Joinville é a segunda cidade catarinense com mais imigrantes venezuelanos; veja dados

Município está na 12ª posição no ranking nacional

Joinville é a segunda cidade catarinense com mais imigrantes venezuelanos; veja dados

Município está na 12ª posição no ranking nacional

Lucas Koehler

Joinville é a segunda cidade de Santa Catarina com mais venezuelanos. De acordo com dados de maio, da Organização Internacional para as Migrações (OIM), das Nações Unidas, o município tem 1.244 imigrantes da Venezuela morando na região. O município está na 12ª posição no ranking nacional.

A maioria são crianças, de 0 a 4 anos, chegando a 14%. Entre os adultos, a maior parte é formada por pessoas 25 a 29, registrando 12%.

Nas motivações para imigrar a Joinville, a reunião social é a principal (71%). Neste quesito, o imigrante venezuelano vem à cidade com local para ficar durante alguns dias. O fator é seguido por reunificação familiar (14%) e vaga de emprego sinalizada (7%). Outros 8% se enquadram como “sem informação”.

Ao todo, 27% dos venezuelanos que residem no município afirmam ter alguma necessidade específica. Proteção legal e física lidera este cenário com 45%.

Chapecó está no topo do ranking catarinense com 2.614 venezuelanos. Entre os cinco primeiros, ainda estão Balneário Camboriú, somando 894; Florianópolis, que registra 882; e São José, totalizando 541.

Nacionalmente, Joinville tem mais imigrantes da Venezuela do que cidades como Belo Horizonte (MG), Porto Velho (RO), João Pessoa (PB) e Campinas (SP).

Reconstrução de vida em Joinville

Nascida em Valência, no interior da Venezuela, Selenia Jimenez, de 45 anos, se mudou para Joinville em janeiro de 2020. Na cidade, ela mora no bairro Adhemar Garcia, com quatro filhos e três netos.

A decisão de imigrar, segundo ela, se deu por uma má condição econômica na Venezuela e para oferecer melhores condições de vida para a família. Selenia conta que conheceu uma pessoa em Joinville e, por ela, soube que a região tinha emprego. O desejo de melhores condições encontrou barreiras ao chegar no município. “Eu não falava português, não entendia nada, estava em outro mundo”, conta.

Com apenas R$ 15, ela optou pelo almoço, abrindo mão dos passes de ônibus para ela e dois filhos chegarem na prefeitura, onde iria pedir ajuda. “Fui almoçar no restaurante popular, precisei andar até à prefeitura”, lembra. Por não conhecer a cidade, os passos duraram horas, das 12h às 16h30, com incontáveis perdas de direção.

Selenia, no centro, com seus dois filhos, quando completou cinco meses morando no Brasil Foto: Arquivo pessoal

Já na prefeitura, a Secretaria de Assistência Social ofereceu a casa de repouso da Mãe Jacila para ela e a família, onde ficaram por três meses. A hospedagem foi fundamental para a sua vivência em Joinville. “Sou muito agradecida. Ela é correta, de coração muito grande. Como dizem no meu país: super espetacular”, afirma.

Apesar de classificar o município como um lugar de paz e tranquilidade, ela lamenta já ter sofrido preconceito em terras joinvilenses. O caso aconteceu em uma agência bancária, na qual após pedir ajuda a um funcionário, a imigrante ressalta ter sido tratada com desprezo e raiva. “Falou que eu precisava ir em outro lugar, pois não entendia de nada”, cita. Nesta situação, Selenia explica que apenas precisava de ajuda para sacar o dinheiro destinado ao pagamento do aluguel onde mora.

Zeladora, a venezuelana destaca o sonho de se formar, trabalhar como técnica de enfermagem e continuar morando em Joinville. “Não quero voltar para a Venezuela. Quero comprar uma casa em Joinville, morar com os meus filhos. Aqui existem muitas possibilidades”, finaliza.

Ações sociais aos imigrantes venezuelanos

De acordo com a secretária de Assistência Social de Joinville, Fabiana Cardozo, a cidade recebe imigrante de diversos países, entretanto, Haiti e Venezuela são os principais. Para facilitar a vida de quem chega na cidade, uma das ações da prefeitura é colocar diferentes idiomas nos materiais do Cadastro Único (CadÚnico), como o espanhol e créole.

Fabiana explica que, em 2020, durante no início da pandemia da Covid-19, o Brasil fechou a fronteira com a Venezuela, o que dificultou o dia a dia de quem entrou no país depois deste período. Após reuniões com a Polícia Federal e Defensoria Pública, foi possível realizar documentações dos imigrantes, evitando que fossem deportados.

Em Joinville, os venezuelanos recebem atendimento, principalmente, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), onde têm acesso a diversos programa sociais como o Auxilio Brasil e Gás, refeições gratuitas de Restaurante Popular, além do encaminhamento ao mercado de trabalho. “Exceto a questão do voto e servir o Exército, o imigrante tem todos os direitos”, ressalta a secretária.

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