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Novembro Azul: médico de Joinville explica mitos e verdades sobre câncer de próstata

Oncologista Felipe Estati fala sobre o que é o câncer, tratamento, sintomas e principais mitos e verdades da doença

Por Yasmim Eble

A saúde dos homens é pauta do Novembro Azul, o mês de prevenção e conscientização sobre o câncer de próstata. Esse é o segundo tipo de neoplasia que mais atinge a população masculina, atrás apenas do câncer de pele. Em Joinville, entre janeiro de 2016 a setembro de 2021, 381 diagnósticos foram realizados, segundo dados repassados pela prefeitura.

A média é de 30 casos a cada 100 mil homens. O número é menor do que a média catarinense, que é de 39,25 casos. Para o médico oncologista Felipe Estati, os dados variam devido a diversos fatores. “O acesso à informação, acesso aos exames e a consultas, o índice de população idosa na cidade, são questões que podem diminuir a média de casos”, explica.

A informação é uma das maiores aliadas, já que a mudança de hábitos é uma excelente prevenção para o câncer. “Bons hábitos, prática de atividade física e uma alimentação rica em vegetais podem prevenir contra câncer e outras doenças”, ressalta Felipe.

Segundo o oncologista, o acompanhamento médico é outro hábito que pode ser incluído na vida dos homens com 50 anos ou mais, com exames de rastreamento como o PSA. A detecção precoce do câncer de próstata aumenta a taxa de cura para em torno de 90% a 95%.

Tratamento

O tratamento é dividido em dois estágios da doença: o inicial e o avançado/metastático. No início da doença, os principais tratamentos são a radioterapia, cirurgia e hormonioterapia. Dependendo do paciente e da forma como ele responde ao tratamento, é realizado um acompanhamento cardiológico.

Já a doença avançada ou em fase metastática, é tratada por meio de bloqueio hormonal, medicamentos específicos, quimioterapia e, atualmente, com a terapia alvo, que é a disponibilização de medicamentos que bloqueiam os setores específicos do câncer. “Vai de caso a caso, por exemplo, há como usar bloqueadores em pessoas que têm uma genética ou histórico familiar da doença”, explica o médico.

No entanto, a melhor forma é prevenindo a doença quando se está nos grupos de risco, como homens com 50 anos ou mais, com histórico familiar da doença e homens negros. Mudar os hábitos de alimentação e saúde e ter acompanhamento médico há cada seis meses já são formas de se prevenir ou detectar o câncer nas fases iniciais.

Diferença entre exames

Dois exames são de extrema importância para localizar e rastrear o câncer de próstata em homens: o PSA e o exame de toque retal. A diferença está na forma como o câncer de próstata é identificado e suas propostas principais.

O PSA é um exame de sangue, simples e prático, que serve para rastrear o câncer de próstata em homens assintomáticos ou alterações no Antígeno Prostático Específico, uma enzima produzida pela próstata. “Esse exame consegue identificar alterações que podem sugerir o câncer ou alguma questão irregular como infecções e outras doenças na próstata”, explica o oncologista Felipe Estati.

O câncer apenas será confirmado com biopsia. No entanto, o rastreamento anual pode ajudar os homens que estão nos grupos de maior risco, como homens negros, pessoas com histórico familiar da doença ou idosos, a identificarem modificações na próstata de forma precoce.

Já o exame de toque retal é o que gera mais tabu na população masculina. Ele serve para localizar anomalias na parte posterior da próstata e outras doenças no ânus e no reto. “É um exame rápido, não dói e tem um valor para a identificação do câncer de próstata, já que identifica a doença um pouco mais avançada, com nódulos palpáveis”, complementa.

Esse exame é realizado quando já há suspeita de alguma doença ou inflamação. Normalmente, é realizado o PSA em conjunto com o exame de toque, sendo ambos de extrema importância para a confirmação do câncer de próstata.

Mitos e verdades sobre a doença

O câncer de próstata é diagnosticado somente em idosos: MITO

A incidência deste tipo de câncer em idosos é sim maior, no entanto, pode ser detectado em homens com maior frequência a partir dos 50 anos. “A doença está ligada ao envelhecimento, no entanto, não podemos esperar para essa idade para assim se preocupar com a doença”, conta o oncologista doutor Felipe Estati.

Ter familiares próximos que já tiveram a doença aumenta o risco?  VERDADE

O histórico familiar de câncer é um dos principais fatores de risco para a doença. “Dois familiares com a doença aumentam essa chance em até cinco vezes”, comenta o doutor. A recomendação é que o rastreamento comece a ser feito a partir dos 45 anos quando há casos familiares de câncer de próstata.

Devo procurar o médico apenas quando apresentar sintomas? MITO

Nos estágios em que a cura do câncer chega a 90%, a doença não apresenta qualquer sintoma. São em estágios mais avançados que o homem apresenta sintomas como alteração no jato urinário, sangramento, nódulos, dores na lombar e dores na região do quadril.

Acompanhamento médico e hábitos saudáveis podem ajudar a prevenir a doença? VERDADE

O câncer de próstata está ligado a um envelhecimento não saudável e sem acompanhamento. O rastreamento e uma rotina de exercícios aliada a uma alimentação saudável podem prevenir a pessoa de diversas doenças, incluindo o câncer de próstata.

O exame de toque retal dói? MITO

O exame de toque retal é indolor, rápido e não traz riscos à saúde. Como é um exame prático, não precisam ser tomados cuidados pós-exame e a pessoa pode continuar com sua rotina.


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