Mauro Artur Schlieck/Câmara de Vereadores
Ouvidoria recebe pedido de mudança do termo “preto amargo” no café da Câmara de Joinville; presidente fala em “vitimismo”
Sessão aconteceu na última quarta-feira
Durante sessão na última quarta-feira, 30, o presidente da Câmara de Vereadores, Diego Machado (PSD), trouxe à tribuna a discussão sobre uma sugestão enviada à Ouvidoria do Legislativo que pede a mudança do termo “preto amargo” e “preto doce” no café entregue nos gabinetes dos políticos.
De acordo com a mensagem, lida na tribuna, o pedido chama a atenção para o letramento antirracista. A sugestão pede para que o nome da bebida seja descrito apenas como “café”, com variações como “café adoçado” e “café com açúcar”.
Diego Machado afirmou que ficou incomodado com a situação, reforçou o compromisso da Câmara de Vereadores no combate ao racismo e disse que é preciso separar o que é ofensivo do que é vitimismo.
“Venho a esta tribuna porque fiquei muito incomodado com uma situação que me foi relatada, em relação a uma ouvidoria que chegou a esta Casa. Todos nós vereadores estamos diariamente combatendo todo e qualquer tipo de preconceito. Estamos aqui, inclusive, emitindo notas de repúdio contra toda e qualquer forma de violência ou discriminação. As garrafas estão identificadas de forma simples, como ‘café preto’ e ‘café amargo’. Quando essa identificação foi feita, há muito tempo, optou-se por uma forma direta: ‘preto doce’ e ‘preto amargo’, que significam, respectivamente, café com açúcar e café sem açúcar”, disse.
“Gente, uma coisa é apresentar uma sugestão de alteração. Outra coisa é querer vincular uma simples identificação nos gabinetes dos vereadores a um ato racista, porque é isso que a ouvidoria está alegando. Confesso aos senhores que essa manifestação — e a forma como os servidores vieram me procurar — me incomodou, por entender que alguém está utilizando uma expressão simples, básica e de fácil entendimento para criar um vitimismo onde ele não existe”, complementou o presidente da Câmara de Vereadores.
“Não tenho nenhum tipo de preconceito”
Por fim, Diego Machado informou que, por considerar que a ouvidoria não procede e trata-se de um “exagero e vitimismo”, a mudança na identificação das garrafas de café não será acatada.
“Falo isso com muita tranquilidade e serenidade, porque tenho três assessores negros, que, além de colegas de trabalho, são grandes amigos. Cresci e convivi com pessoas negras. Não tenho nenhum tipo de preconceito. Por isso venho a esta tribuna falar sobre o que considero um grande exagero e vitimismo que não se sustenta. Não vamos trocar nenhuma identificação, porque, no meu entendimento, isso seria desperdício de dinheiro público, tendo que refazer todas as plaquinhas das garrafas apenas para atender, neste caso, ao que considero um vitimismo”, concluiu.
Outros vereadores, Brandel Júnior (PL), Cleiton Profeta (PL), Willian Tonezi (PL) e Henrique Deckmann (MDB), também usaram a tribuna para reforçar os comentários feitos pelo presidente da Câmara sobre a ouvidoria.
Nesta sexta-feira, 1º, as placas de identificação nas garrafas de café mudaram apenas para “amargo”.
Assista à discussão sobre o tema:
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