Padre de Santa Catarina que disse que vacina é feita de fetos abortados pede perdão

Declaração foi feita no dia 24 de janeiro durante uma celebração de missa

Padre de Santa Catarina que disse que vacina é feita de fetos abortados pede perdão

Declaração foi feita no dia 24 de janeiro durante uma celebração de missa

Redação O Município Joinville

Um padre de Santa Catarina disse durante uma missa no dia 24 de janeiro que a vacina contra a Covid-19 é feita com células de fetos abortados. A fala foi repreendida pela igreja. O padre Claudemir Serafim, do Sul de Santa Catarina, pediu desculpas nesta quarta-feira, 3, e disse que foi equivocada a declaração sobre o assunto.

A fala ocorreu durante uma missa na igreja de Pedras Grandes. Após a declaração, o pároco foi repreendido pela Igreja Católica. Além disso, o Ministério Público iniciou uma apuração referente a divulgação de informações falsas.

O padre divulgou uma nota nas redes sociais e disse que “retira totalmente” a fala e que a declaração foi “equivocada”.

“Peço perdão ao bispo Diocesano, aos meus fiéis e a todas as pessoas que sofreram com dúvidas no uso das vacinas, ou ofendidas com isso. Declaro, por conseguinte, que não pus em xeque a eficácia das vacinas”, declarou em uma publicação feita nas redes sociais.

Investigação

No dia 24 de janeiro, durante uma missa, o padre disse que a produção das vacinas contra a Covid-19 está associado ao aborto. Ele ainda falou sobre supostos efeitos colaterais, desestimulando que a população se imunize.

O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) informou na terça-feira, 3, que a 4ª Promotoria de Justiça de Tubarão vai instaurar um procedimento inicial com base no vídeo em que mostra a fala do padre e circula nas redes sociais. A intenção do MP-SC é verificar se existem indícios de crime.

Confira na íntegra a nota divulgada pelo padre

NOTA DE RETRATAÇÃO
Diante da repercussão causada por conta de uma parte do sermão por mim proferido no último dia 24 de janeiro; depois de exortado pela Autoridade Diocesana; depois de ter consultado pessoas próximas e o diretor espiritual; depois de ter rezado a Nosso Senhor e em paz com minha consciência; venho a público declarar o seguinte:
1. RETIRO TOTALMENTE minha fala sobre o fato de as vacinas terem sido feitas de fetos abortados. DECLARO-A EQUIVOCADA.
2. Peço perdão ao bispo Diocesano, aos meus fiéis e a todas as pessoas que sofreram com dúvidas no uso das vacinas, ou ofendidas com isso.
3. Declaro, por conseguinte, que não pus em xeque a eficácia das vacinas.
4. Agradeço as manifestações de carinho dos meus paroquianos e a todos quantos, bem como os que se posicionaram contrariamente.
Pedras Grandes SC, 3 de fevereiro de 2021.
Memória do Martírio do bispo São Brás.

Nota da Diocese

A Diocese de Tubarão também se pronunciou sobre o caso por meio de nota divulgada na quarta-feira, 3, e assinada pelo Bispo Dom João Francisco Salm.

O texto diz que “a vacina, pela qual esperamos tanto, é um dom em favor da vida” e que a recomendação da Diocese é que “se acolha a vacina com a maior boa vontade e que se motivem as pessoas para isso”.

A nota diz ainda que “ninguém está autorizado a passar ao povo, em nome da Igreja, orientações diferentes, nem mesmo que seja um padre”. Segundo o Bispo, a fala do padre foi repreendida e ele foi incentivado a “corrigir suas declarações e atitudes”.

Nota Oficial da Diocese de Tubarão

Em relação ao que no dia 24 de janeiro o Pe. Claudemir Serafim, desta Diocese, pároco da Paróquia de Pedras Grandes, SC, disse a respeito do vírus e da vacina (e que está em vídeo nas redes sociais), declaro o seguinte:

1º. A Diocese tem sido muita clara em suas orientações ao longo de toda a pandemia: sempre de acordo com as determinações das autoridades sanitárias e no melhor cuidado com a vida;

2º. A posição continua a mesma, em nada mudou;

3º. A vacina, pela qual esperamos tanto, é um dom em favor da vida;

4º. A recomendação da Diocese, com toda a Igreja, é que se acolha a vacina com a maior boa vontade e que se motivem as pessoas para isso. Quem tiver dificuldades, siga as orientações do seu médico;

5º. Não devem ser divulgadas notícias desvirtuadas ou falsas.

6º. Ninguém está autorizado a passar ao povo, em nome da Igreja, orientações diferentes, nem mesmo que seja um padre;

7º. O que o Pe. Claudemir Serafim disse é de sua responsabilidade pessoal. Foi repreendido e exortado a corrigir suas declarações e atitudes, o que se dispôs a fazer.

Maria, a Mãe de Jesus, sob o título de Nossa Senhora da Piedade, interceda junto a Deus para que nos conceda a graça de continuarmos prosseguindo unidos no mesmo Caminho que é Jesus, Verdade e Vida.

Tubarão, 03 de fevereiro de 2021.
Dom João Francisco Salm
Bispo Diocesano de Tubarão


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