Lesionado, jogador do JEC reclama de estrutura para tratamento e tem atrito com clube
Lucas Mendes sofreu uma ruptura total do tendão patelar em jogo das quartas de final
Lucas Mendes sofreu uma ruptura total do tendão patelar em jogo das quartas de final
O Joinville Esporte Clube (JEC) tem um impasse com o lateral-direito Lucas Mendes, que sofreu uma ruptura total do tendão patelar no dia 9 de março, em jogo de ida das quartas de final do Campeonato Catarinense, contra o Avaí, na Arena. O atleta reclamou ao jornal O Município Joinville que falta de estrutura no centro de treinamento do clube para o tratamento da lesão.
Conforme divulgado pelo clube, ele foi levado do estádio ao Hospital São José, em Joinville, onde passou por cirurgia e o tempo de recuperação era de nove meses. Após isso, segundo apurado com exclusividade pela reportagem, os atritos entre o atleta e a diretoria iniciaram.
Por conta da lesão, Lucas teve o contrato CLT com o JEC renovado automaticamente, mas possui um atestado de mais de 30 dias, o que fez o clube solicitar o benefício por incapacidade de trabalho temporária no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Desta forma, o atleta passou a receber um quarto do salário no contrato CLT.
Conforme o atleta e seu advogado, Carlos André de Freitas Lopes, o departamento médico do clube não tem estrutura para tratar a lesão grave sofrida por Lucas.
Em imagem obtida pela reportagem, o atleta aparece realizando tratamento no joelho no departamento médico do JEC após a lesão. No local também havia outros atletas e um profissional do JEC.
Com isso, o clube disponibilizou uma carta em que informa que o jogador poderia realizar a reabilitação em outro local, porém, isso isentaria o clube de qualquer responsabilidade.
Trecho do documento, que a reportagem também teve acesso, diz que o atleta estaria “Ciente de que o Joinville E. C. ficará desonerado de qualquer responsabilidade e custo que possa advir da minha escolha, pois dependerá da minha dedicação e dos fisioterapeutas que eu escolher o sucesso para minha mais breve e eficaz recuperação”.
O advogado diz que não autorizou o atleta a assinar do documento. “No dia 10 de abril encerrou o contrato, nós insistimos, ligamos, o Lucas falou com diversas pessoas do clube para o que seria feito, já que o departamento do clube também está sucateado e não oferece nenhuma condição de tratamento para atleta com este tipo de lesão. O clube não fez mais nada além do que encostar no INSS”, alega.
O advogado diz ainda que o atleta foi para casa, fora de Santa Catarina, e que o JEC, segundo ele, vendo que Lucas ficou chateado com a situação, enviou duas notificações para ele desde então. A reportagem apurou que ele deixou o centro de treinamento do clube no dia 24 de abril e que a primeira notificação de penalidade disciplinar foi enviada no dia 30.
“A primeira era pedindo para que ele voltasse a tratar no clube sob pena de advertência, sendo que eles deram a carta e se o Lucas assinasse eles concordariam tranquilamente em ele ficar em casa”, reitera.
A segunda foi enviada nesta quinta-feira, 9, informando que por conta do atleta não ter sido apresentado no dia 3 de maio (prazo estipulado na primeira notificação), além de ter “abandonado seu tratamento médico, sem qualquer justificativa”, ele, a partir da data, passa a ter toda responsabilidade pelo tratamento médico e fisioterápico.
“O clube está tentando usar o argumento da ida dele para casa em busca de um tratamento melhor com o intuito de conseguir uma rescisão indireta e jogar a culpa no atleta. É esse tipo de diretoria que o Joinville tem hoje, não está nem um pouco preocupada se o atleta está lesionado ou não. Está preocupada em se isentar da responsabilidade da lesão que o atleta sofreu servindo o clube”, opina o advogado.
Lopes ainda revelou que Lucas retornará para Joinville na próxima semana, mas que entrará com uma ação judicial contra o JEC e que vai cobrar o departamento médico do clube, visto que diz ter um parecer médico do que deve ser feito em relação à lesão.
“Não estou falando que o JEC tem maus profissionais, estou falando que não tem tecnologia para isso”, complementa o advogado.
Além das questões médicas, Lopes alega que o Joinville tem pendências financeiras com Lucas. “Ele não recebeu salário e direito de imagem de março (para receber em abril), mais dez dias de abril e a rescisão. Sem a rescisão, seria em torno de R$ 28 mil e com tudo R$ 50 mil”, finaliza.
O JEC alega, por meio do diretor financeiro, André Gusthavo, que quem precisa informar sobre a estrutura necessária para o tratamento é o departamento médico, mas que o clube deu todo o suporte médico ao atleta imediatamente após a lesão do atleta. Ele conta ainda que notificou Lucas por abandono de trabalho, visto que não o liberou após ele não assinar a carta para realizar tratamento em outro local.
Além disso, Gusthavo informa que o atleta não tem uma rescisão, visto que teve o contrato renovado automaticamente, e nega que tenha salário atrasado.
“O que tem (em atraso) é o direito de imagem de abril. O clube tem prorrogativa de discutir, caso a caso, se paga ou não o direito de imagem para jogadores machucados. O assunto agora já está com o jurídico do clube, que irá definir essa questão”, explica.
O diretor também informa que o JEC pode entrar com uma ação judicial em relação ao caso.
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