Joinville terá teste rápido e vacina para dengue; entenda como serão aplicados
Com três mortes confirmadas, Saúde trabalha na prevenção de casos graves e óbitos
Apenas em 2021, três mortes causadas pela dengue já foram confirmadas em Joinville. Com o aumento no número de casos positivos e o agravamento dos pacientes, a Secretaria de Saúde irá adquirir testes rápidos e vacinas contra a doença. O objetivo é evitar novos óbitos.
Para o teste rápido, o município já assinou a intenção de compra de 400 mil unidades do exame. Ele poderá ser feito em pessoas com sintomas e também, assintomáticas. A previsão é de que seja implantado na rede de saúde entre fim de julho e agosto, afirma o secretário de Saúde, Jean Rodrigues da Silva.
Ele explica que a intenção de compra permite que os lotes sejam adquiridos de forma fracionada, de acordo com a demanda da cidade. “Se ver que está indo muito rápido, pede mais. Então a gente não tem a obrigação de comprar todos, mas pode comprar até quatrocentos mil.”
Sobre o acesso da população aos testes, o secretário conta que o protocolo de atendimento na rede de saúde continua o mesmo. Os pacientes deverão procurar as unidades e lá, ao invés de fazer uma coleta de exame de sangue, faz o teste rápido. “Tem o diagnóstico rápido e nós temos uma precisão de onde [bairros] estão os casos de dengue”, comenta.
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Vacinas
Para a vacina contra a dengue, o protocolo será diferente, comenta o secretário. Ao contrário das vacinas contra a gripe e a Covid-19, por exemplo, que são para a prevenção, a da dengue é para evitar reinfecções e agravamento dos quadros de saúde.
Para receber a vacina, o morador passará por um teste rápido, que vai indicar se está infectado com dengue ou não. Se o resultado for positivo, o imunizante poderá ser aplicado.
“Elas são utilizadas em quem já teve a dengue, justamente para que o paciente não tenha a doença de novo e possa ter uma dengue hemorrágica”, destaca.
Segundo Silva, ainda não há um quantitativo de quantas doses serão necessárias para vacinar aqueles que já contraíram a doença, porém, ele afirma que o trabalho já está sendo realizado pelas equipes de Saúde. Por enquanto, sabe-se que serão adquiridas 300 mil doses. Cada paciente, recebe três, ou seja, serão imunizadas 100 mil pessoas.
O secretário reforça que a ação está sendo realizada justamente para evitar casos graves da doença e óbitos. Ele conta que a vacina e o teste rápido trarão agilidade de fluxo de atendimento nas unidades de saúde, possibilitando uma resposta mais ágil no atendimento direto ao paciente.
Dados da dengue em Joinville
Com apenas um semestre, 2021 já é o ano com o maior número de casos de dengue em Joinville. Entre janeiro e 12 de junho deste ano, conforme dados divulgados em boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC), foram confirmados 12.180 pacientes com infecção autóctone (local) e uma, importada, de Minas Gerais. O número é superior ao registrado em todo 2020, sendo 8.692 autóctones e 13 infectados de outros locais.
Além dos casos de dengue, 2021 registrou três mortes confirmadas. Nos anos anteriores, não foram confirmados óbitos pela doença.
Atualmente, Joinville é uma das três cidades catarinenses consideradas em situação epidêmica para a dengue, concentrando 89,7% do total de casos do estado.
É considerada uma epidemia quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, o município tem a taxa em 2.038.
Combate aos focos
De acordo com o secretário da Saúde, os ovos do mosquito aedes aegypti resistem por até 500 dias. Por isso, os cuidados tomados agora irão refletir não só no próximo semestre, mas também no próximo ano.
Sendo assim, além dos novos protocolos no atendimento à saúde, o município tem atuado para eliminar os focos do mosquito. Há um monitoramento das equipes de Vigilância Epidemiológica nas armadilhas feitas em residências. A partir da detecção de larvas nestes locais, é realizado uma ação de contenção no imóvel e em casas vizinhas.
Outra estratégia, destaca Silva, é a instalação de larvicidas, já espalhadas pelos bairros. “O mosquito solta o ovo e ele já morre [com o larvicida]. E o inseto, com as patinhas, vai levando o larvicida.”
Por fim, Silva lembra a importância do trabalho com a educação das crianças nas escolas, também realizado pelo município. “Para que elas sejam os agentes do combate à endemia nas suas próprias residências”, finaliza.