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Mulheres entre 35 e 39 anos formam maior parte do eleitorado de Joinville

Mesmo representando 51,9% dos eleitores, mulheres ainda são minoria em cargos eletivos

A cara do eleitorado joinvilense é uma mulher, com idade entre 35 e 39 anos, casada e com ensino médio completo. O perfil foi traçado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base nos dados dos eleitores do município.

Pricila Pamela Costa, 35 anos, tem dois filhos —  de dois e seis anos —, é casada e trabalha como operadora de caixa em um supermercado da cidade. Ela conta que vai às urnas neste ano por obrigação, mas não sente vontade de votar.

O desânimo de Pricila nem é por conta da pandemia do novo coronavírus, mas de um cenário que, segundo ela, há anos permanece igual. Em Joinville, as mulheres representam 51,9% dos eleitores aptos para as eleições municipais deste ano, enquanto que os homens somam 48,1%.

Embora representem a maioria com direito ao voto, as mulheres ainda são minoria em cargos eletivos. Em Santa Catarina, dos 16 deputados federais eleitos, apenas quatro cadeiras são ocupadas por mulheres. Já na Assembleia Legislativa, dos 40 deputados, apenas três são mulheres.

Na história do município, nenhuma mulher chegou a ocupar o cargo de chefe do executivo municipal. Na Câmara de Vereadores, ocupam três das 19 cadeiras. Neste ano, ao que tudo indica, apenas uma mulher se lançará como candidata à prefeitura de Joinville.

Pricila Pamela/Arquivo pessoal

“Apesar das mulheres serem independentes e capacitadas para qualquer cargo, acredito que exista um certo preconceito vindo dos próprios eleitores. Imagina uma mulher liderando uma cidade”, indaga Pricila.

Assim como Pricila, Sara Silva, 37, mãe, casada e trabalhadora autônoma, não enxerga espaço para mulheres, principalmente as que defendem pautas sociais.

“Sabemos de partidos que lançam nomes de mulheres para atender as cotas partidárias. E, quando lançam, não dão a mesma estrutura e suporte partidário para lideranças feministas, LGBTQI+ e negras”, comenta Sara.

Clima das eleições

Para Pricila, o pleito não deveria ser realizado em novembro. Mesmo com medidas restritivas e evitando aglomerações, pensa que, ainda assim, será arriscado. A preocupação, neste momento, deveria ser evitar o contágio, acredita.

“O clima ainda está muito tenso. Assim como não é o momento de voltar as aulas, também não deveriam realizar as eleições”, afirma.

Sara pensa que os projetos propostos pela classe política não dão conta de mudar a realidade. Para ela, principalmente em contexto de pandemia, deveria ser priorizado pautas como saúde e educação e tornar a população mais participativa nas decisões.

“Desta forma, fazer uma mudança por meio da pressão popular e trazer maior transparência na gestão pública”, afirma.

Perfil dos eleitores

Nas eleições deste ano, de acordo com dados do TSE, 403.526 mil pessoas poderão ir às urnas em Joinville, o que representa 30 mil a mais em comparação com as eleições municipais de 2016.

A parcela casada do eleitorado joinvilense representa 46,4%, já os solteiros compõem 43,5% dos eleitores. Com relação à idade, a maioria possui de 35 a 39 anos. Em seguida, vem os eleitores com 30 e 34 anos, representando 11,16% e os de 25 a 29 anos, somando 10,81% da população eleitora.

A maioria dos eleitores, 35,2%, possui o ensino médio completo, 18,42% tem ensino superior completo e 26,45% possui ensino fundamental e médio incompletos. Menos de 1% da população votante é analfabeta.

Ainda conforme os dados do TSE, 2.183 pessoas com deficiência terão direito ao voto neste ano. Além disso, 18 pessoas que fizeram alteração em seu nome social também podem comparecer às urnas.


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