Joinville faz uma aposta no momento errado ao contratar Leandro Zago
O JEC anunciou nesta segunda-feira, 26, a contratação do treinador Leandro Zago, de 39 anos, que estava nas categorias de base do Clube Atlético Mineiro. O profissional que acumula experiência na base de diversos clubes chega ao Joinville para o maior desafio da sua carreira.
Leandro Zago é uma aposta, e uma aposta num momento errado para o Joinville. Digo isso porque o treinador chega a um clube que está pressionado por resultados e no meio de uma temporada decisiva pro JEC. E Leandro é um técnico sem experiência em campeonatos nacionais de nível profissional. A Série D possui suas peculiaridades e a bagagem que Zago possui, é menor do que a do outro treinador que estava sendo negociado.
Entendo que a melhor opção para o momento seria Waguinho Dias, treinador que encerrou no domingo, 25, seu ciclo no Uberlândia e ficou livre no mercado. Waguinho é um conhecedor da quarta divisão. Foi campeão com o Brusque em 2019 e chegou na última rodada do mata-mata na temporada passada com o Marcílio Dias com chances de acesso. No entanto, a sua pedida salarial e a sua forma de jogo foram fatores determinantes para o não acerto.
A escolha do Zago foi com base na convicção que a direção de futebol possui. Léo Roesler, líder da pasta no JEC, havia traçado o perfil do novo contratado, que seria um profissional que tenha um pensamento moderno, seja um estudioso da modalidade, que a ideia de jogo seja ofensiva e que tenha a pedida salarial dentro das condições financeiras do clube. Pelas informações apuradas esse é o perfil de Leandro Zago, então é um ponto positivo para a escolha. No entanto, tenho que explicar por quais motivos não concordo com a vinda dele nesse momento.
O JEC vive um momento delicado, está prestes a ficar sem divisão nacional em 2022 via campeonato estadual. Daí para garantir uma vaga a nível nacional seria, subindo de divisão no segundo semestre ou contando com o acesso do Juventus ou do Marcílio Dias neste ano. Então a pressão será ainda maior e a margem de erro é quase zero. Qualquer deslize coloca o clube de novo no marasmo de um time sem divisão. É muito grave.
Por isso apostar num profissional, que repito, possui as características desejadas pelo diretor de futebol, mas que não tem essa experiência de Série D e numa competição que virou uma Copa do Mundo para o Joinville é arriscado demais. É apostar todas as fichas e não poder errar.