Mais de R$ 600 mil são apreendidos de falso engenheiro que cometeu golpes no Norte Catarinense
Empresa movimentou mais de R$ 30 milhões de forma ilegal e inadequada
Empresa movimentou mais de R$ 30 milhões de forma ilegal e inadequada
Nesta quinta-feira, 15, a Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Polícia de Comarca de São Bento do Sul, deflagrou operação para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Os policiais chegaram a apreender aproximadamente R$ 630 mil em bens de um suspeito de aplicar golpes relacionado à construção civil no Norte Catarinense.
Na casa do investigado, foram apreendidos documentos, celulares, computadores, relógios, um veículo SW4 e um guindaste (grua). Outro automóvel Jeep Compass, registrado em nome da construtora, também foi objeto de restrição judicial, mas não foi localizado durante a operação.
O investigado teve seu passaporte apreendido, ficando proibido de sair do país e da comarca e ainda será monitorado por tornozeleira eletrônica. Além disso, a empresa ficará suspensa para o exercício de atividades de natureza econômica e financeira. A decisão judicial ainda determinou o sequestro de valores nas contas bancárias da sociedade e dos sócios em até R$ 13 milhões.
Os documentos, celulares e computadores serão agora analisados pela Polícia Civil para elucidação dos fatos e conclusão das investigações. Após as buscas, o investigado foi levado à Delegacia de Polícia, onde foi instalada a tornozeleira eletrônica. A operação contou com a participação de 16 policiais civis da DPCo, DpcamiI, DIC e DRP de São Bento do Sul.
O inquérito policial foi instaurado há cerca de dois meses com a finalidade de apurar os crimes de estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, uso de documentos falsos e lavagem de dinheiro.
Segundo o apurado na investigação, um homem, por intermédio de sua empresa, criada em 2018, teria realizado o lançamento irregular, sem a devida documentação, de empreendimentos imobiliários na cidade com a venda de apartamentos e salas comerciais cuja comercialização, em tese, teria ocorrido de forma fraudulenta.
Há suspeitas de que o homem se passava por engenheiro civil, usava número de CREA falso e vendia um mesmo apartamento para mais de uma pessoa, sem o conhecimento delas, ocasionando vultosos prejuízos às vítimas, que até o momento não receberam o imóvel adquirido.
Conforme a Polícia Civil, o golpista utilizou dois números de CREA como se fossem seus, sendo constatado pertencer a outros engenheiros, residentes em outro estado da federação. Os indícios ainda indicam que ele sequer possuía formação, embora colocou o título em todos os contratos firmados com as vítimas.
Em outra situação o empresário, visando à obtenção de Alvará de Construção na Prefeitura Municipal de São Bento do Sul para um dos empreendimentos, teria apresentado Anotação de Responsabilidade Técnica – ART invalida e inexistente. Novamente o número de CREA informado também pertencia a outro profissional da engenharia.
Estima-se que a movimentação financeira da empresa tenha superado os R$ 30 milhões, com a venda de apartamentos e salas comerciais já em fase avançada de construção, construídos e ainda a construir. Em um dos prédios construídos na cidade, ocorreu a venda de apartamentos residenciais a diversas pessoas, com prejuízo de quase R$ 13 milhões.
Ao que se apuraram até o momento, os empreendimentos lançados e vendidos pelo investigado, todos irregulares, jamais poderiam ter sido comercializados, inclusive por nenhum deles possuir registro de incorporação imobiliária.
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