JEC pode deixar de existir se recuperação judicial for negada; entenda
Presidente do conselho deliberativo do clube criticou a decisão; time ainda não se manifestou
Presidente do conselho deliberativo do clube criticou a decisão; time ainda não se manifestou
O presidente do conselho deliberativo do Joinville, Darthanhan Oliveira, classificou como um “tremendo absurdo” a decisão da diretoria do clube em pedir recuperação judicial pela dívida de R$ 46 milhões. De acordo com ele, caso a Justiça negue o pedido, o JEC teria que decretar falência, sendo possível até ser refundado e recomeçar na terceira divisão do Campeonato Catarinense.
Em tom crítico, ele afirma que um fato que compromete o futuro do clube pelos próximos 10 ou 20 anos não pode ser decidido por uma gestão que será encerrada daqui a cinco meses, quando o clube terá novas eleições.
Darthanhan afirma que procurou especialistas sobre o tema e todos apontam que apenas 1% das empresas conseguem sair da recuperação judicial, enquanto 99% vão à falência. “Defendemos que este é um assunto que deve ser amplamente debatido e não decidido por ‘meia dúzia’ de diretores”, fala.
Nesta segunda-feira, 23, conforme noticiado com exclusividade pelo colunista do jornal O Município Joinville, Raul Sartori, o JEC deu entrada com pedido de recuperação judicial. A Justiça decidirá se o aceita ou não. A medida é um processo no qual cria-se, com intermediação de juízes, um acordo entre uma empresa que está passando por dificuldades financeiras e seus credores
O caso está em segredo de justiça e aos cuidados de Luis Paulo Dal Pont Lodetti, juiz da 4ª Vara Cível da Comarca de Joinville. O diretor do conselho deliberativo diz que, em caso de recusa, pode ser decretada a falência do clube. “Não temos sequer condições de avaliar a sua qualidade e a real possibilidade de execução. Fico extremamente preocupado com a aplicabilidade de um plano desses”, analisa.
Neste caso, o Joinville corre o risco de ter que começar do zero. “O clube como conhecemos hoje deixaria de existir. Um novo precisaria ser formado, se os torcedores quiserem. Começaria do zero, da terceira divisão do Campeonato Catarinense”, lamenta.
De acordo com Darthanhan, o conselho deliberativo do Joinville não foi consultado sobre a decisão de pedir uma recuperação judicial. “Quem deveria ser ouvido são os sócios, que pagam fielmente sua mensalidade mesmo em um clube sem série”, crava.
Para ele, o assunto se trata de uma questão de moralidade e transparência. “Fere qualquer princípio de governança. Estamos estudando as medidas judiciais cabíveis, pois, diálogo, esta diretoria já demonstrou que não deseja”, finaliza.
Procurada pela reportagem do jornal O Município Joinville, a assessoria de comunicação do Joinville afirmou que o presidente do JEC, Charles Fischer, não irá conceder entrevista sobre o tema, porém, o clube deverá publicar uma nota oficial.
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