/O Município Joinville

“Há toda a questão de que estamos trazendo a mensagem de ser grande, no sentido mental e espiritual neste momento tão difícil. Mostra mais ainda que são nessas horas que você precisa ser grande”, explica.

Na abertura também estiveram presentes o presidente do Instituto Festival de Dança de Joinville, Ely Diniz. O presidente da Fundação Catarinense de Cultura de Santa Catarina, Edinho Lemos, representando o governador Carlos Moisés e o prefeito de Joinville, Adriano Silva.

A arte é vida

“O fato de que a direção do festival resolveu fazer o evento foi como um recomeço para todos nós artistas. Foi o primeiro momento que faltava para a arte voltar aos palcos”, conta Mário. A sensação é passada após tantos momentos em que os artistas foram deixados de lado durante a pandemia.

Segundo o diretor artístico, os artistas precisam disso, esse é o seu alimento e a vida deles está nos palcos. A arte prevalece, fica e renasce, no entanto, para Mário, é a sociedade que precisa da arte, sem a arte não tem vida. “Nesse momento mais do que nunca a sociedade precisa dos artistas”, concluí.

Yasmim Eble/O Município Joinville

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