Júri popular absolve PM acusado de matar colega de trabalho em motel de Joinville

Caso aconteceu em 2017

Júri popular absolve PM acusado de matar colega de trabalho em motel de Joinville

Caso aconteceu em 2017

Lara Donnola

Anderson Dieymes David foi absolvido por júri popular nesta quarta-feira, 23, em Joinville, da acusação de matar um colega da Polícia Militar dentro de um motel, em 2017. A defesa alegou legítima defesa, ao afirmar que o réu flagrou o colega com sua então esposa e reagiu ao ver uma arma apontada em sua direção.

O réu, que na época era policial militar, foi acusado de assassinar outro policial que estava em um motel com uma mulher que estaria se separando do autor do disparo. A vítima era Jefferson da Silva Marafian. Segundo a PM, a mulher chegou a ser agredida pelo ex no motel. O suspeito foi preso em flagrante.

Após sete anos de processo, o júri reconheceu a inocência do réu, pondo fim a um dos casos mais emblemáticos envolvendo policiais militares de Santa Catarina. Na época, o caso ganhou repercussão nacional.

Segundo a defesa do réu, do escritório Dalledone & Advogados Associados, não houve premeditação de Anderson. “Ele disparou em legítima defesa, ao encontrar o seu amigo PM, dentro do motel com a sua esposa, apontando uma arma em sua direção. É um caso clássico de legítima defesa”, explica Claudio Dalledone Júnior.

Anderson está excluído da PM desde a época do fato. “Ele passou quase sete anos sendo tratado injustamente como vilão e, por conta disso, teve a carreira interrompida. Agora, com a absolvição, nós iremos pedir a reintegração imediata de Dieymes à corporação. Não é só devolver o ofício, mas também a dignidade de quem sempre serviu com honra e disciplina”, diz o advogado Renan Canto.

Relembre o caso

O crime ocorreu em um motel na região de Pirabeiraba, em 31 de maio de 2017, onde o policial encontrou a companheira, também PM, com Jefferson da Silva Marafian. Jefferson foi morto com um tiro na cabeça.

O soldado foi preso em flagrante e ficou detido no 8º Batalhão da PM até 18 de julho, quando foi liberado. Ainda em 2017, ele foi transferido para o 27º Batalhão de São Francisco do Sul, onde passou a exercer funções administrativas.

Os três policiais envolvidos trabalhavam no batalhão de Garuva e pertenciam à 5ª Região da PM, que abrange o Norte e o Planalto Norte de Santa Catarina.

Andamento do processo

Em junho de 2017, o inquérito concluído pela Polícia Militar apontou o crime passional. Em setembro do mesmo ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu o processo até que o pedido de habeas corpus do réu fosse julgado.

O STJ entendeu que o caso não configurava crime militar e determinou o envio dos autos à Justiça comum. Segundo o órgão, os policiais não estavam em serviço nem em área sob responsabilidade da corporação no momento do crime, mesmo que a arma usada pertencesse à Polícia Militar.

A defesa do réu pediu que o julgamento ocorresse na Justiça comum, argumentando que a motivação não tinha relação com a Polícia Militar.


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