Mulher confessa ter matado os dois filhos e escondido os corpos por 14 dias no apartamento onde morava no Paraná
Um deles é filho de catarinense
Eliara Paz Nardes, de 31 anos, suspeita de matar os dois filhos no Paraná, confessou os crimes na tarde do sábado, 27, no município de Guarapuava. Segundo o relato, ela escondeu os dois corpos por 14 dias em um apartamento no Centro da cidade. A polícia suspeita que o menino de três anos e a menina de dez, foram mortos nos dias 13 e 17 de agosto.
Para trazer novas informações, a delegada Ana Hass, da Polícia Civil do Paraná, responsável pela investigação do caso, deu entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, 30. Ela revela que duas cartas foram encontradas na cena do crime.
Detida por ocultação de cadáver e fraude processual, a mulher diz que decidiu matar os dois filhos após ter um surto psicótico. Segundo a polícia, ela entrou em contato com um advogado de Santa Catarina, onde morou parte de sua vida. Em conversa com o profissional, ela confessou o crime.
Corpos
Após saberem da localização dos corpos, a polícia foi até o imóvel. Os dois foram encontrados no quarto da mãe, embaixo de uma coberta em cima da cama. Ambos já estavam em estado de decomposição.
De acordo com a polícia, a mulher teria dito que estava cansada de cuidar das crianças e que matou o filho de três anos asfixiado com um travesseiro após um surto. Logo depois, avisou que mataria a menina de dez anos e que cometeria suicídio na sequência.
Segundo relato, a menina foi morta enforcada com um cachecol. Com os corpos no quarto, a mulher confessou que continuou a residir no apartamento durante as duas semanas.
Justificativa
Segundo a delegada, as cartas teriam sido escritas com o objetivo de justificar o crime. Em ambos os textos, a mulher teria relatado dificuldades na criação dos filhos, além da ausência da família.
As cartas teriam sido redigidas durante o tempo que ela ficou com as crianças no apartamento. Ana também diz que uma estratégia de defesa teria sido ensaiada pela mulher, que buscava criar desculpas e justificativas, principalmente por questões financeiras.
Pela linha de investigação, existe a possibilidade do crime ter sido premeditado. Ainda segundo os textos, a mulher teria relatado que a vida teria mudado para pior após conhecer o pai do filho mais novo.
A informação é de que uma carta tem oito páginas e a outra teria entre três e quatro. Entre as linhas, seria possível perceber um rancor do pai do menino. A mulher diz que após o falecimento do pai da filha, a vida ainda era boa, porém, ao conhecer o outro homem, tudo teria mudado.
Em parte do texto, é citado que o pai do menino tinha uma vida boa, uma vida que ela não tinha com as crianças. A suspeita da polícia é de que ela “se livrou” dos filhos para ter a vida que queria.
Possibilidade de surto
Questionada sobre a possibilidade da mulher ter tido um surto psicótico antes de matar os filhos, Ana Hass descarta essa possibilidade. A delegada diz que a mulher estava sentada no sofá quando a polícia chegou no apartamento, e que disse aos policiais que nunca realizou tratamento ou apresentou algum episódio de surto.
A polícia acredita que o crime foi premeditado, já que, após cometer o crime, a mulher passou cerca de 14 dias com as crianças, tempo suficiente para pensar em estratégias de defesa.
Ana conclui dizendo que nenhum advogado se apresentou como defensor da mulher na delegacia. A prisão preventiva de Eliara foi mantida, porém, o local segue em sigilo por causa da investigação.
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