Paciente com câncer recebe a visita de seu cão em hospital de Joinville
Lilica tem 12 anos e foi visitar o homem de 60 na última quarta-feira
Um paciente com câncer recebeu a visita de sua cachorra dentro do hospital em que está internado, em Joinville. Lilica, de 12 anos, é sua fiel companheira e foi visitá-lo no Dona Helena na última quarta-feira, 3, cerca de quatro semanas após dar entrada na unidade.
Este reencontro marca também um dia importante para o hospital, já que foi a primeira vez que a unidade iberou a entrada de um animal como visitante. Lilica foi levada pela família do homem, de 60 anos.
“A ação faz parte de uma série de práticas de cuidados paliativos, que busca proporcionar ao paciente um momento de alívio no meio de um processo tão sofrido, em um longo tempo de internação, longe de casa, da família e afastado de sua atividade laboral”, frisa Maria José Varela, psicóloga clínica e coordenadora do programa de humanização do Dona Helena.
O tutor de Lilica está internado no hospital desde o dia 11 de janeiro, inicialmente por causa de Covid-19. No momento, o paciente não tem mais sintomas relacionados à doença, mas ficou debilitado por ser portador de melanoma metastático — um tipo de câncer da pele que pode causar sérios problemas, não só na região cutânea, como também em outros órgãos.
A doença ultrapassa a camada da derme e suas células acabam caindo na corrente sanguínea, espalhando-se para outros lugares do corpo.
Visita aprovada por lei
As visitações dos animais, que foram liberadas em Santa Catarina em lei sancionada em julho de 2020, requerem a adoção de normas de higienização e segurança, sendo realizadas em um local fechado, isolado de outros pacientes e profissionais da saúde.
“A primeira condição para a visita é o atestado de vacinação. O cão chega em uma caixa de transporte, para não ter contato com as instalações hospitalares, saindo dela apenas no lugar onde ocorrerá a visitação, que será higienizado posteriormente. Assim prezamos pela segurança dos pacientes, funcionários e do próprio animal”, explica Maria José.
Cuidado paliativo
A psicóloga Maria José define cuidado paliativo como um cuidado integral, de forma a proporcionar conforto e alívio do sofrimento ao paciente. Ela explica que esse sofrimento não é exclusivamente físico, mas também emocional e social.
Ela diz que o foco principal do tratamento é prezar pelo conforto do paciente, abrangendo desde ações médicas e de enfermagem, até a prática terapêutica, com intervenção da terapia ocupacional e da psicologia.
“Cuidados paliativos são o que de melhor podemos oferecer quando o paciente chega em uma condição em que a ciência já mostrou o seu limite. Cuidar não tem limite”, finaliza.
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