Justiça condena 43 réus por organização criminosa; grupo tentava expandir presença para Joinville
Prisões foram resultado da Operação Maserati III, realizada em agosto de 2023
A Operação Maserati III, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) em 10 de agosto de 2023, resultou na condenação de mais 43 réus, que estavam envolvidos em uma organização criminosa voltada para o tráfico de drogas e outros crimes correlatos.
A denúncia foi realizada pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de São Miguel do Oeste.
A operação focou em desmantelar a estrutura criminosa que operava principalmente na região do extremo oeste catarinense, onde a organização estava tentando estruturar uma base. A maioria dos criminosos condenados nesta fase são dessa região.
A Operação Maserati foi batizada em referência ao nome que a facção criminosa utilizava para identificar o Estado de Santa Catarina, como parte de sua estratégia de expansão territorial. A facção atribuía nomes de carros a diferentes estados.
A investigação conduzida pelo Gaeco, já na primeira fase, revelou que a intenção da facção era tomar as cidades menores até chegar ao litoral para, assim, “dominar” o estado. Os focos iniciais de expansão do grupo seriam São Miguel do Oeste, Chapecó e Dionísio Cerqueira, pela proximidade com o Paraguai e a Argentina, assim como Joinville, por conta da proximidade com os portos de Santa Catarina, com o estado do Paraná e com a capital, Florianópolis.
Investigação
Segundo a investigação, para gerir toda essa atividade criminosa, foram criados cargos e funções, como em uma empresa. Foram identificados cargos específicos para o cadastro de potenciais faccionados, para gerir a venda de drogas e para tratar de assuntos que envolviam todo o sistema prisional, por exemplo.
No decorrer da investigação foram identificados e presos faccionados em diversas cidades brasileiras, mas que atuavam em Santa Catarina.
As fases da operação
A Operação Maserati foi conduzida em várias fases, cada uma visando diferentes núcleos da organização criminosa.
Fase 1: Deflagrada em 25 de fevereiro de 2021, com 279 ordens judiciais cumpridas em 45 cidades e seis estados, resultando em 136 prisões e 143 buscas e apreensões. Nessa fase, 143 réus foram condenados, com penas que ultrapassaram 20 anos para 75 dos réus e uma pena máxima de 86 anos.
Fase 2: Deflagrada em 9 de fevereiro de 2023, essa fase cumpriu 164 mandados judiciais, resultando em 71 prisões e 93 buscas e apreensões. Essa etapa da operação culminou na condenação de 108 réus, expandindo a abrangência da operação para dez estados.
Fase 3: Deflagrada em 10 de agosto de 2023, focada em alvos na região de Santa Catarina, resultou em 52 mandados de busca e apreensão e 36 mandados de prisão. Esta fase culminou nas recentes condenações de 43 réus.
Fase 4: Deflagrada em 1º de fevereiro de 2024, com 34 mandados de busca e apreensão, resultando em apreensões significativas de armas, drogas e equipamentos eletrônicos, o processo ainda está em andamento.
A Operação Maserati, ao longo de suas fases, já resultou em um total de 294 condenações. Entre os réus, 79 foram condenados a penas superiores a 20 anos de prisão. A pena máxima aplicada a um único réu foi de 86 anos, e as penas somadas agora ultrapassam 4.943 anos e 2 meses de reclusão. Além das penas de prisão, foram impostas multas que totalizam cerca de R$ 5,25 milhões.
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