Moradores de Joinville mantém hobby de ferreomodelismo por décadas; conheça prática
Joinvilenses contam o início da paixão pelo hobby
Apaixonados por ferreomodelismo, joinvilenses que participam de grupos com outras pessoas que também têm os mesmos interesses pelas miniaturas de trem cultivam a tradição de décadas na cidade. Muitos deles foram incentivados desde berço pelos pais.
O ferreomodelismo é um dos hobbies mais antigos do mundo, e sua origem remonta ao período em que o transporte ferroviário foi adotado massivamente. As primeiras miniaturas de trens foram fabricadas por volta de 1830, por artesãos alemães.
De lá para cá, muita coisa mudou, principalmente no Brasil, onde o transporte de passageiros pelas ferrovias deixou de acontecer, com exceção dos passeios turísticos. Mesmo assim, a paixão de algumas pessoas por este hobby se intensificou.
Em Joinville, Nivaldo Klein, de 70 anos, é um dos apaixonados pelo hobby. Ainda quando bebê, se mudou de Joinville para São Paulo e, na capital paulista, conheceu um grupo de meninos que eram ferreomodelistas. Em 1964, retornou para Joinville, cidade que se instalou e casou em 1981. Quando esperava o primeiro filho, decidiu voltar a praticar o hobby que conheceu em São Paulo.
Nivaldo se classifica como um colecionador e comenta que não produz as peças. Ele participa de um grupo na cidade que se reúne toda quinta-feira para discutir o hobby. Inclusive, Nivaldo já chegou a participar de exposições em Ribeirão Preto (SP) e Campinas (SP). “Nessas exposições, víamos pessoas com bonés e vestimentas de maquinistas”, conta.
Entre 1965 e 1973, Nivaldo trabalhou com Recursos Humanos e, depois, seguiu para área de Informática, trabalhando até 1998. Em seguida, passou a trabalhar em um instituto em Joinville que ficava perto da estação ferroviária da cidade. Ele comenta que, quando o trem passava, saía do local de trabalho para fotografar a chegada na estação.
No caso de Nivaldo, a tradição passou do pai para os filhos, que também cultivam os mesmos interesses, apesar de ser em menor frequência. “Meus dois filhos são arquitetos. O segundo se tornou [arquiteto] por causa do ferreomodelismo, tenho certeza disso. O primeiro gostava de modelismo, mas montava mais kits. Eles gostavam de ver as estações”, conta.
Há ciclos no modelismo. Nivaldo comenta que, inicialmente, o neto brinca com o avô quando pequeno. Sendo assim, o pai lembra que possui as miniaturas no armário e passa a brincar com o filho. Depois que o filho cresce e constrói uma carreira profissional, o hobby fica em segundo plano, voltando a brincar quando o filho nasce. Assim, o ciclo é iniciado novamente.
“O ferreomodelismo geralmente parte de pessoas que tiveram um histórico familiar que envolve trem. Muitas vezes, um avô ou o pai foi ferroviário e este interesse já está presente dentro da pessoa. Depois, ele faz o seu mundo em miniatura em casa”, avalia Nivaldo.
Outro morador de Joinville que também é ferreomodelista é Fábio Lilie, 36. O vendedor mexe na miniatura que está montando uma vez por semana. A primeira maquete foi feita por ele com 15 anos. Assim como Nivaldo, Fábio também já participou de exposições, várias delas em Curitiba (PR).
As peças são compradas pela internet, como trilhos, estações e túneis. Fábio comenta que tem dificuldade para encontrar as peças à venda na região. De início, o vendedor começou com miniaturas ovais que são mais simples e, atualmente, está fazendo sua terceira miniatura. “Era quando eu queria brincar. Esta é mais sofisticada, para fazer manobras”, afirma.
Fábio já produz a atual miniatura que está montando por cerca de dez meses. Ele comenta que, inicialmente, não tinha noção de tamanho e foi aprendendo com o tempo. “Eu era metido nessas coisas. Nós nunca terminamos. Sempre queremos mudar algo na maquete”, diz.
O objetivo da miniatura atual é representar um lugar do interior ou área urbana. Ainda, Fábio pretende trazer um pouco de Joinville na nova maquete, que terá casas e luzes nos postes. A parte elétrica foi instalada por ele mesmo.
Também em Joinville, o piloto de helicóptero André Duarte Glória, 50, começou o hobby recentemente, por conta do filho que é fascinado por trens. “Iniciei há quatro anos, após uma viagem de trem que fizemos pelo Vale dos Vinhedos e Gramado, no Rio Grande do Sul. Pesquisei na internet sobre o assunto e descobri que a Frateschi vendia esses produtos. Comprei alguns para começar minha coleção e estou até montando uma maquete para rodar os trens”, explica Duarte.
Já o engenheiro eletricista aposentado Dirceu José Soncini, 66, teve o primeiro contato com o ferreomodelismo há 16 anos, quando ganhou de presente do pai alguns trens. “Até 2005 mexia com o hobby esporadicamente, mas depois passei a me dedicar mais. Isso ocorreu em virtude de uma viagem que me despertou novamente esta paixão, e a partir de 2011 aumentei ainda mais minha dedicação a ele. Adquiri mais peças e comecei o projeto de minha maquete”, afirma Soncini. Ele possui cerca de 105 locomotivas e 250 vagões.
*Colaborou Fernanda Silva
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