Joinville já registrou 210 casos de coronavírus em servidores municipais da saúde
Dois deles morreram por causa da doença desde o início da pandemia
Dois deles morreram por causa da doença desde o início da pandemia
Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde de Joinville, solicitado pelo O Município Joinville, aponta que o município registrou 210 casos positivos de coronavírus em profissionais da pasta até quarta-feira, 17. Isso representa 7% dos 3 mil servidores da área.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são as que somam mais casos entre os funcionários, com 171 confirmados até o momento. De acordo com o secretário Jean Rodrigues da Silva, todos foram afastados das suas funções.
Apenas na UBSF do Itaum, sete servidores foram detectados com a doença. Todos estavam assintomáticos e foram afastados por sete dias.
O Hospital Municipal São José já teve 30 casos de funcionários confirmados com o novo coronavírus. Dez deles ainda estão afastados do trabalho. Nas unidades de Pronto Atendimento (PA) foram nove casos positivos, todos já voltaram aos serviços.
Nas últimas semanas, a Saúde de Joinville fez três mil testes PCR com os servidores, onde o DNA do paciente é colhido pelo nariz. Três resultados deram positivos. Nem todos os funcionários realizaram o exame, mas quem fez, precisou se deslocar.
Para o Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville e Região (Sinsej), o ideal seria que os exames fossem realizados nas unidades de trabalho, já que em muitas ocasiões, o deslocamento dificulta o contato com os trabalhadores.
Testes rápidos também estão sendo realizados. O laudo fica pronto em 20 minutos. “Estão na linha frente, não é nada mais justo”, afirma o secretário Jean Rodrigues da Silva.
O Secretário explica que quando o servidor testa positivo para a doença, mas está assintomático, o afastamento é de uma semana. Se com o decorrer do tempo forem apresentados sinais, o afastamento poderá ser feito por mais sete dias.
A reivindicação do Sinsej neste sentido é que um reteste seja feito quando o profissional voltar ao setor, como uma forma de garantia de que o vírus tenha saído do corpo.
Com as infecções dos servidores e, consequentemente, o afastamento, além do aumento de casos na cidade, o sistema de saúde precisou de reforço. “Contratamos mais de 300 pessoas para atuar na linha de frente”, afirma o secretário.
Jane Becker, diretora-presidente do Sinsej, reclama que a entidade não consegue contato com a prefeitura. Segundo a dirigente, a comunicação com o poder público piorou durante a pandemia. “Momento que mais precisa de diálogo, não presencial, mas que fosse online. Deveria haver essa coletividade”, defende.
O Sinsej teria solicitado por ofício os números de servidores contaminados, mas não foram respondidos.
A diretora-presidente afirma que o sindicato tem ido aos locais de trabalho orientar os servidores. Eles tem sido orientados a avisarem a entidade quando forem afastados. O Sinsej tem cobrado a testagem dos profissionais e a entrega dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI).
O secretário da Saúde, porém, garante que eles estão sendo entregues. “100% dos profissionais tem acesso aos EPIs, que depende do quanto a pessoa está na linha de frente”, afirma Silva.