Com o crescimento do comércio informal, dos pequenos negócios e do empreendedorismo individual no Brasil, aceitar pagamentos com cartão se tornou quase uma obrigação. Muitos autônomos e microempresários, ao decidirem comprar maquininha de cartão, esperam que tudo seja simples e direto. Mas a verdade é que existem detalhes importantes que nem sempre são falados abertamente — e que fazem toda a diferença no dia a dia.

Getty Images para Unsplash+
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Este artigo reúne dicas valiosas e práticas que só quem já usa maquininha conhece. São aprendizados que vêm com o uso diário e que podem ajudar você a evitar erros, escolher melhor e aproveitar ao máximo o investimento.

A taxa faz diferença no fim do mês

A maioria das pessoas se preocupa com o valor da maquininha no momento da compra, mas muitas vezes ignora o impacto das taxas por transação. Esse custo, que pode parecer pequeno em cada venda, representa uma parcela significativa do lucro quando somado ao longo do mês.

Quem já trabalha com maquininha sabe: comparar as taxas é tão importante quanto analisar o preço do equipamento. Antes de fechar negócio, vale fazer simulações reais com os valores que você costuma vender. Se você trabalha com tíquete médio baixo, qualquer porcentagem a mais pode corroer sua margem de lucro.

Nem toda maquininha é boa para todo tipo de negócio

Existem diferentes modelos de maquininhas — com bobina, sem bobina, conectadas via chip, Wi-Fi, Bluetooth, com visor colorido ou mais simples. Mas nem sempre o modelo mais caro é o mais adequado.

Quem vende na rua, por exemplo, precisa de um modelo com boa autonomia de bateria e sinal estável. Já quem atende em loja física pode priorizar um modelo fixo, com impressão de comprovante. É comum ver empreendedores arrependidos porque compraram uma maquininha cheia de recursos que nunca vão usar — ou o contrário: escolheram o mais barato e depois sentiram falta de funções essenciais.

O prazo para receber pode impactar seu fluxo de caixa

Outra questão pouco falada é o prazo para liberação do valor das vendas. Dependendo da opção escolhida (débito, crédito à vista ou parcelado), o dinheiro pode demorar dias ou semanas para cair na conta.

Quem já está acostumado com o sistema sabe que isso afeta diretamente o caixa do negócio. Por isso, vale a pena entender antes de contratar: qual é o prazo de repasse? Existe a opção de antecipar? Há taxas extras para isso? Essas respostas fazem diferença na hora de planejar os pagamentos e garantir o giro do negócio.

Atendimento e suporte fazem falta quando o sistema para

Em dias de muito movimento, como datas comemorativas ou fins de semana, é quando mais se precisa da maquininha funcionando sem falhas. O que pouca gente imagina é que, se surgir algum problema, ter um bom suporte técnico pode ser o que salva o dia.

Quem já passou por isso sabe como é frustrante tentar contato com o atendimento e não conseguir ajuda rápida. Por isso, antes de escolher, vale pesquisar a reputação da empresa e ler relatos de outros usuários sobre o atendimento. Ter uma boa maquininha vai além da tecnologia: envolve também a segurança de ter suporte quando mais precisa.

O local de uso interfere na qualidade do sinal

Outro detalhe que poucos comentam é como o local onde você trabalha pode afetar o desempenho da maquininha. Muitas dependem de sinal de celular ou Wi-Fi para funcionar. Em áreas com sinal fraco ou instável, a maquininha pode travar ou demorar para processar a venda — o que irrita o cliente e atrapalha o atendimento.

Quem já passou por isso costuma buscar modelos com chip multioperadora ou que ofereçam alternativas de conexão. Vale também testar o sinal no seu local de trabalho antes de decidir o modelo ideal.

É possível pagar mais barato com maquininhas “escondidas”

Muitas vezes, os modelos mais divulgados nas propagandas não são os únicos disponíveis. Quem pesquisa com calma pode encontrar opções mais acessíveis ou com melhores condições, especialmente em sites de comparação ou promoções sazonais.

Alguns vendedores experientes também recomendam entrar em contato com a empresa para negociar condições especiais, principalmente se você já for cliente ou tiver um volume razoável de vendas. Às vezes, uma simples conversa pode render uma economia significativa.

Parcelar a venda não é igual a parcelar o recebimento

Um erro comum entre iniciantes é acreditar que, ao vender em 3x no cartão, o dinheiro entra em 3x na conta. Na prática, a maioria das maquininhas repassa o valor de forma parcelada, a menos que você opte pela antecipação — e pague uma taxa extra por isso.

Quem já tem experiência sabe que essa diferença entre venda parcelada e recebimento parcelado pode causar confusão no controle financeiro. Por isso, é importante entender como funciona esse processo e se organizar para não comprometer o caixa.

O comprovante pode ser mais importante do que você imagina

Muitos empreendedores escolhem maquininhas sem bobina achando que é algo ultrapassado. Mas em alguns segmentos, o comprovante impresso ainda é valorizado, especialmente por clientes mais tradicionais ou em vendas de maior valor.

Quem já lidou com disputas ou questionamentos de clientes sabe que ter um comprovante ajuda a garantir segurança para ambas as partes. Se a sua clientela inclui pessoas mais velhas ou empresas, talvez valha a pena considerar esse recurso.

Maquininha parada também tem custo

Algumas pessoas compram a maquininha, usam durante um tempo e depois deixam de lado, achando que não haverá mais custos. Mas em alguns casos, especialmente em planos com aluguel, pode haver cobranças mensais mesmo sem uso.

Quem já teve problemas com isso recomenda ler atentamente o contrato e verificar se existe taxa de inatividade ou outras obrigações. Se o seu volume de vendas varia muito, é melhor escolher um modelo sem mensalidade ou que permita pausas sem penalidades.

Você precisa divulgar que aceita cartão

Por fim, um ponto que muitos esquecem: não basta comprar a maquininha — é preciso avisar os clientes. Quem já está acostumado com o atendimento ao público sabe que um simples adesivo de “aceita cartão” na vitrine ou no balcão pode aumentar as chances de venda.

Além disso, divulgar nas redes sociais que você aceita crédito, débito e parcelamento ajuda a atrair mais clientes e passa uma imagem de profissionalismo. A maquininha é uma ferramenta — e como toda ferramenta, precisa ser bem usada para gerar resultado.