Saída de Zezinho expõe problemas do JEC
Olá, amigos leitores do jornal O Município Joinville, sou Israel Antunes e vou ocupar esse espaço deixado pelo grande jornalista Vitor Forcellini, que partiu para outro desafio na carreira. A minha intenção é provocá-los e incentivá-los para um debate sobre o esporte joinvilense.
A cidade ama esporte, mas carece de investimentos e consequentemente de profissionalismo para gerir as modalidades e categorias de alto rendimento desportivo.
Para dar o pontapé inicial vamos falar sobre a movimentação nos bastidores do Joinville Esporte Clube.
Atleta rescindiu com o clube após 49 dias
Na última segunda-feira, 10, o JEC divulgou em nota oficial a rescisão de contrato com o meia Zezinho, de 28 anos. O jogador foi anunciado no dia 22 de junho e após 49 dias deixa o Tricolor. O que mais chama atenção nesta curta, ou inexistente passagem de Zezinho pelo Joinville, é que o meia campista não entrou em campo com a camisa do time.
Embora o clube teve apenas dois jogos após a volta do futebol no estado, o atleta com uma lesão na panturrilha, não esteve à disposição do técnico Fabinho Santos para as partidas contra o Brusque, pelas quartas de finais do estadual, quando o time acabou sendo eliminado.
Segundo o diretor de futebol do JEC, Wilson Martins, o atleta entrou em contato com a direção e pediu a rescisão de contrato. Zezinho abriu mão de todos os acertos que tinha direito, ficando apenas com o salário do mês de julho. A justificativa passada pelo diretor foi que a lesão na panturrilha o afetou, impedindo ele de treinar e jogar. Sendo assim o jogador incomodado com a situação preferiu pedir para sair do clube. O JEC vai contratar um jogador para repor a saída do meia, visando a preparação para a série D do campeonato brasileiro que começa em setembro.
A questão é como o clube profissional contrata um jogador e após 49 dias o contrato é rescindido? O Joinville possui uma condição financeira onde é necessário minimizar os erros na montagem da equipe. Precisa ser realizado um trabalho com qualidade, seguindo critérios que façam os profissionais que chegam ao clube, entrarem em campo e ajudarem a equipe.
O clube não pode esperar a iniciativa do atleta lesionado e incomodado com a situação, vir pedir a rescisão. A direção do clube deveria ter se antecipado e assim negociado a liberação do profissional, tendo mais tempo para fazer a reposição. A impressão que passa é que o clube não se posicionaria a este fato e aguardaria a melhora do atleta.
Esses problemas de falta de critérios nas contratações e montagens das equipes não são novos no clube, mas nessa atual gestão os problemas estão se agravando e atualmente não existe um profissional pago para exercer a função de diretor de futebol. Wilson Martins faz parte da diretoria e é o principal responsável pelas contratações, mas como cobrar de um profissional que faz um trabalho e não recebe para tal?
O que falta para o Joinville é um profissional pago na gestão do futebol, o clube precisa de alguém que conhece o mercado, tenha critérios para estabelecer os perfis das novas peças do elenco e que possa ser cobrado pelos erros. Só assim o JEC pode evitar os constrangimentos futuros como esse da contratação do meia Zezinho.