Impacto de obras da Ponte Joinville no habitat de capivaras gera atrito entre vereadores
Parlamentares Liliane da Frada (Podemos) e Wilian Tonezi (PL) estão em lados opostos no tema
Impacto de obras da Ponte Joinville no habitat de capivaras gera atrito entre vereadores
Parlamentares Liliane da Frada (Podemos) e Wilian Tonezi (PL) estão em lados opostos no tema
- Por Rafael Moreira
- 25/08/2025
- 16:12
O assunto sobre os possíveis impactos das obras da Ponte Joinville no habitat das capivaras da região do bairro Boa Vista continua gerando atritos entre os vereadores Liliane da Frada (Podemos) e Wilian Tonezi (PL), que estão em lados opostos no tema. Nesta segunda-feira, 25, os dois voltaram a trocar acusações e ataques.
Na semana passada, a Comissão de Urbanismo aprovou um requerimento da vereadora Liliane da Frada para discutir medidas mitigatórias à fauna, com destaque para as capivaras que habitam o entorno do rio.
Na sessão, ocorreu o primeiro debate entre Liliane da Frada e Wilian Tonezi, que foi o único vereador a votar contra o requerimento e fez duras críticas à priorização do tema pela comissão.
A discussão continuou nesta segunda-feira, quando Liliane da Frada usou as redes sociais para publicar parte do debate ocorrido na sessão do dia 19 de agosto, afirmando que estava sendo censurada pelo colega.
“Fui legitimamente eleita para fiscalizar e legislar pela causa animal e ambiental. Não vou aceitar que me calem, nem que tentem cercear minha liberdade de expressão, e muito menos a dos moradores, que têm todo o direito de pedir ajuda e ter suas vozes ouvidas. Tonezi ataca porque é mais fácil gritar do que trabalhar”, escreveu na postagem.
Procurado pela reportagem do jornal O Município Joinville, Wilian Tonezi reiterou que considera um absurdo discutir, na Comissão de Urbanismo, o suposto incômodo que as capivaras estariam sofrendo com o barulho das obras da Ponte Joinville.
“Quando o barulho estava causando transtornos para as pessoas, ela [Liliane da Frada] não se importou. A vereadora deveria ser presa por não estar prestando socorro aos animais que mostrou no vídeo. Em vez de resgatá-los, preferiu fazer sensacionalismo”, disse o parlamentar.
“Agora, dizer que eu tentei impedi-la é até cômico, pois, nos áudios, ela mesma se refere a mim, querendo que eu me calasse e apenas votasse, em vez de discutir. Ela se juntou às vereadoras feministas e aos vereadores ‘feministos’ para me perseguir no Conselho de Ética e me acusar de coisas que não fiz. Pergunto: quem é que quer calar quem? Acredito que ela tem problemas e precisa de tratamento o quanto antes. O que deveríamos estar discutindo é o atraso da ponte, que na minha avaliação já está dez meses atrasada”, complementou.
Com o ofício aprovado, foram convocados a Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra), o Sama, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e demais órgãos técnicos para esclarecer as medidas ambientais em curso e apresentar os protocolos de mitigação.
Obras chegam a 30% de execução
No início deste mês de agosto a Seinfra, responsável pelo acompanhamento da Ponte Joinville, informou que a obra ultrapassou os 30% de execução, com a construção das fundações, início da implantação da rampa de acesso.
Antes de construir a ponte, é necessário montar o que, na prática, é o caminho que será percorrido com os materiais para executar a estrutura da ponte. Esse caminho é feito com o uso do cantitravel. A linha de pilar, que é um termo usado pela engenharia, se refere ao conjunto de peças que darão sustentação para a implantação dos pilares da ponte, por exemplo.
Em relação às obras no lado do bairro Adhemar Garcia, o cantitravel encontra-se na linha de pilares 11, ou seja, a 40 metros da margem do Rio Cachoeira. Também estão sendo cravadas as camisas provisórias para avançar até a linha 10 de pilares, que fica na margem do rio.
Assista agora mesmo!
Região de Joinville já era habitada há 10 mil anos: conheça os quatro povos anteriores à colonização: