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Júri acontece mais de 20 anos após homicídio e acusado é absolvido em Joinville

Pronúncia ao Tribunal do Júri aconteceu em 2018 e sessão não ocorreu devido à pandemia da Covid-19

Um homem acusado de um homicídio cometido há mais de 20 anos em Joinville foi absolvido do crime em sessão do Tribunal do Júri realizada nesta quarta-feira, 23. Os sete jurados reconheceram a materialidade e a autoria, porém absolveram o réu pela morte de João Maria Bandeira em julho de 2002.

O crime

Dois homens foram mencionados como suspeitos de cometer o crime na primeira denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), mas conforme consta nos autos, o segundo réu não foi pronunciado ao julgamento por preclusão.

Conforme o MP-SC, o homem julgado nesta quarta-feira confessou que atirou contra João Maria, mas alegou legítima defesa.

Na fase policial, o réu disse que João Maria o acusou de denunciá-lo à Polícia Militar. Isso porque duas ou três semanas antes do crime, João Maria foi abordado pela Polícia Militar por furtos e roubos na região de um moto clube na cidade. Por isso, conforme o réu, João teria o ameaçado de morte.

O réu conta que no dia do crime chegou em casa e encontrou João Maria, portando uma arma de fogo, vasculhando os cômodos. Os dois brigaram e dois disparos foram efetuados. O relato não menciona se alguém teria sido atingido.

João Maria teria corrido para fora da casa, momento em que o réu gritou para um vizinho que morava na mesma esquina. Ele teria pegado uma arma e atirado contra João Maria, que tentou sacar a arma para se defender. Porém, o réu tirou a arma da mão dele e após uma luta deu dois tiros em João.

Já o outro homem, que não foi julgado pelo Tribunal do Júri, confessou na fase policial e em juízo que atirou contra João Maria.

Ele disse que também estaria sendo ameaçado de morte por João Maria e por conta do furto de roupas do filho. Por isso, teria comprado uma arma. O homem relatou que no dia do crime ouviu uma briga entre João Maria e o réu. E, ao checar o que estava acontecendo, viu João Maria vindo em sua direção. Falou que pensou em voltar para casa, mas ficou com medo de ser atingido nas costas, então atirou contra João Maria.

Na fase policial disse que durante a fuga ouviu outros dois disparos e que o réu se juntou a ele na corrida, mas logo se separaram. Em juízo, ele finalizou dizendo que foi para casa e não viu mais nada.

Conforme o MP-SC, a única testemunha ouvida não presenciou o crime, apenas tinha informações de boatos do bairro. As informações não foram inseridas no processo.

Absolvição

O réu foi pronunciado ao julgamento pelo Tribunal do Júri em 2018. A sessão não aconteceu devido à pandemia da Covid-19. Agora, mais de 20 anos após o crime, ele foi absolvido.

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