Nascido no Japão, jovem realiza sonho de ser bombeiro voluntário em Joinville

Aos 25 anos, Victor Muta administra a rotina de estudos e resgate e salvamento voluntário

Nascido no Japão, jovem realiza sonho de ser bombeiro voluntário em Joinville

Aos 25 anos, Victor Muta administra a rotina de estudos e resgate e salvamento voluntário

Isabel Lima

Victor Muta, de 25 anos, é um jovem universitário que descobriu a paixão pelo trabalho voluntário no Corpo de Bombeiros de Joinville. Nascido no Japão, Muta veio para o Brasil com 10 anos, mas a ideia de ser bombeiro surgiu ainda na primeira infância, no país natal.


O jovem conta que o sistema de bombeiros voluntários é mais forte do que se pensa. Em países como Estados Unidos, Alemanha e Japão, a atuação facultativa nos bombeiros é consolidada. No primário, ele jogava futebol e tinha professores que trabalhavam como bombeiros voluntários.

“É aquele sonho de criança”, explica Victor. Até hoje, ele lembra das apresentações dos professores falando dos bombeiros, dos caminhões e mangueiras. Com o passar dos anos e a mudança para o Brasil aos 10 anos, o sonho se aquietou.

Enquanto morava em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Victor participou dos escoteiros e teve a primeira experiência de combate ao fogo. Durante o inverno, o tempo seco na região iniciou um incêndio na vegetação onde Victor estava com o grupo.

Ele conta que o pessoal se juntou e combateu o fogo juntos. “Isso foi outro estalo para mim”, ele conta.

Vinda para Joinville

Já adolescente, Victor decidiu cursar Engenharia de Logística de Transportes. Prestou vestibular para a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e passou. Como o curso acontecia em Joinville, se mudou para a cidade.

Em um dia comum de aula no ano de 2017, o universitário viveu uma experiência que abriu os olhos dele para novas possibilidades. “Tinha um amigo meu da faculdade que também era bombeiro e teve uma ocorrência que aconteceu bem próximo da faculdade que ele auxiliou o pré-hospitalar”, conta.

Ao ver o amigo atuando como bombeiro e sendo estudante ao mesmo tempo, Victor reviveu o sonho de criança.

Virando um bombeiro voluntário

Isabel Lima/ O Município Joinville

Quando a pandemia de Covid-19 amenizou, o Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville abriu um processo seletivo. Victor decidiu participar, pois a ocasião que viu o amigo viver ficou na cabeça dele. “Se eu não passasse, estava tudo bem”, conta.

Entretanto, Victor foi aprovado e finalmente entrou na corporação, em julho de 2022. Cerca de um ano depois, o jovem se formou bombeiro voluntário e atualmente atua cerca de 24 horas por semana, correspondendo a dois plantões.

O estágio de Victor terminou no fim de julho, após ele passar por uma experiência supervisionada em cada cargo da corporação. Ele explica que é preciso ter 50 horas de trabalho operacional e 25 horas de primeiro-socorros. Quando um estagiário completa essa carga horária, recebe o título de bombeiro voluntário.

Estadia em Joinville

Antes mesmo de finalizar a graduação, os pais de Victor se mudaram para Joinville também. “Eles gostaram muito daqui”, diz o estudante. Ele também pretende se estabilizar na cidade após concluir a faculdade. Esse plano inclui a atuação como bombeiro, que virou uma grande paixão do jovem.

“Parece uma questão de que todo mundo tem suas batalhas, seus problemas, mas quando tem um tempo livre, poder usar para fazer o bem”, explica sobre a sensação. Victor ressalta que o ambiente é bastante acolhedor e diverso, tornando a experiência ainda mais rica.

“Já vi desde empresário, advogado, soldador, enfermeiro, motorista de ônibus até o próprio prefeito. Esse tipo de convivência enriquece muito a vivência”, conta Victor.

Próximos passos

Com um intercâmbio agendado, Victor deve paralisar a atuação na corporação por seis meses. Mas isso não foi motivo para desânimo. Segundo o jovem, os colegas bombeiros apoiaram bastante o intercâmbio, que será na Alemanha.

Victor conta que inclusive já organizaram uma visita técnica para ele em uma empresa que produz algumas ferramentas utilizadas pela corporação. A ideia é que Victor visite o local representando o Corpo de Bombeiros de Joinville, que foi fundado por imigrantes alemães.


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