Moradores reclamam da falta de linhas e horários de ônibus em Joinville
Transporte coletivo não acompanhou retomada de atividades presenciais em empresas e universidades
Moradores de Joinville têm reclamado do transporte público da cidade. A denúncia é de que o serviço não acompanhou o retorno das atividades presenciais, como empresas e universidades. Eles se sentem prejudicados pela falta de linhas e horários que existiam até antes da pandemia da Covid-19, que iniciou há dois anos.
Em março de 2020 o transporte coletivo de Joinville parou. Ficou assim por cerca de seis meses. Em setembro, quando voltou a circular sem novas interrupções, várias linhas foram cortadas e horários reduzidos, por conta de prejuízos financeiros acumulados durante a paralisação.
Com linhas e horários cortados, o serviço não tem atendido todos os usuários como era de costume, o que tem gerado reclamações. Antes de 2020, Fernanda de Jesus se deslocava pela linha Sul/Nova Brasília e conseguia parar perto de casa. Com a pandemia, a linha foi extinta.
Agora, Fernanda precisa pegar um ônibus que passa em outra rua da região e andar mais dez minutos para chegar em casa. “Eu saio do trabalho às 13h. É muito quente para caminhar e eu já estou cansada”, desabafa.
Como alternativa, a moradora começou a utilizar aplicativos de carona. Portanto, a falta de opções no transporte coletivo, além de aumentar o tempo de deslocamento de Fernanda, também deixou as saídas de casa ainda mais caras.
Assim como Fernanda, que deixou de ter a região atendida de forma mais direta, pelas redes sociais outros moradores também fizeram reclamações no mesmo sentido. “Falta a linha Iririú via Castro Alves. As pessoas precisam andar muito para pegar outra linha”, diz uma moradora no Instagram ao O Município Joinville. Outra joinvilense citou a linda do Costa e Silva/Iririú/Tupy, que também deixou de circular.
Falta de horários
Cansado após a jornada de trabalho, que termina às 20h, Fernando Silva costumava pegar o Benjamin Constant/Centro, que passava pela rua Guilherme, em frente ao PA Norte. Atualmente, a linha opera apenas até as 19h15 e Fernando precisa se deslocar cerca de três quilômetros para acessar outra linha.
Luiza Helena também citou o problema da falta de horários na linha que leva ao bairro Costa e Silva. Durante a noite, há um espaçamento de um hora entre os horários. A moradora avalia a medida como ruim, pois o tempo de espera é longo, o que não ocorria há dois anos.
Maria Silva aponta que, com horários cortados, há acúmulo de passageiros. “Tenho filho pequeno e é horrível, não tem espaço”, reclama a moradora. Cristiano Domingos critica a aglomeração que o corte da frota causa. “Como evitar aglomeração diminuindo a frota de ônibus, sendo que o correto era aumentar”, questiona.
Há linhas que, antes da pandemia, saiam dos terminais a cada cinco ou dez minutos, dependendo do horário de pico, como é o caso do Norte/Sul, por exemplo. Agora, a linha tem um intervalo de cerca de 15 minutos. Durante a manhã, este tempo chega a ser de 20 minutos e uma hora. Neste período, os passageiros são atendidos com a linha Itinga/Norte.
O que diz a prefeitura
Apesar do serviço de transporte coletivo ser prestado pelas empresas Gidion e Transtusa, a Prefeitura de Joinville é a contratante e toma as decisões que englobam a circulação dos ônibus.
O governo municipal afirma que, a partir da próxima segunda-feira, 21, serão retomadas linhas que atendem a região das universidades, no bairro Bom Retiro. Os ônibus irão circular tanto pela manhã quanto ao meio-dia. À noite serão disponibilizados cinco ônibus biarticulados para fazer estas linhas e atender a demanda de passageiros.
Sobre a restrição de horário na linha Benjamin Constant, por exemplo, a prefeitura explica que a região passa ser atendida pelo Costa e Silva/Centro. A linha porém não passa exatamente nas mesmas ruas que a anterior. Assim como Luiza Helena citou, esta linha, que circula a noite, sai do terminal com um intervalo de uma hora.
Já as linhas Sul/Nova Brasília e Castro Alves, por exemplo, não tem retorno previsto. Segundo a prefeitura, elas foram desativadas por falta de passageiros.
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