Maioria entre os abordados em situação de rua em Joinville são catarinenses; veja números
Dados são do Instituto Amor Incondicional (Aminc), responsável pelo serviço de abordagem a pessoas em situação de rua
Dados são do Instituto Amor Incondicional (Aminc), responsável pelo serviço de abordagem a pessoas em situação de rua
O Instituto Amor Incondicional (Aminc), responsável pelo serviço de abordagem a pessoas em situação de rua em Joinville divulgou que, entre maio e junho, foram feitas 620 abordagens na cidade, com Santa Catarina e Joinville liderando como as origens dos novos registros.
A Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores acompanhou na última quarta-feira, 13, a prestação de contas do Aminc. O diretor do instituto, Rodrigo Pereira, detalhou números das abordagens, perfil das pessoas atendidas e encaminhamentos. Dos 620 abordados, 305 foram novos registros — homens com idade entre 18 e 59 anos representam 78% das pessoas abordadas.
Com relação ao uso de álcool e drogas, 63% declararam o uso de álcool e 35%, de drogas ilícitas. Pereira ressaltou que os dados são autodeclarados e que alguns admitem o uso de crack sem se reconhecerem usuários de drogas.
O relatório ainda registrou 86 pessoas com transtornos mentais, o que representa 28% do grupo abordado. Seis pessoas responderam possuir alguma deficiência, em situação de violência/negligência e nove idosos em mesma condição.
Santa Catarina tem 105 registros, o maior grupo entre os 305 novos abordados, seguido por Paraná (56), São Paulo (24) e Rio Grande do Sul (15). Pereira destacou que estados do Norte/Nordeste, com 36 pessoas abordadas no período, “não aparecem com tanta evidência como é pensado”, uma vez que estados do Sul e Sudeste são origem de um grupo maior, com 212 registros.
Entre municípios, Joinville lidera (53), com Jaraguá do Sul e São Francisco do Sul registrando seis pessoas cada. Apesar da proximidade geográfica com as famílias, Pereira afirmou que a grande maioria rejeita a possibilidade de contato familiar.
Imigrantes totalizaram 49 registros, com venezuelanos (31) e argentinos (7) como principais grupos de estrangeiros.
O presidente da comissão, Pastor Ascendino Batista (PSD), e o presidente da Câmara, Diego Machado (PSD), questionaram resultados das abordagens. Ascendino, especificamente, cobrou dados referentes aos encaminhados para internação involuntária e para clínicas terapêuticas, pautas bastante defendidas por ele na comissão e em projetos de lei.
Os vereadores também indagaram sobre a divisão das abordagens por bairros e eventuais encaminhamentos dos abordados para o mercado de trabalho.
Sobre as questões, Pereira explicou que trouxe para a comissão os dados referentes ao trabalho da Aminc, e que as outras demandas ficam sob responsabilidade da Secretaria de Assistência Social (SAS). Na exposição, o diretor da Aminc apontou a realização de encaminhamentos para pernoite no alojamento social Eis-Me-Aqui, para o Centro Pop, para o restaurante popular, para políticas de saúde e para o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).