Joinville é segunda cidade que mais consome energia residencial em Santa Catarina
Ao total foram 383.280,604 megawatts-hora consumidos em casas no primeiro semestre de 2023
Ao total foram 383.280,604 megawatts-hora consumidos em casas no primeiro semestre de 2023
Joinville ocupa a 2ª posição no ranking de cidades catarinenses com maior consumo de energia elétrica residencial. De janeiro a junho de 2023, foram consumidos 383.280,604 megawatts-hora (mWh) em residências.
Historicamente Joinville ocupa a posição de grande consumidora. Segundo dados da Celesc, o aumento no consumo principalmente nos últimos cinco anos tem relação direta com maior acessibilidade para comprar ar-condicionado, o grande vilão das faturas de energia. Além disso, a quantidade de consumidores também cresceu. Conforme o Censo 2022 do IBGE, a população de Joinville cresceu em mais de 100 mil habitantes desde 2010.
De junho de 2018 a junho de 2023, a Celesc registrou 25.912 novas unidades consumidoras de energia na cidade. Esse aumento corresponde a aproximadamente 13%.
Em junho de 2018 haviam 199.046 unidades que consumiram 4.4592,65775 mWh. Já em junho de 2023, 224.958 unidades consumiram 5.4446,761 mWh. Os destaques de consumo costumam ser janeiro, fevereiro e março em Joinville, como mostram os dados.
Segundo Wagner Vogel, gerente regional da Celesc em Joinville, a alta do consumo nessa época do ano pode ser explicada por alguns fatores. O primeiro deles é o calor do verão, fazendo com que os aparelhos de ar-condicionado fiquem ligados por muitas horas. Além disso, o mês de março e janeiro são longos, com 31 dias, ponto ressaltado por Wagner como decisivo no alto volume de consumo.
Nos anos da pandemia da Covid-19, Wagner explica que um novo padrão de consumo foi percebido em Joinville. Embora a indústria tenha parado por apenas dois meses, um incremento foi percebido na classe residencial.
“Com o home office as pessoas começaram a usar o ar-condicionado em casa”, reforça. Dessa forma, além de ficar ligado durante a noite, por cerca de oito horas, os aparelhos passavam quase o dia inteiro ligados.
Outros aparelhos que precisam de um grande volume de energia e podem ser considerados vilões das faturas são os chuveiros elétricos, ferro de passar roupa e as secadoras de roupa. Mesmo assim, o coordenador regional explica que o impacto é muito menor do que os refrigeradores de ambiente devido ao tempo que passam ligados.
A retomada do trabalho presencial causou outra mudança no consumo de Joinville, que reduziu o uso de energia residencial. “No passado a gente tinha aquele horário de verão que tinha objetivo de deslocar o consumo da iluminação pública mais tarde”, explica Wagner.
“Com isso, as pessoas chegavam em casa, tomavam banhos e depois se ligava a energia pública, era um alívio ao sistema”, detalha o coordenador. Ele explica que a medida desafogava o sistema, reduzindo as chances de sobrecarga. “Hoje a gente não faz porque o pico é às 14h, quando as pessoas voltam do almoço e as empresas ligam o ar condicionado”, complementa.
A fatura de energia chega na casa das pessoas impressa na folha da Celesc, mas a empresa tem um papel limitado no sistema de fornecimento de energia. O ciclo da energia começa nas geradoras, como as usinas hidrelétricas, passa para a transmissora, como a Eletrosul, para enfim chegar nas subestações da Celesc.
Conforme explica o coordenador regional, a empresa é a única desse ciclo que tem contato direto com o consumidor. “A Celesc atua como uma caixa registrado do sistema elétrico, a gente paga o transmissor, o gerador e os impostos dessas operações”, conta Wagner.
De uma fatura de R$ 100, por exemplo, cerca de R$ 15 vão para a Celesc. Esse recurso permite pagar a operação e os investimentos da companhia. Outros R$ 50 são utilizados para pagar a geradora e transmissora e os R$ 35 restantes vão para encargos e impostos.
Por ser a distribuidora, a Celesc responde ao mercado. Quando aumentos são percebidos na fatura, Vagner explica que eles estão associados principalmente com novos investimentos, com os custos distribuídos por todos os consumidores.
Entretanto, ele reforça que todas as operações são monitoradas pela Aneel, que impede a empresa de fazer investimentos considerados imprudentes. Caso a Celesc opte mesmo assim em realizar tais investimentos, os valores não podem ser repassados ao consumidor.
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