Joinvilenses veem soltura de pipa como esporte e organizam até competições; conheça prática

Joinville tem competição e festivais destinadas à prática

Joinvilenses veem soltura de pipa como esporte e organizam até competições; conheça prática

Joinville tem competição e festivais destinadas à prática

Yasmim Eble

Considerado por muitos uma brincadeira de criança, a arte de soltar pipa já é uma opção de esporte e lazer para diversos moradores de Joinville e região. A atividade vem ganhando diversos adeptos, com um público apaixonado e que, até mesmo, participa de campeonatos e encontros semanais. Esse é o caso de Denilson da Silva, conhecido como Deno, que solta pipa desde os cinco anos de idade.

Agora, com 30 anos, ele coordena os campeonatos, festivais e vende pipas para o público da cidade. Segundo ele, a demanda em Joinville vem crescendo. “Temos grupos cheios de praticantes todos os fins de semana. Houve uma explosão muito grande após a pandemia, com muitas pessoas retornando à prática por conta de seus filhos”, explica. 

Venda das pipas são realizadas em lojas especializadas no material do objeto. | Crédito: Alves Pipas

Muitas famílias, como forma de estreitar laços após a pandemia de Covid-19, passaram a praticar a modalidade. A demanda é tanta que, muitas vezes, é necessário buscar o material para construir a pipa fora de Joinville, pois a quantidade dos materiais disponíveis na cidade não é suficiente para a produção. 

Para Denilson, a pipa vem evoluindo. “Ela deixou de ser um simples objeto e hoje em dia todas as pipas tem seus modelos e suas funções”, conta. Segundo ele, há materiais próprios para determinadas regiões e funções. Há pipas para competição, que são mais rápidas e podem realizar manobras mais diferenciadas. 

Outra opção são as pipas artísticas e as pipas bamboo, mais utilizadas no lazer. “Nas pipas de competição é necessário utilizar o bambu de vareta central e fibra. A seda continua sendo o principal foco para encapar a pipa, deixando ela mais bonita e chamativa”, conta.

Além destes detalhes, o papel holográfico passou a ser utilizado, junto há pipas personalizadas por artesãos aptos para realizar o trabalho.

Prática sem idade

Com campeonatos mistos e sem restrição de idade, Joinville é palco de diversas competições familiares propostas e divulgadas pelos próprios pipeiros da cidade. O objetivo é difundir a ideia e a prática da pipa como um esporte. 

“No último campeonato em outubro, por exemplo, 48 equipes se inscreveram. E tudo é organizado e realizado como em outros esportes”, conta Denilson. Quem também participa de campeonatos é o jovem de 22 anos, Luiz Fernando Alves Pereira. 

Ele é dono da Alves Pipas e pratica desde os 7 anos. “Sempre gostei e pretendo nunca parar. Também gosto de incentivar as crianças a entrarem para a prática”, relata o joinvilense. Ele participa da equipe Tropa do Morro, um grupo de pipeiros que compete em diversos eventos em Curitiba, Florianópolis e outras regiões.

Grupo Morro do Meio em um dos campeonatos em Joinville. | Crédito: Eq Tropa Morro do Meio

“A arte da pipa é muito importante para as pessoas, principalmente os mais novos. É algo que merece apoio porque é uma prática que pode salvar a vida de alguém”, explica Luiz. O mesmo pensamento é compartilhado por Denilson, que participa e organiza campeonatos na região. “A pipa já não é mais uma brincadeira para a gente. Estamos em um momento que a pipa se tornou um esporte”, relata Denilson. 

Segundo o joinvilense, todos aqueles que se interessarem pelo esporte podem procurar a sede da Amorabi, no Itinga, onde os praticantes se concentram todos os fins de semana. “Lá damos dicas de como fazer a pipa, como colocar rabiola e sempre ajudamos quem quer iniciar”, completa.

Pipódromo em Joinville

Um dos sonhos de Deno e outros praticantes do esporte é a criação de um Pipódromo em Joinville, local próprio para a prática de empinar pipa. “Temos esse projeto desde 2018 para um local mais seguro. Temos atualmente um espaço no bairro Paranaguamirim, do tamanho de um campo de futebol, para praticar o esporte”, conta.

Para ele, o pipódromo seria um espaço ideal. Algumas cidades de São Paulo e no Rio de Janeiro já são adeptas aos espaços, que foram construídos por órgãos públicos para fomentar a prática. “Sabemos os riscos das linhas e principalmente do mau uso das pipas, por isso acreditamos na educação sobre a prática. Não adianta criminalizar, sem educar”, completa. 

A reportagem do jornal O Município Joinville entrou em contato com a Prefeitura de Joinville, que relatou, por meio da Secretaria de Esportes, que neste momento não há planejamento para a construção de um pipódromo na cidade.

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