Mês indica queda média de 10% a até 30% nas vendas dos supermercados catarinenses
Quando isolamento social foi anunciado, média teve um acréscimo de 50% nas vendas
Quando isolamento social foi anunciado, média teve um acréscimo de 50% nas vendas
Considerado segmento essencial, os supermercados continuam funcionando durante a quarentena catarinense. Uma pesquisa da Associação Catarinense de Supermercados (Acats) indica que o consumo está concentrado em itens básicos e essenciais. O fechamento do mês está indicando uma queda média de 10% a até 30% nas vendas, dependendo do porte e da localização dos varejos.
A primeira movimentação atípica aconteceu no período de anúncio do isolamento, entre 16 e 20 de março, quando foi registrada na média um acréscimo de 50% nas vendas. Na semana seguinte a situação voltou ao normal, e as vendas reduziram também 50%, na média.
Neste início de semana, o segmento registra nova queda, agora entre 10% e 30%, com alguns casos isolados de até 70%, casos de lojas de praias afetadas pela interdição total dos espaços públicos.
O Presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Paulo Cesar Lopes, registra que o setor vinha num momento de recuperação em 2020. Fevereiro registrou um desempenho 7,81% superior em relação ao 2019. Já na comparação de fevereiro com janeiro deste ano, o resultado também foi positivo, de 1,80%. No acumulado o primeiro bimestre fechou com + 4,29% superior a idêntico período de 2019.
Ainda sem a ocorrência dos efeitos do coronavírus, a expectativa do setor era de otimismo em relação à Páscoa deste ano. Dos pesquisados, 37% indicaram que compraram mais produtos para a data, 8% na média, enquanto outros 37% responderam que ficaram no mesmo patamar de encomendas de 2019. Um contingente de 26% afirmou que aguardava vendas mais fracas e que diminuiu a quantidade de produtos.
Após a pandemia, a pesquisa indica uma mudança radical de expectativas. Cerca de 80% dos empresários indica a possibilidade de queda de vendas, com a preferência por itens de baixo valor e somente 20% acredita que a Páscoa terá o mesmo desempenho de 2019. Ninguém indicou crescimento.
Na pesquisa com mais de 30 estabelecimentos que a Acats fez neste início de semana, o que mais se destacou nas manifestações dos empresários do setor foi:
– Adesão total a todas as normas de segurança dos funcionários indicadas pelas autoridades sanitárias em todos os setores, mesmo aqueles sem contato direto com o público consumidor;
– Adoção de horários especiais de funcionamento e de controle de número de consumidores nas áreas de vendas e higienização ostensiva dos pontos de contato manuais como cestas, carrinhos, caixas, corrimões, banheiros, entre outros;
– Garantia de abastecimento normal de praticamente todas as categorias, muito pontualmente alguma marca em curto atraso de entrega;
– Crescimento exponencial de vendas pelos canais online, tanto com entrega como retirada programada, isso valendo para lojas e redes de todos os portes;
– No processo de televendas, as lojas de pequeno porte localizadas em áreas mais densamente habitadas tem optado pelo processo simplificado e no contato direto com o cliente. Recebem encomendas via whatsapp e agilizam as entregas diretamente na casa do cliente ou programam a retirada na loja;
– Como o elo da cadeia de consumo entre os produtores e os consumidores finais, os supermercados estão empenhados em negociar custos com seus fornecedores, evitando ajustes que impactam no consumidor.
– Passado o período em que muitas famílias buscaram se estocar ao máximo, a ida às lojas diminuiu a frequência, com registro de ocorrência de filas apenas em alguns casos em horário de abertura;
– As cestas de compras deixaram de incluir as vendas por impulso e com isso várias categorias mais supérfluas perderam a preferência;
– Redução do consumo de folhosos e vegetais com ciclo muito rápido, por frutas, legumes e verduras com mais tempo de duração na guarda em casa. Reflexo direto do número menor de deslocamentos para compras;
– Itens com maior durabilidade na despensa e refrigeração tem maior procura, em detrimento de produtos perecíveis de ciclo rápido de consumo;
– O setor de padaria mudou acentuadamente: tortas, pães, doces e salgados de consumo no dia a dia normal das pessoas deixaram de ser os mais adquiridos, mudando a preferência por itens estilo longa vida;
– A frequência de consumidores diminuiu, com isso caiu o fluxo, mas o tíquete de compras a cada ida em muitos casos tem aumentado;
– Nota-se uma grande preocupação por parte dos consumidores com os protocolos de segurança na circulação dentro das lojas, todas bem afastadas e cumprindo as instruções de espaçamento e higienização nas entradas e saídas.