Ivandro de Souza fala sobre federalização do São José, ronda do capricho e horta comunitária
Décimo quarto candidato da sabatina com os concorrentes a prefeito foi entrevistado pelo jornal O Município Joinville nesta quarta-feira, 4
Profissão: Empresário
Grau de instrução: Ensino médio completo
Número na urna: 19
Confira o perfil completo de Ivandro de Souza.
Ivandro de Souza é o décimo quarto entrevistado da série de sabatinas ao vivo do jornal O Município Joinville que conversará, até 6 de novembro, com todos os 15 candidatos a prefeito da cidade.
Sem formação no ensino superior, Ivandro é empresário do ramo da construção. Aos 19 anos, tornou-se corretor de imóveis e fundou sua própria empresa aos 20.
Esta é a primeira vez que concorre ao cargo de prefeito. A candidatura, da coligação Aliança por Joinville, conta com a vice Angelica Ponciano, professora aposentada.
Durante a transmissão, Ivandro defendeu a federalização do Hospital Municipal São José para reduzir os custos do município com a unidade e investir esta verba em projetos de saúde existentes em seu plano de governo.
Também propôs a criação da Ronda do Capricho, programa que, além de restaurar a área central da cidade e os bairros, tem como objetivo fazer a zeladoria de praças e ambientes que apresentam danos.
Além de criticar o “abandono” na zeladoria da cidade, o candidato também alfinetou a gestão atual por conta da dívida bilionária com o Ipreville e disse ser desnecessário os gastos com aluguel de imóveis, já que a prefeitura possui prédios que estão desocupados.
A fim de valorizar e reconhecer a existência desses imóveis da prefeitura, propôs a criação de uma horta comunitária nesses locais, que além de dar “alimento de qualidade para a população”, tem como objetivo ocupar aposentados e desempregados.
Assista a entrevista na íntegra:
Federalização do São José
Uma das propostas existentes no plano de governo de Ivandro de Souza é a federalização do Hospital Municipal São José. Ele defende que, por também atender pacientes de cidade vizinhas, o hospital é “o verdadeiro hospital regional”, no entanto, gera altos custos para o município e uma das saídas seria repassar esses gastos para a União.
Questionado sobre a possibilidade do governo federal não ter interesse em assumir a unidade de saúde, respondeu: “eu não acredito no interesse do governo em fazer isso, mas eu acredito no meu interesse em fazer e na vontade que eu tenho em contribuir muito com a nossa gente, sobretudo na saúde da população”.
Em sua proposta, caso a União assuma os gastos, que cita ser de R$ 15 milhões, investiria este recurso em outros projetos de seu governo, como o Programa Saúde da Família e na construção de um hospital na zona Sul da cidade.
“O presidente Bolsonaro fez, em Joinville, mais de 83% dos votos. Aliás, foi a cidade no Brasil que mais lhe confiou e mais lhe rendeu votos. Agora é hora de nós pedirmos pra ele e cobrarmos a conta”, afirma.
Ronda do Capricho
Uma das teclas bastante batidas por Ivandro durante a transmissão foi a necessidade de embelezar a cidade que, ao seu ver, foi abandonada nos oito anos de gestão de Udo Döhler.
Inclusive, questionado sobre seus projetos para restaurar a área central e suas praças, afirmou que não apenas o Centro precisa de reformas, mas principalmente os bairros e, para melhorar esta realidade, propõe a criação do programa Ronda Capricho.
Ele explica que o serviço será oferecido nas regiões Norte, Sul, Leste e Oeste de Joinville onde profissionais ficarão fazendo rondas na cidade para detectar e consertar danos em praças, calçadas, meio-fio e placas de rua.
“A cidade, na minha visão, precisa ser como a casa da gente. Ela tem que estar todos os dias pronta para uso. Quando a gente acordar de manhã, a nossa casa tem que estar boa, pronta e organizada. Assim tem que ser a nossa cidade”, defendeu.
Para ele, as praças são um fator primordial para o descanso das pessoas e promete oferecer “atendimento muito especial” na área de lazer.
Dívidas do Ipreville e prédios abandonados
Questionado sobre como pretende resolver a dívida bilionária com o Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Joinville (Ipreville), Ivandro foi enfático: “o que a gente faz com dívidas? A gente paga, sem discussão”.
No entanto, disse que o pagamento não seria feito à vista e enxerga duas possibilidades para este pagamento: uma delas repactuar a dívida e, uma segunda, aumentar a arrecadação pública da cidade, fomentando o desenvolvimento econômico.
“Joinville ficou uma cidade em que o nível de arrecadação, embora seja alto em termos de valores absolutos, mas pela demanda, pela necessidade da cidade, ele é pequeno. Como faremos para deixar a cidade mais rica? Desenvolvendo a economia porque assim ampliaremos a base de arrecadação sem precisar aumentar os impostos e, com isso, sobra dinheiro para fazer as obras e pagar as dívidas que o atual prefeito vai deixar”, alfinetou.
Outro gasto que considera desnecessário que a prefeitura tem é com aluguéis de imóveis, sendo que há prédios públicos que estão abandonados. Ele cita como exemplo o antigo Shopping na rua João Colin, “que a prefeitura paga R$ 135 mil por mês.”
“É como se a pessoa tivesse a sua casa própria e ela abandonasse a casa e fosse pagar aluguel. O que faremos com imóveis desse jeito? Vamos ou utilizar ou vender. Não vamos mais conviver com esse desperdício de dinheiro público. Esse é um compromisso meu”, enfatizou.
Horta comunitária
Citando como a menina de seus olhos, Ivandro falou também sobre seu projeto de Horta Comunitária. Na proposta, pretende utilizar os “quase dois mil imóveis” públicos da prefeitura que encontram-se desocupados e transformá-los em hortas comunitárias, a fim de dar ocupação aos aposentados e desempregados.
A iniciativa, que seria coordenada pela extinta Fundação 25 de Julho, de Pirabeiraba – que prometeu reabrir – teria também como objetivo resgatar o título de voluntariado da cidade.
“Com isso, vamos levar para a mesa do joinvilense alimentos frescos, de qualidade, porque serão orgânicos, produzidos em terremos baldios, perto da casa das pessoas. Essa é a Joinville que eu sonho, que temos um título de capital catarinense de voluntariado, mas este título hoje em dia não serve nem para colocar na parede”, criticou.
Durante a transmissão, Ivandro também falou que a mobilidade urbana é um dos problemas que mais atinge cidades do porte de Joinville, mas declarou que, com relação a obras de infraestrutura, a cidade pouco avançou nos últimos oito anos. Para resolver o problema, além de investir em “vias paradas”, propôs a reabertura da fundação IPPUJ (Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville).
O candidato do Podemos também defendeu que a segurança pública, apesar de ser atribuição do estado, é obrigação de todos e sugeriu criar em seu gabinete, caso eleito, um comitê de segurança pública, onde pretende valorizar as polícias, conselhos de segurança de bairros e serviços de segurança privada.
Ele também citou que nas regiões periféricas da cidade, onde existem ocupações de famílias, há problemas com facções criminosas e disse ser necessário liderar estratégias para a segurança da cidade, “de forma técnica, não política”.
“Não que eu vá andar pelas ruas com uma estrela no peito querendo ser o xerife ou com revólver na cintura pra caçar bandido. Mas o gabinete do prefeito tem que ser o grande articulador da força viva de segurança da cidade. Se eu quero ser prefeito, além das obras que Joinville precisa, uma das premissas é cuidar da população”.