Moradores da região leste se manifestam sobre revisão do Plano Diretor em Joinville
Pedidos são para melhoria na mobilidade urbana e fiscalização de construções irregulares
Mobilidade, desburocratização e crescimento organizado foram alguns dos temas abordados por joinvilenses na sexta audiência pública sobre a revisão do Plano Diretor.
A reunião ocorreu na noite desta segunda-feira, 27, na Sociedade Alvorada, no bairro Iririú. Participaram cerca de 40 pessoas da região Leste, além de 16 vereadores e do deputado federal Coronel Armando (PSL).
A finalidade do Plano Diretor é nortear a política urbana e a previsão de diretrizes para áreas da saúde, educação, habitação, segurança, cultura, turismo, entre outras, além de traçar parâmetros para o desenvolvimento sustentável da cidade. Vale lembrar que o Plano Diretor é revisado a cada dez anos, com a participação dos moradores em audiências públicas.
O vereador Diego Machado (PSDB), presidente da Comissão de Urbanismo, explicou aos presentes a necessidade da revisão do Plano Diretor e que a última, foi feita no ano de 2008, ou seja, 13 anos atrás. O parlamentar disse que a cidade deve planejar seu desenvolvimento junto com a comunidade.
Relator do projeto, Wilian Tonezi (Patriota), que apresentou os tópicos gerais da proposta enviada pela Prefeitura à Câmara em 2018, fez um apelo para que a população exponha seus desejos para o futuro da cidade pelo e-mail planodiretor@cvj.sc.gov.br, ou por meio de visitas aos gabinetes dos parlamentares.
“Não é preciso ter um conhecimento profundo da lei, mas cada um pode trazer os anseios de sua comunidade, aquilo que o preocupa para o desenvolvimento do seu bairro”, observou Tonezi.
O vereador lembra ainda que “Joinville foi planejada para ser uma vila, e hoje se tornou uma metrópole. Somos a cidade dos remendos, dos puxadinhos, sem planejamento, um exemplo é a mobilidade urbana”.
Moradores fazem pedidos
Gelta M. Jönck Pedroso, da Associação de Moradores do Bairro Bom Retiro, relatou as dificuldades do empreendedor com tanta burocracia e cobrou uma revisão com ideias claras e objetivas para a população. Residente no bairro desde 1972, Arquelau Bonifácio, do Movimento Pedala Joinville, disse que no Plano Diretor deve ser pensada uma reestruturação para o tráfego e a mobilidade urbana.
Na mesma linha, o diretor de mobilidade urbana do Conseg Comasa/Espinheiros, Edson Falcão, cobrou dos vereadores mais representatividade por toda Joinville – na opinião dele, os vereadores estão trabalhando mais pelos bairros pelos quais se elegeram.
Falcão disse que os bairros Espinheiros e Comasa estão “esquecidos” pelos vereadores que compõem a atual legislatura e afirma que “Joinville é conhecida como grande exportador de mão de obra qualificada para o crime organizado”.
O arquiteto Arno Kuhlen, morador do bairro Saguaçu, disse que a revisão do Plano Diretor é uma exigência constitucional, e a cidade tem muitas prioridades, “pois faltou planejamento num todo”.
Dormino Bernardes, morador do bairro Bom Retiro há mais de 60 anos, chamou a atenção dos vereadores para a fiscalização. “Se existisse fiscalização, não haveria tanta construção irregular. Precisamos crescer de forma organizada”, afirma o representante da associação de moradores.
Vereadores se manifestam
Após os moradores, os vereadores se manifestaram. O vereador Brandel Junior (Podemos) disse que, hoje, o Legislativo pode cobrar do Executivo sem bandeira política, porque existe união e vontade de trabalhar entre os parlamentares. “Essa unidade nos dá esperança de um futuro melhor, de uma cidade com mais qualidade de vida. Temos cidades vizinhas mostrando o que é um parque e nossa cidade ficando para trás. Precisamos lutar para que tenhamos uma Joinville que possa nos dar orgulho”, dispara.
Para o vereador Henrique Deckmann (MDB), além da segurança, ciclovias, faixas elevadas e parques, a limpeza e a manutenção de valas e rios devem fazer parte diariamente do planejamento da cidade.
Por sua vez, Tânia Larson (PSL) destacou a importância da preservação ambiental nos morros, mangues, nascentes, flora e fauna, além de uma campanha de conscientização e cuidados com o meio ambiente.
Cassiano Ucker (Cidadania) lembrou que é fundamental a participação da população nas discussões sobre o Plano Diretor. “A preservação das áreas verdes, o Morro do Finder, devem ser contemplados. É preciso pensar na mobilidade e acessibilidade”, defende Cassiano.
Lucas Souza (PDT) também enaltece a importância do momento, alegando que “o Plano Diretor perpassa qualquer vontade política. O que estamos discutindo é o futuro da cidade, as necessidades. É uma oportunidade de todos de participarem”.
Alisson Julio (Novo) relatou sua dificuldade em andar de cadeira de rodas na rua Iririú, devido à falta de acessibilidade e à existência de irregularidades, como desníveis, buracos, lixeiras, bueiros destampados e pisos escorregadios. Alisson disse que “a mobilidade vai além dos carros, é uma condição que permite o deslocamento das pessoas em uma cidade”.
Para o vereador Neto Peters (Novo), a cidade precisa trabalhar a desburocratização e o desenvolvimento. “É preciso ter liberdade econômica, liberdade de concorrência leal, e precisamos evoluir muito no tratamento de esgoto”, disse o parlamentar.
Luiz Carlos Sales (PDT) lembra que essa discussão é algo que já deveria ter ocorrido há muito tempo. “Faltou organização do Poder Público para entregar qualidade de vida para as famílias joinvilenses. E com essa revisão do Plano Diretor queremos garantir isso”, conclui.
Mauricinho Soares (MDB) disse que Joinville precisa de prefeito, vereadores e deputados de coragem para evoluir e vê essa qualidade na nova gestão. Para ele, é fundamental investir na construção de elevados em Joinville, pois a cidade foi muito mal planejada.
Para Ascendino Batista (PSD), a cidade vive um novo tempo. “Nosso partido é Joinville. A cidade precisa crescer, precisa prosperar. Esse é o motivo pelo qual eu entrei na política, para trabalhar por Joinville”, reforça.
Também participaram da audiência pública no bairro Iririú os vereadores: Kiko do Restaurante (PSD), Nado (Pros) e Érico Vinicius (Novo), que novamente registrou a importância da manifestação da sociedade.
Próximas audiências públicas
Nova Brasília, 4 de outubro, às 19h30, na Igreja Santa Clara, que fica na rua Francisco de Souza Vieira, 842. Bairros envolvidos: Morro do Meio (áreas urbana e rural), Nova Brasília e São Marcos.
Boehmerwald, dia 7 de outubro, às 19h, no Centro Educacional e Social do Itaum, que fica na rua Monsenhor Gercino, 1.040. Bairros envolvidos: Boehmerwald, Floresta, Itaum, Itinga, Parque Guarani, Petrópolis, Profipo e Santa Catarina.
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