Bernardo Gonçalves/O Município Joinville
Imigrante austríaco é homenageado em início das comemorações aos 172 anos de Joinville
Eduardo Krisch chegou em 1985 na então colônia Dona Francisca e está enterrado no Cemitério do Imigrante
Parte da comemoração dos 172 anos de Joinville, uma homenagem aos imigrantes foi realizada nesta quinta-feira, 9, no Cemitério do Imigrante, no centro da cidade.
O evento contou com a presença do prefeito Adriano Silva, da vice-prefeita Rejane Gambin, vereadores, autoridades e da Banda do 62º Batalhão de Infantaria do exército.
Homenageado
A homenagem realizada neste ano foi para Eduardo Krisch, imigrante austríaco. Ele, que desembarcou em São Francisco do Sul no ano de 1865, junto com sua família, e seguiu para a recém-fundada Colônia Dona Francisca, atual município de Joinville.
No local, casou-se com Gabriela Krisch, com quem teve 13 filhos. Junto com seu pai, Eduardo Krisch adquiriu terras em um local onde estava em construção a denominada Estrada para Blumenau e montou uma serraria, engenhos de açúcar de aguardente e descascador de arroz.
Devido a não conclusão da Estrada para Blumenau, os negócios da família acabaram isolados e por isso fracassados. Eduardo aceitou então o convite da “Sociedade Colonizadora de Hamburgo”, para trabalhar na construção de outra estrada para Blumenau – a Estrada do Sul, atual SC- 108 (Rodovia do Arroz).
Em 1868, Eduardo obteve a cidadania brasileira e foi eleito vereador em Joinville. Mais tarde e já debilitado, Eduardo Krisch, com ajuda de seu filho João Krisch, também foi responsável pela implantação do denominado “Distrito Piraí”, no atual bairro Vila Nova.
Eduardo Krisch, faleceu aos 68 anos de idade, em Joinville. De acordo com o secretário de Turismo de Joinville, Guilherme Gassenferth, – Eduardo Krisch era a pessoa chamada quando precisava entrar em matas, pois conhecia “como poucos”.
“Li alguns livros e ele era uma pessoa extremamente importante para nossa cidade. Por isso, é uma homenagem muito correta.”
Representação
No evento de Homenagem aos Imigrantes, Eduardo Krisch foi representado por sua bisneta, Sylvia Fallgater Thomazzi. Ela diz que respeita muito a homenagem como um todo e acredita ser muito justa para relembrar a história dos imigrantes que estiveram em Joinville.
“Foi uma batalha, uma luta (dos imigrantes) para vir para cá. Então eu só tenho que agradecer aos meus ancestrais por eu estar aqui agora e realmente me sinto orgulhosa”, fala emocionada.
Para ela, a homenagem também é um ponto importante para o aspecto da família e que deve acontecer todos os anos. “Eu acho que é importante para nós joinvilenses cultuarmos essas tradições e levar adiante, para nossos filhos, pois com o tempo tende a ser esquecido essas histórias.”
Com a representação, Sylvia esteve ao lado do prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), da vice-presidente Rejane Gambin e de Carlos Adalto Vermon Vieira, presidente Sociedade Cultural Alemã de Joinville, para entregar uma coroa de flores no túmulo de Eduardo Krisch, no Cemitério do Imigrante.
Para o prefeito da cidade, é fundamental valorizar a história. “Quando falo de história, é de valorizar nossas raízes. E uma árvore com raízes fortes ela frutifica e tem um futuro próspero”, destaca.
Adriano também frisa que o momento de homenagem ao imigrante é importante para que a cidade continue crescendo, mas sem perder a cultura original. “Todo ano é escolhido um imigrante e vai se olhando a árvore genealógica para chegar até as famílias de hoje. Então é um muito legal poder ter esse resgate e essa vivência histórica”, finaliza.
Já para o presidente Sociedade Cultural Alemã de Joinville, não há outro lugar mais adequado para se comemorar o aniversário da cidade do que o Cemitério do Imigrante. “Aqui descansam os bravos colonizadores que construíram a nossa cidade, desbravaram e edificaram a Manchester Catarinense.”
– Assista agora:
Casarão Neitzel é preservado pela mesma família há mais de 100 anos na Estrada Quiriri, em Joinville