Mãe reclama de demora da Saúde na entrega de leite para filho com deficiência em Joinville
Secretaria de Saúde precisa finalizar licitação para entregar o produto
Secretaria de Saúde precisa finalizar licitação para entregar o produto
Uma mãe de Joinville tem reivindicado nas redes sociais a entrega de leite para a alimentação do filho de 2 anos e 10 meses. Benjamim é uma criança com deficiência que se alimenta apenas de fórmulas por uma sonda. O pedido para recebimento gratuito do alimento Peptamen Júnior foi feito à Secretaria de Saúde em dezembro e, até o momento, a família não recebeu o produto.
Jhenifer Fernandes, mãe de Benjamim, conta que, cada lata do leite no mercado custa cerca de R$ 240. Como esta é a única alimentação da criança, é consumida uma lata por dia, gerando um custo de mais de R$ 7 mil para a família. A fórmula foi indicada pela médica que acompanha o quadro de Benjamim e a receita é adaptada de acordo com a necessidade. O menino tem de síndrome de down, diagnóstico de cardiopatia e megacólon congênito. Uma possível doença na traqueia também é investigada.
Após cerca de um mês, a Secretaria de Saúde deferiu o pedido de Jhenifer e se comprometeu a entregar a alimentação à família. Porém, depois de 40 dias, a criança ainda não recebeu o leite.
Segundo a Prefeitura de Joinville, apesar de já ter deferido o pedido, é necessário realizar licitação de compra do produto. O município explica que, várias medicações e leites têm grande saída e, nestes casos, há estoque. Porém, há fórmulas, como a Peptamen Júnior, que são consumidas por poucos pacientes e, por isso, precisam ser compradas a cada pedido por licitação.
O edital para a compra de diversas fórmulas foi iniciado em 24 de janeiro, dez dias após o pedido da família ser deferido. Mas, solicitações de esclarecimentos vindas dos possíveis fornecedores fizeram com que o processo fosse adiado. Agora, se não houver novas interrupções, a previsão é de que os produtos fiquem disponíveis em março, esclarece a Prefeitura de Joinville.
“Eles alegam que irão dar em março, mas não sabemos quando [data]. Até lá, o Ben precisa comer”, reivindica a mãe.
A prefeitura ressalta que a licitação é a única forma de adquirir o produto. Qualquer outro meio de compra seria ilegal, por isso precisa aguardar os trâmites para disponibilizar o leite ao menino.
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Enquanto o leite não chega gratuitamente em casa, a família de Benjamim tem se virado como pode. Por meio de aplicativo de mensagens, um grupo de mães mantém uma rede de solidariedade. Elas conseguem vender a fórmula mais barato para outras mães que também precisam.
Ainda assim, o gasto é alto. “Mês passado uma mãe me vendeu 26 latas por R$ 800”, conta. Recentemente, Jhenifer comprou mais sete por R$ 450. “Estamos deixando algumas contas vencer e pegando o dinheiro delas para ir comprando o leite”.
A mãe também cita que, infelizmente, o pequeno não pode tomar outras fórmulas. “O Ben, se toma um Nan ou Aptamil, não aguenta. O coração dele exige mais calorias do que tem nestes leites”.
No momento, a preocupação da família é não encontrar pessoas que vendam as latas por um preço mais baixo. Jhenifer explica que, caso Benjamim fique sem essa alimentação, há chances de internação por conta da desnutrição.
A mãe afirma compreender que os processos são necessários dentro da esfera pública, mas esperava que fossem melhor organizados para dar o suporte necessário para as famílias, já que não é apenas um paciente que depende deste tipo de alimentação. Para a próxima leva de compras de fórmulas, a mãe espera que os processos de aquisição sejam feitos com mais antecedência.
A mãe também destaca que não é a única família que aguarda a chegada do leite das unidades de saúde. Dentro da rede de solidariedade, há outras mães que enfrentam o mesmo problema.
A Prefeitura de Joinville afirma que, além do Peptamen Júnior, outras fórmulas serão adquiridas no mesmo processo licitatório.