JEC avança em acordo e fica próximo de concretizar investimento para 2025

Clube realizará um acordo de mútuo com investidor do ramo de tecnologia

JEC avança em acordo e fica próximo de concretizar investimento para 2025

Clube realizará um acordo de mútuo com investidor do ramo de tecnologia

Bernardo Gonçalves

O Joinville Esporte Clube (JEC) está próximo de formalizar um investimento por meio de um contrato de mútuo conversível (empréstimo) para a temporada deste ano. A informação foi divulgada pelo presidente do clube, Darthanhan de Oliveira, em coletiva de imprensa na Arena Joinville nesta quarta-feira, 5. Porém, o valor do aporte não foi revelado.

Um contrato de mútuo conversível é um acordo entre um investidor e uma empresa, que no caso é o JEC. O investidor empresta dinheiro à empresa e pode receber benefícios como participação na empresa ou retorno sobre o investimento.

O investidor que negocia com a diretoria já está em tratativas há algum tempo. Nenhum valor ou nome foi divulgado, mas o investidor é do ramo de tecnologia. Nesta terça-feira, 4, o mandatário esteve em São Paulo para realizar uma reunião para alinhar detalhes do acordo.

Com a negociação, há possibilidade de ele ter cotas da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do tricolor, que ainda não está constituída.

“Nestes últimos três, quatro meses é a busca por um investimento para o clube mesmo nós não sendo SAF ainda, o que dificulta, porque se você não é SAF difícil ter um aporte considerável no modelo associativo. Que garantia esse cara (investidor) vai ter?”, ressalta.

“Temos conseguido com esse investidor aportes, inclusive que vai nos ajudar no Campeonato Catarinense já, com uma quantia que não vou abrir, mas em uma modalidade de mútuo enquanto a SAF não está constituída. Ele não está comprando cotas da SAF, mas pode ser revertido para isto”, complementa.

Ainda de acordo com ele, a ideia é conseguir um aporte de R$ 5 milhões em investimentos para a temporada 2025, como já noticiado pelo jornal O Município Joinville ainda no ano passado. Com isso, o orçamento do clube passaria de R$ 7 ou 8 milhões para R$ 12 ou 13 milhões.

SAF

Desde o fim do ano passado o JEC possui uma comissão para discutir em relação a SAF. A equipe possui um modelo de SAF aprovado no conselho deliberativo desde 2021. Confira qual é:

  • 10% do capital da SAF continuar na associação civil (modelo atual).
  • 51% para o investidor qualificado, responsável por assumir as responsabilidades do clube e gerir o futebol.
  • 39% de investidores da comunidade local (comunitário).
Modelo de SAF aprovado pelos Conselheiros do JEC. Foto: Brizola e Japur/Reprodução

Porém, ainda não foi constituída de fato. É preciso ser aprovada pelos sócios em assembleia-geral. Não há um prazo estimado para isto ocorrer. “Não posso falar de SAF enquanto ela não existe. O clube a intenção e vai se transformar (em SAF), mas tem um rito que precisa ser seguido”, explica Darthanhan.

O presidente destaca a confiança do investidor em aportar valores no clube mesmo antes deste movimento ocorrer. “Não é qualquer empresa e instituição que coloca dinheiro antes da constituição realizada. E depois pode ser revertido em cotas da SAF ou não, pode ser um mútuo que pode ser pago o que foi investido.”

Reuniões

Darthanhan de Oliveira não deu detalhes das decisões que foram tomadas na reunião com o investidor que ocorreu nesta terça-feira, mas informou que haverá uma reunião da comissão da SAF já nesta sexta-feira, 7, e outra daqui a duas semanas com o Conselho Deliberativo para apresentar uma formatação de SAF.

“Passamos o dia inteiro neste investidor lá em São Paulo, chegamos às 11h e saímos 20h, formatando esse desenho de investimento no clube, discutindo as porcentagens e respeitando o que o clube já aprovou, com cotas minoritárias, com qual porcentagem seria de controle”, exemplifica.

“O que posso confirmar é que não vamos seguir aqui no Joinville aquelas formas mirabolantes que a gente escuta por aí. ‘Ah, vamos dar R$ 200 milhões em dez anos’. Você entrega o clube em 60 dias e você não tem garantia de cobrar que o investidor aporte os valores prometidos. Não vamos seguir neste modelo. Devemos ser uma referência sobre formatação de SAF, do que o clube precisa ano a ano para onde ele precisa chegar”, reforça.

É importante ressaltar que no acordo realizado pelo JEC na recuperação judicial precisa repassar uma porcentagem de receitas extraordinárias para o pagamento aos credores.

A reportagem do jornal O Município Joinville questionou sobre esta questão com o presidente, que informou que já está marcada uma reunião com o administrador judicial e o advogado Felipe Lollato, um dos responsáveis pelo andamento do processo de recuperação do clube, para poder saber como o aporte será “acomodado” nas obrigações que o JEC tem atualmente.

O que é uma SAF?

Em 2021, foi sancionada a lei 14.193, que institui a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Ela visa estimular que clubes de futebol sejam transformados em empresas de sociedade anônima, podendo, inclusive, emitir títulos no mercado, com a regulação dos clubes pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A nova lei, no entanto, proíbe o controle cruzado de mais de um clube por uma mesma empresa. Para tanto, não permite, ao acionista controlador, ter participação direta ou indireta em outra SAF; nem a integrantes dos conselhos administrativo e fiscal que integrem outras sociedades de futebol, federações ou confederação de futebol, atleta profissional, treinador ou árbitro.

Por outro lado, a nova lei permite aos clubes o parcelamento de suas dívidas, bem como a separação entre obrigações civis e trabalhistas, sem serem repassadas à nova empresa responsável por administrar a atividade futebolística.

O clube poderá receber da nova SAF parte da renda obtida com o futebol. Atualmente, os clubes de futebol são classificados como associações civis sem fins lucrativos.

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