Joinvilense que tinha sonho de ter família grande engravida de gêmeos duas vezes
Elisa Biatobock Felicio, de 36 anos, é mãe das gêmeas Stela e Sofia, de 8 anos, e Henrique e Heloisa, de 4 anos
Elisa Biatobock Felicio, de 36 anos, é mãe das gêmeas Stela e Sofia, de 8 anos, e Henrique e Heloisa, de 4 anos
Uma gestação gemelar sempre é motivo de surpresa ao descobrir uma gravidez. A joinvilense Elisa Biatobock Felicio, de 36 anos, viveu essa experiência em duas gestações. Neste especial de Dia das Mães, o jornal O Município Joinville conversou com Elisa que é mãe das gêmeas Stela e Sofia e dos gêmeos Henrique e Heloisa e sempre sonhou com uma família grande.
Mesmo com o sonho de construir uma família, quando adolescente Elisa cogitou a ideia de ir para um convento e viver a vida religiosa. Chegou a conseguir uma vaga para ir para Florianópolis, porém o desejo de ser mãe fez com que ela recusasse a ideia. “Eu sempre tive o sonho de ser mãe e eu sabia que daquela forma não conseguiria viver esse dom. Também me imaginava com uma família grande com quatro ou cinco filhos”, conta. O que preocupava Elisa eram as gestações.
Em seu primeiro relacionamento, Elisa não conseguiu engravidar. Por isso, ela ficou com receio de que não pudesse ter filhos facilmente. Após conhecer o atual marido, Ricardo Felício, de 35 anos, foi surpreendida em sua primeira gestação. “Meu marido sempre dizia que queria gêmeos, mas eu nunca levei a sério já que é algo difícil. Muitas pessoas fazem até tratamento para isso”, relata.
A gravidez de Stela e Sofia foi planejada. E em 2015, Elisa descobriu que estava grávida. Mesmo com histórico de gêmeos na família, a joinvilense não acreditava que poderia ser uma gestação gemelar. Porém, no ultrassom, recebeu a grande notícia. “Foi uma emoção muito grande porque era uma coisa que eu e meu marido queríamos muito. Isso me alegrou demais”, relembra.
A gravidez foi de risco, pelo fato de ser gemelar e também porque Elisa passou por uma cirurgia bariátrica anos antes. “Tive falta de vitaminas, anemia e precisei de reposição de ferro. Pelo acompanhamento com vários médicos, descobri que tenho poliovulação, no caso eu ovulo mais do que o normal e toda gravidez há o risco de ser gemelar”, explica Elisa.
Em alguns momentos, a joinvilense precisou ficar internada e de repouso, chegando a viajar para Brusque, uma cidade no Médio Vale do Itajaí, por conta da falta de vagas particulares na UTI neonatal. Elisa e o marido conseguiram voltar para Joinville em dezembro. As gêmeas nasceram no dia 7 de janeiro e o parto foi prematuro com 29 semanas.
Neste dia, Elisa tinha uma consulta na Maternidade Darcy Vargas, porém ao chegar no local descobriu que estava com cinco dedos de dilatação. Por falta de leitos, ela precisou ser encaminhada para o Hospital Dona Helena.
“O parto foi cesárea porque Stela estava com a mão na cabeça, então poderia machucar o braço ou engatar na irmã. O parto em si foi tranquilo”, lembra. As gêmeas nasceram às 22h do mesmo dia, porém por não atingirem o peso mínimo de 2 quilos para deixar a maternidade, elas precisaram passar três semanas no hospital.
Elisa explica que foram duas semanas de UTI e uma no quarto, para a monitoração do peso e da alimentação das recém-nascidas. “Esse foi o período mais difícil de toda a criação delas, principalmente no primeiro dia da UTI quando eu voltei para casa e elas ficaram. Foi a pior noite da minha vida”, conta.
Assim como a primeira, a segunda gestação também foi planejada. Elisa conta que as gêmeas queriam muito irmãos e o desejo dela e do marido de serem pais novamente começou a aflorar. “Decidimos tentar e depois de um tempo comecei a ficar enjoada. Fiz o teste de farmácia e o de sangue, mas os dois deram negativo. Mesmo assim eu sentia que estava grávida”, relata.
No dia 29 de dezembro de 2017, Elisa começou a passar mal e foi ao hospital dias depois. No local, um exame beta foi realizado e a gravidez foi confirmada. “A gente ficava se perguntando se fosse apenas um bebê e como seria diferente, pois nos acostumamos a cuidar de dois”, lembra Elisa.
Na primeira ultrassom, no entanto, foi confirmado que a joinvilense estava grávida novamente de uma gestação gemelar. “Foi muito emocionante para a gente essa descoberta porque as gêmeas estavam no momento, ficaram felizes e ouviram os corações dos bebês em família. É uma memória muito calorosa”, conta.
Essa gestação, por conta de toda a experiência, foi mais tranquila. Elisa conta que se cuidou mais, ficando mais em repouso e repondo vitaminas. Mesmo assim, o parto precisou ser cesárea, já que os gêmeos estavam com mais de 2 quilos cada, dificultando a circulação das pernas de Elisa. Os gêmeos nasceram em julho de 2018. “Eu cheguei no hospital sem conseguir mexer as pernas por conta disso. Mesmo assim, o parto foi muito tranquilo e eles não precisaram de UTI”, conta.
Elisa conta que, durante toda a segunda gestação, cuidou para que as filhas mais velhas e, posteriormente, os filhos mais novos tivessem suas individualidades. “Eu não queria que eles sentissem que estavam perdendo o espaço deles. Acho que isso foi essencial para que eles crescessem apoiando um no outro”, relata.
A ajuda vindo das irmãs mais velhas se resumia em participar de momentos básicos. “Na época, elas chegaram a dar a mamadeira para os gêmeos ou ajudaram a colocar a fralda no lixo, mas nunca passou disso”, lembra.
Atualmente, os quatro irmãos são companheiros e “grudados”, como Elisa define eles. E foram eles que a ajudaram a realizar um sonho. “Hoje ser mãe é uma realização, é um dom. Eu me vejo como uma pessoa especial e escolhida por Deus, ter eles é uma benção muito grande”, conclui.