Joinville registra mais de 1,4 mil casos de dengue em 2022; veja números por bairro

Cerca de 73% dos casos foram confirmados nas últimas três semanas

Joinville registra mais de 1,4 mil casos de dengue em 2022; veja números por bairro

Cerca de 73% dos casos foram confirmados nas últimas três semanas

Yasmim Eble

Joinville tem mais de 1,4 mil casos de dengue confirmados em 2022. Os dados foram divulgados pelo Painel da Dengue, da Prefeitura de Joinville, nesta quinta-feira, 14. Outros 2.403 casos estão sendo investigados e 1.080 foram descartados.

Dos 1.478 casos confirmados, 1.438 deles são autóctones, quando contraídos dentro de Joinville. Até o primeiro mês de 2022, o município tinha apenas cinco casos da dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Cerca de 73% dos casos foram confirmados entre março e abril.

Segundo Fabiana Almeida, gerente de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Joinville, o aumento era aguardado pelo poder público. Principalmente por conta do clima propício para que os ovos do mosquito eclodam. “No Brasil, normalmente o pico é em outubro e novembro, no entanto, nos últimos dois anos a gente teve picos de aumento da doença em março”, explica.

Para ela, ainda é cedo para afirmar que esse é um padrão da cidade, no entanto, é uma forma de monitorar o perfil da doença em Joinville. Em 2022, por mais que o aumento dos casos esteja concentrado no mês de março, o número é 38% menor do que o tanto de confirmados no mesmo período no ano passado. 

“Os nossos números estão aumentando em uma velocidade menor que nos outros municípios e até mesmo comparado a anos anteriores”, conta Fabiana. Os esforços, no momento, estão sendo para que esse aumento não chegue em uma epidemia.

Combate aos focos

No município, a Unidade de Vigilância em Saúde de Joinville realiza diversos trabalhos durante todo o ano para o combate ao mosquito Aedes aegypti. Para Fabiana, foram essas ações que geraram a contenção dos casos.

“As campanhas de combate ao mosquito continuam mesmo no inverno com projetos como Joinville contra a Dengue, que incentiva e busca a eliminação dos focos. Temos também trabalhado com abordagens assistencialistas e educacionais”, explica.

No momento, o trabalho é separado por duas linhas: a prevenção, onde há o ovo e o mosquito, e no paciente doente. Segundo a diretoria de Vigilância em Saúde, os tratamentos devem ser diferentes, principalmente quando se trata de abordagem e investigação.

“Se eu sei que o paciente contraiu a doença, eu consigo realizar o tratamento específico nos locais que ele frequentou. Gerando ações no bairro onde o doente mora, onde trabalha”, acrescenta. 

Também foram realizadas ações em escolas e nos bairros para uma melhor educação sobre o tema. Outra ação foi a implantação de Estações Disseminadoras (EDs). Nelas o mosquito se torna o propagador do larvicida, um tipo de veneno, e faz reduzir a disseminação do inseto.

Armadilhas estão espalhadas pela cidade para identificar a presença do mosquito. “Trabalhamos também com os hospitais na notificação dos casos, para que toda suspeita seja notificada para que possamos fazer ações de vigilância”, relata Fabiana.

Casos e focos em Joinville

O bairro que mais tem casos confirmados em Joinville é o Costa e Silva, com 521 casos. Em contrapartida, o bairro que mais tem focos do mosquito é o Aventureiro, com 226 focos. Fabiana explica que isso acontece porque nem todos os mosquitos estão contaminados com a doença e pelos tipos de ações realizadas em cada bairro.

“No Aventureiro, nós colocamos EDs, fazendo assim um controle do mosquito contaminado. Já que, mesmo com muitos focos, há um controle por parte da metodologia utilizada”, completa. O propósito, segundo a gerente, é fiscalizar esses locais e colocar estações para barrar o contágio.

 

Na questão de focos, Joinville também vem registrando números menores, comparados a 2021. Neste ano, cerca de 2.861 focos foram registrados até o momento, com 1.669 em janeiro, 696 em fevereiro e 496 em março. Esse é um número 75,8% menor que o registrado no ano passado.

 

Do perfil dos casos, 758 são homens e 717 são mulheres, outros três casos preferiram não informar o gênero. Em idade, a maioria dos casos confirmados são em pessoas entre 40 a 50 anos, com 266 casos, e dos 30 a 40 anos, com 261.

 

Vacina e testagem 

Em 2021, Joinville discutiu a possibilidade de adquirir testes rápidos e vacinas contra a doença. Os testes seriam para detectar novos casos e eliminar os suspeitos, enquanto a vacina seria para prevenir uma nova reinfecção e agravamento dos quadros de saúde.

A vacina contra a dengue ainda não é uma realidade em Joinville. A discussão acerca do imunizante está acontecendo, no entanto houve uma pausa por orientações do Ministério da Saúde. “Estamos levantando dados e coletando estudos científicos para levar a vacinação para a frente”, conta.

Os testes já estão disponíveis nos Postos de Atendimento 24 horas do município, no entanto, são apenas utilizados sob orientação médica. “Nós usamos quando há pessoas com suspeitas muito fortes de dengue. O laudo demora alguns dias, pois dependemos do serviço em Florianópolis, por isso, não é apenas o teste que é utilizado para detectar suspeitos”, explica Fabiana.

Por não ter muitas unidades, é feito junto ao teste uma investigação epidemiológica nos bairros, locais e possíveis ambientações em que o paciente com suspeita esteve.


Receba notícias direto no celular entrando nos grupos de O Município Joinville. Clique na opção preferida:

WhatsApp | Telegram


• Aproveite e inscreva-se no canal do YouTube

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo