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Nova subestação da Celesc no bairro Boa Vista terá outra audiência pública na Câmara de Joinville

Não houve consenso na reunião desta terça-feira

Não houve consenso entre moradores do bairro Boa Vista e representantes da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) na audiência pública realizada pela Comissão de Cidadania na noite desta segunda-feira, 23, no plenário da Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ).

A reunião foi presidida pelo vereador Pastor Ascendino Batista (PSD). Os vereadores presentes buscavam intermediar uma solução quanto ao local da nova subestação. Uma nova audiência pública, com a presença das comissões de Saúde e de Urbanismo, foi chamada, mas ainda não tem data definida.

O impasse entre a Celesc e moradores têm endereço: rua Ivo Varela, 147, com fundos para a rua Albano Schmidt, 410. Nesse local, atualmente, funciona um almoxarifado da Celesc e a empresa pretende usá-lo para instalar a nova subestação.

Entretanto, moradores do bairro julgaram que o local é inadequado. Segundo Patrícia Dias, uma das representantes dos moradores, 87 pessoas estiveram presentes na audiência. Já a CVJ, contabilizou cerca de 40 pessoas. Os moradores alegam que a subestação poderia trazer problemas de saúde para vizinhos e também desvalorizar os imóveis no entorno.

Um dos representantes dos moradores, Joacir Siqueira, sugeriu que outros locais sejam avaliados. Entre eles, um antigo imóvel da Casan, nas proximidades da Arena Joinville.

O morador Balduíno Rodrigues declarou que “antes da prosperidade material estão a vida e a saúde das pessoas”. A proximidade do terreno com um centro de educação infantil foi citada como um problema legal pelo morador Marcos Schettert.

Para os representantes da Celesc, a implantação da subestação é “urgente”, em virtude do “elevado nível de carregamento” da estrutura atual. Diretor de Meio Ambiente da empresa, Orlando Foes Neto disse que, se a obra não for executada, “haverá restrição no fornecimento de energia, com inviabilidade de novos empreendimentos comerciais, residenciais e industriais naquela região”.

Outro representante da empresa, Wagner Vogel disse que a obra deve seguir padrões de segurança para ter a liberação de operação. E, com mais energia disponível, poderá haver valorização dos imóveis.

Ele ainda afirmou que a escolha do terreno do almoxarifado se dá justamente por já ser um espaço próprio da Celesc. Isso reduziria custos de distribuição e consequentes repasses às tarifas.

Questionamentos

Como nenhum dos lados cedeu, o presidente da Comissão de Cidadania, Ascendino Batista (PSD), reforçou que o papel dos parlamentares “é ouvir os apelos dos munícipes e cobrar dos órgãos públicos a efetividade das ações que visam a melhoria da qualidade de vida de todo cidadão joinvilense”.

Cassiano Ucker (Cidadania) direcionou sua fala aos aspectos relacionados à saúde. O vereador manifestou preocupação com pacientes que possuem marcapassos ou bombas de insulina que são regulados por campos eletromagnéticos. A preocupação também foi levantada por Brandel Junior (Podemos), que considerou que “vidas são muito mais importantes que qualquer outro investimento”.

Brandel ainda questionou se foi apresentada aos moradores uma segunda ou terceira opção de terreno. Conforme resposta da empresa, a escolha do terreno foi feita antes do início dos debates com os moradores.

Ana Lucia (PT) defendeu que a comunidade do Boa Vista precisa ser ouvida pela Celesc, já que são eles que vão viver no local. A vereadora ainda questionou se a empresa vai considerar a manifestação da comunidade.

Diante da fala de Ana Lucia, Wagner Vogel afirmou que a subestação precisa ser montada “dentro de um raio de atuação” e que “hoje, no bairro Boa Vista, amplamente urbanizado, e com riscos ambientais elevados pela interferência com o mangue, não se conseguiu identificar terreno potencial com 10 mil m², que represente menor custo global”.

Nova audiência

O presidente da Câmara, vereador Maurício Peixer (PL), lembrou que a audiência pública é para ouvir a população. Por isso a necessidade de reunir as pessoas que serão impactadas, neste caso, por uma obra. “É preciso buscar alternativas, sim”, defendeu.

Foi por conta dos questionamentos que surgiram na audiência, que os vereadores aprovaram requerimento de Ascendino Batista para a realização de nova audiência pública, com a participação das comissões de Saúde e de Urbanismo. No encontro de ontem também participaram da reunião os vereadores Diego Machado (PSDB) e Sales (PTB).


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