Motoristas de aplicativos prometem paralisação nesta sexta-feira e sábado em Joinville
Entre as pautas, está a redução do preço nos combustíveis e melhores condições de trabalho
Entre as pautas, está a redução do preço nos combustíveis e melhores condições de trabalho
Motoristas de aplicativos devem realizar paralisações nesta sexta-feira, 5, e sábado, 6, em Joinville, contra o aumento no preços dos combustíveis e por melhores condições de trabalho.
A expectativa dos organizadores é de que os atos concentrem, no mínimo, 300 carros. Hoje, Joinville tem cerca de 9 mil trabalhadores no setor.
Higor Crespilho, de 41 anos, um dos organizadores e intitulado como líder da categoria, explica que existem três principais reivindicações: o aumento dos combustíveis, reajuste nas tarifas mínimas em viagens pelos aplicativos e revogação completa da lei municipal 8467.
Para ele, o valor mínimo das corridas deve ser de R$ 7, já que a gasolina e os custos com a manutenção dos veículos aumentaram. “Recebemos a mesma taxa desde 2016”, critica.
De 2017, a lei municipal permite cobrar R$ 0,39 a mais por quilômetro efetuado. Crespilho explica que o projeto não está em prática por conta de uma revogação obtida pela Uber e 99, porém, pode ser colocada em prática a qualquer momento pelo prefeito Adriano Silva (Novo), caso seja de interesse da prefeitura.
“Sempre estive discutindo isso com o prefeito, ele prometeu que irá revogar, mas até o momento ainda não fez isso”, conta.
Ainda existem exigências complementares, como a regulamentação para priorizar corridas aos motoristas da cidade.
A liderança da greve explica que durante o Festival de Dança, por exemplo, vêm pessoas de outras cidades e realizam viagens que seriam dos trabalhadores de Joinville.
As manifestações devem começar às 8 horas, com concentração na Expoville, e seguir até o início da tarde. Estão previstas carreatas e ações simbólicas, como abastecer apenas R$ 0,50 nos postos de gasolina e pedir nota fiscal.
Além disso, “bunizaços” devem acontecer na frente do prédio administrativo da Uber e em frente à Prefeitura de Joinville.
Higor afirma que por conta da pandemia da Covid-19, todos devem se manter dentro dos carros, evitar aglomerações, e utilizar máscara e álcool em gel.
O líder da manifestação dos motoristas de aplicativos em Joinville diz que as paralisações não têm apoio ou ligação com partidos ou organizações políticas. “Se eu não acordar cedo, não tem político que vai pôr comida na minha mesa”, analisa.
No sábado, segundo ele, os motoboys e motoristas de vans devem apoiar e participar da carreata.
Higor afirma que o movimento é para chamar atenção, principalmente, do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL). “Ele não está fazendo nada pelo estado, quando vem só fala com empresários”, lamenta.
Crítico das atuais condições de trabalho, Crespilho explica que diversos motoristas de aplicativos chegam a trabalhar 12 horas por dia para faturar, em média, R$ 1.800.
Lidar com a impaciência de passageiros é mais um obstáculo. Nascido no estado de São Paulo, ele conta que já trabalhou na função lá e em Joinville. E sente na pele a diferença. “Lá, sabem que somos pais de família e não avaliam mal. Aqui, exigem tudo”, reclama.
O motorista ainda ressalta que as pessoas querem o carro limpo em todos os momentos, mas mostra a contradição ao citar que diversas ruas da cidade não são asfaltadas.
“A pessoa que entra no carro está com o sapato sujo. O próximo cliente que entra diz que você é sujo e aí te avalia mal. O sistema não entende que a cidade tem estrada de chão”, desabafa.
A falta da humanização no ambiente de trabalho é outro ponto negativo. Segundo o motorista é tudo eletrônico, fala-se apenas com robôs. E finaliza criticando a falta de diálogo com as empresas. “Eles dizem: não tá contente? Manda o currículo para algum RH.”
Procurada pela reportagem, a equipe administrativa da Uber, em Joinville, não se manifestou sobre o tema.
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