Homem é condenado a 110 anos de prisão por chacina em Santa Catarina
Ele foi denunciado pelo MP-SC por matar, em agosto de 2019 em Alfredo Wagner, três pessoas de uma mesma família: uma mulher, uma criança e um idoso
Ele foi denunciado pelo MP-SC por matar, em agosto de 2019 em Alfredo Wagner, três pessoas de uma mesma família: uma mulher, uma criança e um idoso
O Tribunal do Júri da Comarca de Bom Retiro, em sessão nesta quinta-feira, 22, condenou Arno Cabral Filho, de 44 anos a 110 anos e oito meses de prisão. Ele foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) e condenado por crime de triplo homicídio, com cumprimento da pena em regime inicial fechado.
O crime ocorreu em 9 agosto de 2019, em Alfredo Wagner. Envolveu três vítimas de uma mesma família: casal e filho de 8 anos de idade. Ele teria usado uma suposta barra de ferro que não foi encontrada pela polícia.
Conforme consta na denúncia apresentada pela Promotoria de Justiça de Bom Retiro, primeiramente o Arno matou Loraci Matthes, de 50 anos, com golpes na região da cabeça. Ela estava em casa, no interior da cidade.
Em seguida, e da mesma forma, tirou a vida do filho do casal, Mateo Tuneu. Minutos depois de cometer os dois homicídios, Arno assassinou a terceira vítima, Carlos Alberto Tuneu, conhecido por Argentino, 67. O corpo dele foi encontrado na estrada que dá acesso à propriedade.
Na sessão do Tribunal do Júri, o Ministério Público, representado pelos Promotores de Justiça Francisco Ribeiro Soares e Gabriela Cavalheiro Locks, ressaltou que os crimes foram cometidos por motivo fútil. Visto que ele era conhecido da família e tinha desavenças com o casal por causa de uma dívida.
Os Promotores de Justiça também atribuíram ao crime as qualificadoras de meio cruel e recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa das vítimas. Ainda, sustentaram que por duas vezes o acusado agiu de forma a assegurar a impunidade de outros crimes. Além dos agravantes de que uma vítima tinha menos de 14 anos e outra, mais de 60 anos de idade. Cabe recurso ao Tribunal de Justiça.
A defesa, por sua vez, sustentou a negativa da autoria do crime. O que foi rejeitado pelo conselho de sentença, diante das provas apresentadas em plenário pelo Ministério Público.
A sessão de julgamento começou às 8h e se estendeu até as 22h. No júri popular foram ouvidas 11 testemunhas. O interrogatório do Arno, que está preso desde o dia do delito, foi no meio da tarde, por volta das 15h30, e durou cerca de duas horas. Ele respondeu apenas os questionamentos da defesa.
Para seguir os protocolos de saúde e evitar a propagação do coronavírus, a comarca optou por um lugar mais amplo, na Escola de Ensino Médio Valmir Marques Nunes, e com a participação do menor número de profissionais possível. Não houve a presença de familiares e do público. Na sentença, o réu teve negado o direito de recorrer da decisão em liberdade.