Moradores pedem pontes, binários e pavimentação para melhorar o trânsito na Zona Leste de Joinville
Reunião aconteceu nesta segunda-feira
Reunião aconteceu nesta segunda-feira
A Comissão de Urbanismo fez uma audiência pública na noite desta segunda-feira, 13, para debater a mobilidade nos bairros Comasa e Espinheiros, em Joinville. Cerca de 150 moradores da região lotaram o Centro Pastoral Padre Fausto, no Comasa, para pedir e cobrar ações do poder público. Eles apontaram o crescimento da população e o aumento do fluxo de veículos como causas para os problemas de mobilidade que enfrentam.
Proponente da reunião, o vereador Cassiano Ucker (União Brasil), que também é morador da zona leste, relatou que a ideia do encontro partiu de lideranças do Comasa ainda no ano passado. De acordo com o vereador, representantes de conselhos locais estavam sem esperança de conquistar as melhorias almejadas. Na audiência pública, o coordenador de Mobilidade Urbana do Comasa/Espinheiros, Edson Falcão, pediu mais atenção do poder público para a região, que, na opinião dele, “está sempre em último plano para receber obras públicas”.
Entre as principais demandas na audiência pública, a população cobrou a finalização do novo trevo das ruas Albano Schmidt e Prefeito Baltazar Buschle, uma nova ponte para acesso aos Espinheiros, obras de pavimentação, melhorias no transporte coletivo urbano e implantação de binários.
A reivindicação por novas pontes dominou boa parte das manifestações do público, uma vez que o Comasa é cortado por vários canais e o bairro Espinheiros é separado do Comasa justamente por um desses curso de água. Atualmente, a ponte na rua Prefeito Baltazar Buschle, nas proximidades do entroncamento com a rua Agostinho dos Santos, é a única ligação entre um bairro e outro.
Entre os vereadores, Kiko do Restaurante (PSD) afirmou que a construção da segunda ponte para os Espinheiros é uma das pautas que ele defende como representante da população. Já Claudio Aragão (MDB) cobrou agilidade da Prefeitura na solução do problema.
Representante da Secretaria de Planejamento Urbano (Sepur), Paulo Henrique Klein citou que o novo plano viário de Joinville, em elaboração, prevê um novo acesso aos Espinheiros. Ele adiantou que há duas possibilidades: alargar a ponte existente ou construir uma nova. Klein, entretanto, salientou que a obra não é simples, em virtude da necessidade de licenças ambientais que deverão ser expedidas por órgão estadual.
O aumento da oferta de ônibus do transporte coletivo urbano foi outra demanda que recebeu apoio da população. A moradora Cezônia do Nascimento relatou que faltam linhas entre o Comasa e o setor educacional que abriga a Udesc e a Univille. Na opinião dela, a inclusão dessas linhas beneficiaria estudantes que moram na zona leste, em especial no Comasa.
Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo, do Comasa, o padre Jorge Luiz da Silva defendeu um menor intervalo entre as linhas que atendem o bairro. Segundo o sacerdote, os itinerários partem dos terminais e circulam por todo o Jardim Iririú para então atender ao Comasa.
“Padre Jorjão”, como é conhecido, ainda relatou as dificuldades que os moradores enfrentaram durante a pandemia da covid-19. Segundo ele, com a redução no número de linhas, os ônibus ficavam lotados em toda a zona leste. Ele sugeriu que o prefeito e os vereadores andassem de ônibus “para conhecer o que o pobre sofre para se mover na cidade”.
O presidente da Câmara, Diego Machado (PSDB), e o presidente da Comissão de Urbanismo, Wilian Tonezi (Patriota), mencionaram que, pela primeira vez, Joinville está elaborando uma licitação para a oferta do transporte público urbano. Eles salientaram que as ações adotadas durante a pandemia atendiam às regras vigentes no contrato entre a Prefeitura de Joinville e as duas empresas que operam o serviço na cidade.
Machado ainda reforçou que os vereadores e moradores estão do mesmo lado nas reivindicações de melhorias. O parlamentar esclareceu que obras e transporte coletivo são responsabilidade da Prefeitura e não da Câmara de Vereadores.
O binário para descongestionar a Prefeito Baltazar Buschle foi outra prioridade relacionada pelos moradores. O vereador Brandel Junior (Podemos), por sua vez, cobrou de representantes da Prefeitura uma data para apresentação do estudo de binário nessa via. Paulo Klein disse que a decisão não caberia a ele, mas afirmou que o tema seria incluído na pauta da reunião do grupo de discussão de mobilidades desta terça-feira (14).
Diante da manifestação de Klein, Brandel Junior lamentou a ausência dos secretários de Infraestrutura (Seinfra) e Planejamento Urbano (Sepur) na audiência pública. Para o vereador, “quem coloca o nome à disposição da população precisa ouvir o que os moradores têm a dizer”.
A população ainda sugeriu outras mudanças no trânsito da zona leste. A moradora Maria Elza da Costa sugeriu a implantação de mão única no trânsito da rua Maracujá. Segundo ela, a via, além de ter muitos buracos, é muito estreita para atender ao tráfego de mão dupla.
Outro morador, Clóvis Lessio, concordou com a sugestão de Maria Eliza e incluiu uma proposta de mudança para a rua Apucarana. Na visão dele, a implantação de mão única reduziria os frequentes acidentes no trecho. Já Renato Rech apontou a conclusão da rua Praia Grande, que margeia um dos canais do Comasa, como uma prioridade para a região.
Com relação à conclusão da obra no trevo das ruas Albano Schmidt e Prefeito Baltazar Buschle, nas proximidades do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, Rosilene Souza avaliou que “é uma vergonha a obra estar parada”. Ela destacou que falta sinalização no local.
O representante do Departamento de Trânsito (Detrans), Guilherme Belegante, afirmou que a sinalização será implantada até o fim de fevereiro. Ele ainda informou aos moradores que eles podem se comunicar com a Prefeitura, inclusive apresentar cobranças e reclamações, via canal da Ouvidoria, no site da Prefeitura de Joinville.
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