Lázaro Ramos participa da Feira do Livro em Joinville; veja como foi bate-papo

Evento aconteceu na tarde desta sexta-feira

Lázaro Ramos participa da Feira do Livro em Joinville; veja como foi bate-papo

Evento aconteceu na tarde desta sexta-feira

Isabel Lima

Em sua segunda participação na Feira do Livro de Joinville, Lázaro Ramos participou de um bate-papo com alunos de 12 escolas de Joinville nesta sexta-feira, 2. Baseado em “Você não é invisível”, primeiro livro voltado ao público jovem do autor e ator, a conversa passou por temas como autoestima, identidade, afeto e luta antirracismo, de forma descontraída, com canções e explosões de amor pelas professoras presentes.

Em uma conversa rápida com a imprensa antes do evento, Lázaro confessou que não teve uma boa relação com a literatura quando era pequeno. “Fui um mau leitor quando eu era criança, eu conversava muito pouco, eu me comunicava muito pouco. De repente, teve alguém que me falou sobre livro como um lugar prazeroso, um lugar de informação de qualidade, um lugar onde eu nunca me sinto sozinho”, disse.

Para ele, escrever faz parte de uma missão: mostrar que livros são fáceis e devem estar na mão da gente. “A gente nunca vai estar sozinho quando tiver com um livro próximo”, conta Lázaro. O ator acredita que as feiras de livro tem a função de aproximar os leitores dos autores, que às vezes podem ser enxergados como figuras inalcançáveis. Sobre a feira de Joinville, Lázaro pensa que ela cumpre exatamente a função, que é promover papos olho no olho.

“Você não é invisível”

O livro conta a história de uma família em quarentena. Carlos e Vitória são irmãos e moram com o pai, mas só o encontram no fim do dia. Muito diferentes um do outro, se expressam cada um a seu modo. Porém, possuem uma mesma motivação: entender seu lugar no mundo.

Carlos vive trancado no quarto, gravando vídeos e áudios sobre si mesmo ou postando nas redes sociais. Já Vitória é mais do papel, escreve um diário e inventa contos de fadas num caderno antigo que era de sua mãe. Mesmo confinados, os irmãos vão trilhando seus caminhos com os recursos e instrumentos que possuem.

O autor explora os muitos jeitos utilizados para se comunicar e com linguagem ágil. O livro ensina que, se temos de encarar nossos monstros, que o façamos com coragem, segurando na mão de quem nos ama e quer bem – porque ninguém é, ou deveria se sentir, invisível.

Lázaro entende que, embora algumas pessoas não ocupem espaços de invisibilidade, elas podem se sentir assim. “Essa sensação de invisibilidade é muito ruim poque ela nos paralisa, é um pouco sobre isso que eu falo nesse livro”, conta o autor.

“A gente não é invisível, e a gente tem direito a ocupar os espaços, isso tudo para mim é linguagem, eu gosto falar com descontração, com humor, com afetividade.”

Produção

O livro fala sobre um assunto que Lázaro tem muito carinho, a irmandade, seja entre irmãos ou amigos. Para produzi-lo, o ator explica que enviou o material para jovens e ouviu as opiniões deles. Embora tenha começado a escrever antes da pandemia, ele sentiu que a leitura poderia auxiliar o público a refletir sobre a situação, pegar forças e seguir em frente. Para isso, ele incluiu playlists, de forma que o leitor escuta músicas enquanto lê.

“Quando eu comecei a escrever era pro Lázaro adolescente, mas depois comecei a mostrar para alguns adolescentes de hoje em dia e eu percebi que as sensações que eu tinha na minha adolescência permanece nos jovens de hoje, isso foi até um choque para mim”, contou.

Lázaro ressalta que, embora o mundo tenha avançado, a falta de autoestima é permanente. “Então a gente evem através da literatura tentando combater isso”, explica o autor.

Mesa redonda

Neste sábado, 3, a Feira do Livro promove uma mesa redonda entre a escritora e jornalista portuguesa Maria Inês de Almeida e o escritor, ator e cineasta Lázaro Ramos. Eles vão discutir as narrativas empregadas em livros para crianças e adolescentes. Confira a programação da feira neste link. 


Assista agora mesmo!

Região de Joinville já era habitada há 10 mil anos: conheça os quatro povos anteriores à colonização:

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