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Mulheres organizam manifestação em apoio a Mariana Ferrer em Joinville

Empresário acusado de ter estuprado Mariana Ferrer foi absolvido. Vídeo do julgamento viralizou e causou revolta

O caso de Mariana Ferrer, 23 anos, que teria sido estuprada pelo empresário André de Camargo Aranha, em dezembro de 2018, em um beach club de Florianópolis, tomou as redes sociais após o vídeo do julgamento ter sido publicado nesta terça-feira, 3, pelo site Intercept Brasil. Em solidariedade, mulheres joinvilenses organizaram uma manifestação em apoio a vítima e contra a decisão do judiciário catarinense.

O ato acontece neste sábado, 7, às 15 horas, em frente a Ordem dos Advogados do Brasil, no Centro de Joinville.

O tratamento recebido pela jovem durante a sessão, assim como a sentença que absolveu o réu das acusações, geraram revolta. As mulheres avaliam que o advogado do réu, Cláudio Gastão da Rosa Filho, agiu de forma desrespeitosa com a vítima e que o judiciário não teria intervindo em apoio a Mariana.

“A gente não aceitou o que aconteceu com ela. Tanto a decisão de absolvição quanto a forma que falaram com ela (no julgamento), mostraram as fotos dela, foi contra qualquer código de ética”, afirma uma das organizadoras do ato, a estudante de Direito Maria Júlia Madruga da Silva.

Para reunir as manifestantes, foram criaram grupos no WhatsApp, que já somam mais de 400 participantes.

Por conta da pandemia da Covid-19, as organizadoras pedem que todos levem álcool gel e usem máscara durante o protesto. Elas também orientam que as pessoas vistam camisetas pretas.

O caso

O empresário André de Camargo Aranha era suspeito, até a sua absolvição, de ter cometido um estupro de vulnerável contra Mariana Ferrer, na época com 21 anos, em 15 dezembro de 2018. Os dois estavam em uma festa em um beach club localizado na praia do Jurerê, em Florianópolis.

Em um vídeo das câmeras de segurança da boate, é possível ver Mariana tonta, subindo as escadas para o camarim com ajuda do empresário. Minutos depois, ela é vista descendo os degraus, seguida por ele.

A jovem acredita ter sido dopada, pois não se recorda claramente do ocorrido e, por não conseguir demostrar resistência, foi abusada. Mariana nunca havia tido relações sexuais até o dia do ocorrido. Já o acusado alega que eles não tiveram relação, mas apenas sexo oral.

A perícia, porém, confirmou que a prática de conjunção carnal e ruptura recente do hímen e que Mariana havia ingerido álcool. Contudo, segundo o juiz Rudson Marcos, pela prova pericial e oral produzida não ficou suficientemente comprovado que Mariana Borges Ferreira estivesse alcoolizada – ou sob efeito de substância ilícita – a ponto de ser considerada vulnerável.

“Se o juiz não possui provas sólidas para a formação do seu convencimento, sem poder indicá-las na fundamentação da sua sentença, o melhor caminho é a absolvição”, diz a sentença que absolveu Aranha.


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