Mauro Artur Schlieck/Câmara de Vereadores de Joinville
Maioria dos usuários do restaurante popular de Joinville está em risco alimentar grave
Informação foi divulgada durante a Comissão Especial na Câmara de Vereadores nesta quarta-feira
Durante a Comissão Especial sobre pessoas em situação de rua desta quarta-feira, 5, Rodrigo Pinheiro, coordenador-geral do Instituto Amor Incondicional (Aminc), afirmou que mais de 60% dos usuários dos restaurantes populares de Joinville são pessoas em risco alimentar grave, ou seja, pessoas que não têm meios de fazer ao menos três refeições balanceadas por dia.
O Aminc é uma entidade terceirizada pela Prefeitura de Joinville para administrar os restaurantes populares de Joinville, que ficam no Bucarein e no Adhemar Garcia. O coordenador revelou que em 2024 foram servidas 125,3 mil refeições para pessoas em efetiva situação de rua. Já o público geral, no qual se enquadram as pessoas em risco alimentar grave, consumiu 233 mil refeições.
Segundo Rodrigo, em Joinville há cerca de 500 pessoas em situação de rua. O número foi obtido a partir de levantamento próprio da entidade com base nas abordagens sociais.
Quem consome nos restaurantes populares?
No café da manhã servido nos restaurantes populares joinvilenses, 21% das refeições são consumidos por pessoas em situação de rua e 79%, pelo público em geral. Nos almoços, 28% a 72%. No jantar, apenas 19,4% das refeições são feitas por quem mora nas ruas de Joinville.
“Os restaurantes populares não são pontos de atração e permanência de moradores de rua. Majoritariamente, atendemos a pessoas que não têm condições financeiras para arcar com três refeições em outros restaurantes”, informa o coordenador.
“Estamos falando de idosos que precisam escolher entre remédios, aluguel ou alimentação, porque a aposentadoria não dá para tudo. Estamos falando de mães solo de baixa renda e seus filhos. Estamos falando de famílias que vieram para Joinville em busca de emprego ou que já estão trabalhando, mas ainda não encontraram uma moradia fixa, portanto não têm como cozinhar”, ressalta. Ele também informa que se tratam de pessoas enfermas que não teriam condições de fazer uma alimentação balanceada em casa. “Eles procuram no restaurante popular a alimentação que pode lhes ajudar na cura”, exemplifica.
Instituto Aminc
O Instituto Aminc trabalha com 25 profissionais em Joinville, divididos em dois turnos de 12h. Em 2024, a média mensal de abordagens sociais foi de 367. No total, no ano passado, 2.382 pessoas em situação de rua foram abordadas. Isso, contudo, não representa o número total de pessoas nesta condição, porque é comum que uma mesma pessoa seja abordada várias vezes.
Durante a reunião, Rodrigo explicou que Joinville é uma cidade de passagem para estas pessoas. “Em média, são 180 novas pessoas a cada mês, mas cuja maioria não fica na cidade”, diz. Entre os que efetivamente permanecem por aqui, homens e mulheres entre 18 e 54 anos constituem o maior percentual desta população.
Assista agora mesmo!
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