MP-SC denuncia seis suspeitos por quatro homicídios no Ulysses Guimarães, em Joinville
Crimes ocorreram em janeiro deste ano
Crimes ocorreram em janeiro deste ano
Seis pessoas suspeitas de cometer quatro homicídios no mês de janeiro, no bairro Ulysses Guimarães, em Joinville, foram denunciadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). Os crimes ocorreram no dia 6 de janeiro e os corpos encontrados somente no dia 22 de março, após uma denúncia anônima recebida pelas forças policiais.
Três das quatro vítimas foram identificadas como Neucael Roque Kleina Pimentel, de 23 anos, Vanderson Rodrigues Kroll, de 39, e Jhonny Wesley dos Santos Kroll, de 19. O quarto corpo ainda não foi identificado pela Polícia Cientifica.
Segundo o delegado Dirceu Silveira, da Polícia Civil, em coletiva de imprensa um dia após os corpos serem encontrados, disse que eles (os corpos) “estavam numa cova muito funda”.
De acordo com a denúncia do MP-SC, os seis denunciados e outros indivíduos ainda não identificados, todos supostamente integrantes de uma organização criminosa, teriam mantido seis vítimas, entre elas uma menina menor de 18 anos, em cárcere privado durante algumas horas no interior de uma ONG no bairro Ulysses Guimarães.
Conforme consta na denúncia, “os denunciados mantiveram as vítimas em cárcere privado para confirmar se elas integravam ou não a facção criminosa rival à dos agentes criminosos, para então deliberar sobre a morte das vítimas, atuando numa espécie de Tribunal do Crime Organizado”.
Após o “julgamento” e longa negociação, duas das vítimas teriam sido libertas e coagidas a retornar imediatamente para o estado do Paraná. A ação penal pública destaca que um dos crimes de cárcere privado foi praticado contra menor de 18 anos, pois uma das vítimas tinha 16 anos de idade na data dos fatos.
Em seguida, dois réus, com comparsas não identificados e por determinação de outro réu, além de demais integrantes também não identificados, dirigiram-se até uma região de mata no bairro Ulysses Guimarães e teriam matado quatro vítimas com diversos tiros.
Outros três réus também, supostamente, participaram do ato criminoso auxiliando e participando diretamente do “julgamento” das vítimas, sendo uma mulher, em princípio, quem informava aos membros da facção o paradeiro das vítimas no bairro Ulysses Guimarães, bem como, junto a dois denunciados, teria iniciado o interrogatório das vítimas.
Após a suposta execução das vítimas, dois denunciados, com os comparsas ainda não identificados, teriam ocultado os cadáveres. De acordo com a denúncia, “eles enterraram os corpos em uma região desconhecida nas proximidades do local em que foram mortos”.
A 23ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joinville quer que as pessoas suspeitas sejam julgadas e condenadas pelo Tribunal do Júri por quatro homicídios duplamente qualificados – motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas – e pelos crimes conexos de cárcere privado, organização criminosa e ocultação de cadáver. A Justiça recebeu a denúncia nesta terça-feira, 16.
Para o Promotor de Justiça Marcelo Sebastião Netto de Campos, “o motivo do crime foi torpe, em razão da guerra de facções criminosas instalada na cidade, uma vez que os denunciados entenderam que as vítimas teriam vínculos com a facção criminosa rival”.
Ele ressalta que “os homicídios foram praticados mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas, pois estavam sob o domínio de seus executores, os quais se encontravam em superioridade numérica, em cárcere privado, dificultando que esboçassem válida tentativa de defesa”.
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