“Joinville é minha base”: conheça a história de Gabriel Sara, titular do São Paulo
Jogador sonha com títulos e Copa do Mundo
Jogador sonha com títulos e Copa do Mundo
Nascido no bairro Guanabara, Gabriel Sara, 21 anos, é um dos grandes nomes do São Paulo atualmente. Titular em um dos principais clubes do país, o garoto da zona Sul de Joinville já coleciona gols e título na equipe paulista, além de convites para atuar em times internacionais, como o Barcelona.
Neste ano, ele ajudou o Tricolor a conquistar o Campeonato Paulista contra o Palmeiras, troféu que o time não levantava desde 2005.
Já na infância, com 5 anos, o talento despontava nos campos do bairro Itaum, em Joinville. Foi nesta região que o jogador deu os primeiros pontapés em uma bola, onde treinava na escolinha de futebol do Fluminense e era treinado pelo seu pai, Jorge Sara, ex-jogador do JEC.
Desde criança, o futebol era o brinquedo e o lazer de Sara. Seja na escola, nas ruas ou campinhos do bairro, o grande momento no dia do jovem envolvia a prática do esporte. Entre um tricolor e outro, com 13 anos, o sonho passou a se tornar mais real. Para chegar no momento atual, porém, Gabriel precisou enfrentar inseguranças, tristezas e até solidão.
À época, Gabriel começou ir a São Paulo (SP), acompanhado de sua avó, para realizar testes no tri campeão mundial. Após boas exibições, veio o convite para fazer parte do clube. Com a novidade, uma brusca mudança de vida: morar no alojamento de Cotia, o centro de treinamento da equipe.
Estar sozinho era mais difícil que driblar zagueiros. “Foi bem difícil, tinha muitas saudades da minha família e amigos. Chorava bastante”, lembra Gabriel. Entretanto, o que parecia ser um caminho isolado, mudou com o tempo. “Acostumei com o local, ‘tirei de letra’. Depois de um tempo já me sentia mais tranquilo em São Paulo do que em Joinville”, conta.
Tímido, o jogador diz que já é reconhecido por torcedores nas ruas, que pedem para tirar foto, e autógrafos. No pouco tempo livre que tem, gosta de conhecer restaurantes da metrópole.
Distante das redes sociais mesmo com 162 mil seguidores no Instagram, o atleta cita que prefere ser discreto. “É o meu jeito, sou mais na minha. Não julgo quem aparece com frequência, mas prefiro ser assim”, complementa.
Com a responsabilidade de trilhar os caminhos de profissão do pai, Sara destaca que nunca pensou ser outra coisa a não ser jogador de futebol. “Senão isso, eu nem sei o que seria. Nunca tive tempo de escolha, saí muito cedo de casa para seguir meu sonho e hoje estou realizando ele”, destaca.
Peça-chave no meio-campo do Tricolor paulista, Gabriel Sara estreou no elenco profissional em 2017, em uma partida histórica: despedida de Lugano, zagueiro uruguaio e um dos maiores ídolos da torcida. Com 60.485 pessoas na arquibancada, o confronto terminou empatado por 1 a 1, contra o Bahia. “Foi um momento bem mágico para mim”, exalta.
Apesar da alegria naquele dia, as incertezas voltariam a fazer tabela com o jogador. Logo após o duelo, Gabriel voltou para as categorias de base, tornando o caminho incerto novamente.
Entretanto, a carreira passaria a se consolidar no fim de 2019. Dalí, Sara se mantêm no elenco principal do clube. “Agora eu posso dizer que eu realizei meu sonho. Estou mais firme e mais maduro e assinei um contrato novo”, ressalta.
Jogando ao lado de atletas consagrados como o zagueiro Miranda e o lateral-direito Daniel Alves, o garoto classifica como “mágico” também o fato de ser treinado por Hernán Crespo, que, quando jogador, conquistou a Champions League pelo Milan, campeonato mais importante de clubes do mundo. “São pessoas que eu via na televisão, no videogame e hoje estou com eles. Parece uma loucura”, compartilha.
Com passagens pelo JEC entre 1995 e 1999, Jorge Sara já cumpriu dupla função com Gabriel: ser pai e o primeiro treinador. Ele afirma que o período nos campos do Fluminense de Joinville foi uma parte importante da vida, e destaca que o filho sempre demonstrou muita vontade e qualidade.
O potencial de Gabriel já se destacava desde os primeiros momentos de vida. Com 5 ou 6 anos, conta o pai, o filho já era considerado o melhor jogador de futsal de Joinville. Em um campeonato realizado em Balneário Camboriú, a qualidade conquistou fãs internacionais. “Times da Argentina pediam para tirar foto com ele”, relembra.
Para Jorge, a ida de Gabriel ao São Paulo é uma realização que sempre desejou para ele. “A família inteira ficou radiante quando me ligaram pedindo autorização para ele morar no alojamento”, conta.
Já em São Paulo, após ligações do meio-campo chorando de saudades da família, foi o pai quem o manteve no caminho do sonho. “No momento que ele quis desistir me deu uma dor no coração. Era muito talento para desperdiçar”, ressalta.
Mesmo deixando Joinville quando ainda era adolescente, Gabriel guarda boas memórias e afeto com a cidade. “É a minha base”, analisa.
Ele expõe que deixa claro para o pai, Jorge Sara, que quando encerrar a carreira, voltará a morar em terras joinvilenses. “Falo muito bem da cidade por onde passo”.
O atleta cita que tudo que considera importante em sua vida está em Joinville: família, amigos e lembranças. “É minha cidade e tem tudo que é precioso para mim”.
Apesar de já vencer o Paulista e ser reconhecido por fãs, Gabriel Sara deseja obter conquistas maiores que isso.
O meio-campo afirma que ainda quer ganhar diversos títulos com o São Paulo, jogar na Europa, de preferência no Chelsea e, por fim, o ápice: disputar e vencer uma Copa do Mundo pela Seleção Brasileira.
Centrado e com objetivo de fazer história no São Paulo, Gabriel já foi sondado por times como Benfica, Sevilla, Valência e, em 2018, recusou a mais grandiosa das propostas: Barcelona.
Mesmo sendo para integrar a equipe “B”, a equipe catalã ofereceu ótimo salário e toda estrutura exemplar, mas, mesmo assim, insuficiente para tirar o atleta do Morumbi. A justificativa é o desejo de deixar um legado antes de partir, com conquistas de títulos e o nome na história da instituição.
Os passos, para ele, devem ser dados aos poucos, sem pressa. “Eu sou bem paciente. Tenho o meu maior sonho de jogar Copa do Mundo, mas ainda tenho apenas 21 anos e não quero pular etapas”.
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