Homem é acusado de não pagar conta em posto de Joinville e denuncia injúria racial
Caso aconteceu no fim de semana
Caso aconteceu no fim de semana
O joinvilense Rhuan Carlos Fernandes denunciou no início desta semana que sofreu injúria racial após abastecer e comprar um pacote de bolacha em um posto de combustível no bairro Jarivatuba, em Joinville. Nesta segunda-feira, 23, Rhuan recebeu ligações de uma funcionária do posto o acusando de ter saído sem pagar o que consumiu.
Nesta segunda-feira, 23, a companheira de Rhuan teria recebido duas ligações do posto, sendo a primeira à 1h26 e outra às 5h47. De acordo com ele, na segunda ligação a companheira dele recebeu as acusações de terem saído do posto sem pagar o valor de R$ 188. E foram chamados ao posto para darem explicações.
Segundo Rhuan, o tom de acusação foi alterado depois que enviou uma foto da nota fiscal pelo WhatsApp. No boletim de ocorrência, a vítima alega que no momento que fez o pagamento haviam outras duas pessoas de cor branca no estabelecimento. E que “foi procurado porque é de cor negra”.
Na manhã desta segunda-feira, 23, Rhuan foi ao posto e pediu a filmagem da câmera de monitoramento do local, para comprovar sua fala, o que, segundo ele foi negado. O boletim de ocorrência foi registrado na tarde desta segunda-feira como “injúria qualificada como preconceito” e Rhuan garante que dará andamento ao processo.
Em nota ao jornal O Município Joinville, o posto relatou que conversou com toda a equipe que estava trabalhando durante aquele turno. Uma das operadoras de caixa apresentou a própria versão dos fatos.
Na versão, ela conta que se perdeu durante o trabalho no caixa na manhã de sábado e sabendo que prejuízos no caixa do posto seriam descontados de sua remuneração, resolveu entrar em contato com “o cliente que ela pensou ter cobrado a menos”.
“Ainda, alega que não agiu com intenção racista, e que decidiu contatar o cliente exclusivamente pelo fato de ser o único veículo abastecendo naquele determinado bico da bomba”, diz a nota.
A empresa afirma que repudia o racismo e que todas as providências necessárias para esclarecer os fatos serão tomadas.
“A direção da empresa Auto Posto Monsenhor, vem por meio deste comunicado esclarecer alguns fatos, após constatar a veiculação de vídeos, áudios, e demais publicações em redes sociais, que alegam conduta criminosa de cunho racista, por parte da equipe da empresa contra um de seus clientes.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, um homem afirma que foi contatado na madrugada do dia de hoje, 23/01/2023, por alguém da equipe do Posto, e que nesse contato, foi acusado de não pagar pelo combustível abastecido em seu veículo na manhã do sábado, 21/01/2023. Além disso, alega que sofreu racismo, pois segundo o próprio, estaria sendo acusado em decorrência de sua cor de pele.
Diante da gravidade dos fatos, a direção da empresa, que só tomou ciência de todo o ocorrido as 12:30h do dia de hoje, buscou entender o ocorrido junto a sua equipe, pois nenhuma das ações, supostamente praticadas pela pessoa que o contatou, condizem com a conduta e os ideais, tanto da direção quanto de todo o quadro de colaboradores da empresa.
Após conversar com toda a equipe que estava trabalhando durante aquele turno, uma das Operadoras de Caixa apresentou a sua versão dos fatos, na qual ela admite que acabou se perdendo durante seu trabalho no Caixa na manhã de sábado, e que ciente de que eventuais prejuízos no Caixa do Posto, por sua responsabilidade, acarretariam em desconto de sua remuneração. Por esse motivo, tentou por livre e espontânea vontade, através de recursos próprios, contatar o cliente que ela pensou ter cobrado a menos.
Ainda, alega que não agiu com intenção racista, e que decidiu contatar o cliente exclusivamente pelo fato de ser o único veículo abastecendo naquele determinado bico da bomba, (nº 7), naquele horário, aproximadamente as 5:30hrs da manhã de sábado. As imagens das câmeras confirmam o fato de que naquele horário, realmente só havia um único veículo em abastecimento naquele bico.
Ao ser questionada pela gerência do Posto sobre o conteúdo da conversa que ela teve com o cliente através de seu próprio celular, ela alega utilizar mensagens temporárias e não disponibilizou nada da conversa para que a gerência pudesse avaliar sua conduta.
Diante do ocorrido, não sendo possível de fato constatar a forma como ocorreu o diálogo entre a Operadora de Caixa e o cliente, a direção entendeu que a melhor alternativa seria se reunir juntamente com ambas as partes envolvidas no episódio, a fim de sanar qualquer diligência.
Providências legais necessárias serão devidamente tomadas após a elucidação dos fatos em conjunto por ambos os envolvidos. Por fim, mas não menos importante, a Direção ratifica a mensagem de que repudia veementemente qualquer atitude, manifestação ou pensamento de cunho racista ou preconceituoso. E se coloca à disposição para quaisquer outros esclarecimentos”.
Ainda em sua denúncia, Rhuan relata que a funcionária do posto admitiu por meio de um áudio que conseguiu o contato da companheira da vítima por meio da polícia. Ela diz que entrou em contato com “a polícia daqui, que faz o apoio para cá” e que teria conseguido as informações dessa forma.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil, que afirmou que até o momento não há informações sobre o andamento caso. A Polícia Militar também foi procurada. Como no áudio não há menção com qual das polícias a funcionária teria conseguido os dados, o caso não foi comentado.
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