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Joinville termina primeiro semestre de 2021 com saldo positivo de empregos; veja números por mês

Mesmo período de 2020 registrou saldo negativo de 8.717

Joinville terminou o primeiro semestre de 2021 com saldo positivo de 10.838 novos empregos. Foram registradas 74.666 admissões e 63.828 desligamentos nos seis primeiros meses deste ano. Os dados foram divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Até o momento, o mês que mais registrou novos empregos na cidade foi março, com 3.577 novas vagas. Já o período com menor saldo de contratações foi maio, com 532.

Por conta dos números positivos, o ano de 2021 tem sido visto como um período de recuperação para as empresas, tendo em vista que, no ano anterior, alguns meses chegaram a registrar saldos negativos, ou seja, mais demissões do que novas contratações.

“A indústria vem demonstrando uma evolução constante e consistente nesta trajetória de recuperação de emprego”, destaca Marco Corsini, presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij).

No primeiro semestre de 2020, momento em que teve início a pandemia da Covid-19, foram registrados menos 8.717 postos de trabalho. Na segunda metade do ano passado, as empresas começaram a se recuperar e voltaram a contratar. Por fim, 2020 terminou com um saldo positivo de 5.763.

“Ainda enfrentamos dificuldades e incertezas por causa da pandemia. Mas o avanço da vacinação e estes números do Caged fortalecem a expectativa e a confiança de retomada plena da economia e de um segundo semestre positivo na geração de empregos”, opina Corsini.

Indústria metalúrgica

Segundo o Caged, o setor que mais contratou neste primeiro semestre em Joinville foi o industrial, com destaque para a metalurgia, com 1.467 novos empregados. Enquanto isso, a agropecuária, ainda que tenha saldo positivo, foi o setor que menos admitiu neste primeiro semestre.

Para Rodolfo de Ramos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, um dos fatores que influencia para a admissão no setor da metalurgia é a quantidade de produtos fabricados para a exportação, o que contribui para que grandes empresas contratem mais.

“Mercados tem aproveitado a alta do dólar e tem feito a produção para o mercado internacional, o que tem ajudado o aumento das vendas”, analisa. Nacionalmente, as peças produzidas são vendidas ao setor do agronegócio, conta.

O presidente da Acij também destaca a capacidade das empresas em gerir o momento de crise. “Capacidade de planejamento e de reação são algumas das variáveis que ajudam a explicar estes saldos positivos consistentes”, afirma.

Perfil de empregados

Ainda de acordo com dados do Caged, mais de 43% das novas admissões feitas em Joinville são de trabalhadores com idades entre 18 e 24 anos. Este é o mesmo perfil das contratações industriais, que também têm admitido mais jovens.

O sindicalista explica que esta escolha se dá por diversos motivos. Entre eles, o fato de muitos jovens estarem iniciando a vida profissional e buscando a primeira contratação. Além disso, ele percebe que os profissionais mais velhos já estão empregados, o que diminui a rotatividade deste perfil de trabalhador.

A retomada econômica de outros setores também pode ter contribuído, acredita Rodolfo. Com a pandemia e fechamento de muitos negócios, trabalhadores de outros seguimentos do mercado passaram a trabalhar nas industrias, conta. Agora, ele percebe que trabalhadores acima dos 30 anos estão voltando aos seus antigos postos de trabalho.

“O retorno da construção civil, por exemplo. Leva também o trabalhador com mais de 30 anos, pela sua experiência, porque pode ganhar mais. Muitos também estão voltando para o comércio”, conta.

A análise de Rodolfo vai de encontro com a vida real. Segundo o Caged, na construção civil, o perfil mais contratado é na faixa dos 30 aos 39 anos, como citado.

Profissionalização

A falta de profissionalização tem sido um impasse encontrado pelas empresas na hora de contratar, contam os representantes do Sindicato dos Metalúrgicos e Acij.

“Apesar da ótima recuperação do nível de emprego, ainda há muita gente procurando emprego e não conseguindo uma vaga. Do outro lado, temos muitas empresas com vagas abertas sem conseguir encontrar candidatos com a qualificação necessária”, relata Corsini.

Para Rodolfo, os profissionais precisam procurar qualificações, principalmente os jovens, já quem vêm sendo o perfil mais contratado. Ainda assim, o sindicalista avalia que há barreiras para a profissionalização.

“O poder de compra do trabalhador diminuiu. Para se sustentar, ele corta verba da educação, prioriza outras coisas. Nós [sindicato] tentamos motivar, mas há falta de recurso e incentivo de cursos de qualificação mais baratos ou gratuitos. Se não tiver uma política diferenciada, vai faltar profissional qualificado”, afirma.

Para dar apoio à categoria, o Sindicato dos Metalúrgicos tem realizado palestras e orientações sobre a oferta de cursos, a modernização da indústria e a necessidade de qualificação.

Se não tiver uma política diferenciada, vai faltar profissional qualificado”, Afirma rodolfo

Corsini conta que a Acij também tem trabalhado neste sentido e está finalizando uma pesquisa sobre empregabilidade. O objetivo é alinhar necessidades do mercado e ofertas de formação das instituições de ensino. A entidade também está em busca de programas de qualificação profissional para melhorar a empregabilidade, em parceria com prefeitura, Cepat, Sesi, Fiesc e Ágora Tech Park.