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Homem vai a júri popular por explodir quarto e matar namorada em Joinville

Ele usou um botijão de gás e álcool para cometer o crime

Homem vai a júri popular por explodir quarto e matar namorada em Joinville

Ele usou um botijão de gás e álcool para cometer o crime

Isabel Lima

O homem acusado de explodir o quarto e matar a namorada, Juliana Aparecida Neto, vai a júri popular em Joinville, em 20 de agosto deste ano. O crime ocorreu em 27 de maio de 2023, na casa da vítima, na rua João Petronilho da Costa, no bairro Itaum.

Explosão do quarto

Conforme o processo, que ouviu diversas testemunhas, o homem teria voltado do trabalho por volta das 15h com uma sacola contendo latas de cerveja. Por volta das 21h, Juliana também chegou e os dois ficaram dentro de casa.

Já por volta das 23h, a vizinhança teria ouvido barulhos de latas sendo abertas. De madrugada, por volta de 1h, a vizinha ouviu fortes pancadas na parede, fazendo a janela tremer. Essa testemunha teria escutado o companheiro da vítima questionar quem era o homem que estava debaixo da cama, e que, só assim, ele a soltaria.

Essa vizinha também ouviu choro. Cerca de uma hora depois, às 2h, a vizinha ouviu novas pancadas, fazendo a janela tremer. Segundo o relato, ele questionava sobre o suposto homem debaixo da cama, sendo que a vítima teria uma cama modelo box sem baú.

Naquela noite, conforme os autos, o companheiro da vítima cobriu Juliana com álcool etílico, cortou a mangueira do botijão de gás que estava na cozinha e jogou no quarto do casal. Ele teria ateado fogo, o que causou uma explosão e incêndio, destruindo completamente o imóvel.

A vizinha saiu de casa e se deparou com o homem, que apresentava queimaduras pelo corpo. Ele teria saído sozinho de casa e corrido em direção ao portão. Já Juliana saiu sozinha e também foi até o portão, onde o acusado teria arrastado ela pelo braço.

Na delegacia, a testemunha afirmou que, neste momento, o homem não chamava a vítima pelo nome, apenas proferia insultos e xingamentos. Outro vizinho avistou a situação e alegou que o homem arrastou a vítima pelos cabelos pela rua, enquanto ela gritava por socorro. Essa testemunha também alega que ouviu o homem afirmar que a mataria.

Outra testemunha, que também flagrou a situação, disse que ouviu Juliana berrar que ele a mataria. Na ocasião, a testemunha empurrou o acusado e levou-a de volta para casa.

No caminho, a vítima teria declarado que o companheiro havia tentado matá-la. “Ele cortou o botijão de gás, botou no quarto, riscou o fósforo e me trancou dentro”, ela teria afirmado ao vizinho.

Na quitinete, a vizinha de Juliana a acolheu e ouviu mais um relato da vítima, quando ela teria novamente alegado que o marido estava tentando matá-la e descreveu novamente a situação com o botijão de gás. Como ela estava toda ferida, com cheiro de álcool e com roupas rasgadas, a vizinha deu um roupão a ela e esperaram a ambulância chegar.

Enquanto aguardavam, Juliana contou que o companheiro mandou ela se despedir da filha mais velha que não morava na cidade porque ele a mataria. A vizinha teria perguntado o motivo do ato e Juliana explicou que ele acreditava que ela escondia alguém embaixo da cama, mas que não havia ninguém lá.

No hospital

Quando a ambulância chegou, a vítima relatou novamente ao bombeiro que o marido tentara matá-la. Juliana foi intubada e levada ao hospital, onde teve uma parada cardiorrespiratória e ficou inconsciente.

Juliana ficou internada por 26 dias em coma. Em 21 de junho, a vítima morreu devido às lesões causadas pelo fogo, conforme apontou o laudo pericial.

O acusado

Pouco tempo após o incêndio, o acusado foi visto pedindo socorro devido às queimaduras. Ele foi levado ao hospital com queimaduras de primeiro e segundo grau.

Quando foi interrogado, o homem insistiu que havia um homem embaixo da cama, com quem a vítima estaria o traindo. Ele ainda afirmou que a mulher teria cortado a mangueira do botijão e incendiado a quitinete. Entretanto, a investigação não encontrou evidências da veracidade do relato do acusado.

A cama era um box sem baú e as testemunhas afirmaram que não havia mais ninguém no local.

Histórico de violência

Em depoimento, a mãe da vítima afirmou que o acusado teria quebrado o celular da vítima por ciúmes pouco tempo antes. Além disso, ela indicou que, em 14 de maio, a filha ligou para ela falando que estava apanhando do marido.

A mãe teria ouvido o homem falar que a mataria através da ligação.

O processo

Segundo a investigação, a motivação do crime foi fútil, além de ter sido feito cruelmente. O ato é entendido como um feminicídio.

Além da morte de Juliana, o crime danificou outras quitinetes e um carro que estava estacionado em frente ao imóvel.

Tribunal do Júri

O acusado está preso no Presídio Regional de Joinville aguardando o julgamento. A defesa dele fez um pedido de prisão domiciliar, mas foi negado.

O caso dele será analisado por um júri, que será sorteado em 5 de junho. O Tribunal do Júri ocorre em 20 de agosto, em Joinville.


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Taiwanesa achou que cemitério de Joinville era um parque:

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