Joinville registra aumento de até 41,42% em preços de alimentos
Especialista comenta como alteração no preço pode afetar famílias
Quem tem ido ao mercado nos últimos dias se deparou com a alta no preço dos alimentos básicos de consumo. Em Joinvile, houve alteração de até 41,42% no valor dos itens, segundo aponta a pesquisa de produtos de cesta básica do Procon, divulgada nesta semana.
Conforme os dados, os itens que sofreram maior alteração foram o tomate (41,42%), o óleo de soja (36,93%), a cenoura (25%) e o arroz (23,52%). De acordo com o professor e mestre em economia Fabiano Dantas, esta alta nos preços não está sendo causada pela inflação, que apesar de contribuir no valor dos alimentos, está tecnicamente controlada.
Na aviliação do especialista, uma das explicações deste aumento é o desequilíbrio entre oferta e demanda destes bens. No caso do arroz, por exemplo, explica que houve ainda uma redução da produção e aumento no consumo interno e externo.
“A alta do dólar contrubui pra isso, além do crescimento das exportações neste período de pandemia”, aponta Dantas.
Alta nos preços afeta os mais pobres
Dantas afirma que a alta considerável no preço dos alimentos tem afetado diretamente os mais pobres. Com a renda escassa neste período de pandemia do novo coronavírus, apesar de Santa Catarina apresentar um comportamento mais desenvolvido com relação ao restante do país, a maioria dos consumidores ganha de um a cinco salários mínimos e gasta uma boa parte desta renda com alimentação.
Além disso, cita que este acréscimo, por ter ocorrido em itens de grande consumo, como arroz, tomate e óleo de soja, é de difícil substituição, já que são pratos que fazem parte da cultura da população.
“O consumidor, principalmente o de baixa renda, sente de maneira muito firme o golpe do aumento nestes preços e isso impacta em todo o orçamento dessas famílias, pois acaba sobrando menos recursos para outras funções”, explica.
Associação de supermercados acompanha reajuste
A Associação Catarinense de Supermercados (Acats), por meio de nota, afirmou que tem acompanhado de perto a questão de reajustes de preços de produtos apresentados pelos fornecedores.
No entanto, como representa um segmento que tem contato com o consumidor final, não com fabricantes e forcecedores de produto, o setor supermercadista diz não ter responsabilidade na formação de preços.
Ainda assim, por intermédio da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), busca dialogar com as representações setoriais da indústria e do Governo Federal, para que “eventuais necessidades de reajustes de preços de produtos sejam minimizados ao máximo, principalmente neste período de dificuldades excepcionais pela ocorrência da pandemia”, termina a nota.